Tratamento com diálise peritoneal pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes
Um paciente diagnosticado
com doença renal crônica (DRG) deve fazer o tratamento de forma ininterrupta
para que o seu quadro de saúde não se agrave. No método tradicional de
hemodiálise são indicadas três sessões semanais externas em uma máquina, com
quatro horas de duração em média. Mas há outro método menos conhecido pela
população, a diálise peritoneal, que pode ser feito em casa, durante a noite,
por meio de um filtro natural chamado peritônio, que substitui a função renal.
Segundo a
médica nefrologista e coordenadora médica da Nefrologia do Hospital Evangélico
de Belo Horizonte em Venda Nova, na capital mineira, Renata Lamego Starling,
entre os benefícios da diálise peritoneal está a possibilidade de fazer o
tratamento de maneira independente. Assim, o paciente consegue ter uma melhor
qualidade de vida, pois terá os dias livres para trabalhar ou fazer outras
atividades.
Outra
vantagem desse método é que o paciente que faz a diálise peritoneal pode
viajar, bastando que leve consigo o seu material para o tratamento. “Em viagens
aéreas a clínica poderá fornecer um laudo de saúde a ser apresentado com
antecedência à companhia aérea, para que não seja cobrado excesso de peso
devido ao material para a diálise peritoneal que será transportado”, informa a
nefrologista.
O tratamento
Na diálise
peritoneal, o peritônio é uma membrana porosa e semipermeável que reveste os
principais órgãos abdominais. Um líquido de diálise é colocado na cavidade e
drenado por um cateter que é implantado no abdômen do paciente em uma pequena
cirurgia.
Durante o
processo, a solução de diálise é infundida e permanece por um determinado tempo
na cavidade peritoneal, e depois é drenada. A solução entra em contato com o
sangue e isso permite que as substâncias acumuladas como ureia, creatinina e
potássio sejam removidas, bem como o excesso de líquido que não está sendo
eliminado naturalmente pelo rim.
“Os
resultados dos tratamentos por diálise peritoneal e hemodiálise são iguais.
Cada um deles tem as suas vantagens e desvantagens. A escolha entre hemodiálise
e diálise peritoneal depende das condições clínicas e da escolha do próprio
paciente, em acordo com o médico nefrologista responsável”, ressalta a médica.
Modalidades
A diálise
peritoneal tem duas modalidades. A primeira – Diálise Peritoneal Ambulatorial
Contínua (DPAC), é realizada diariamente e de forma manual pelo paciente e/ou
por um familiar. Geralmente, são quatro trocas ao dia (manhã, almoço, tarde e
noite), que têm duração de aproximadamente 30 minutos. “No período entre as
trocas, o paciente fica livre das bolsas”, ressalta.
Já a Diálise
Peritoneal Automatizada (DPA) é realizada todos os dias, geralmente à noite, em
casa, utilizando uma pequena máquina cicladora, que infunde e drena o líquido,
fazendo as trocas, de acordo com a prescrição médica. Nesse método, antes de
dormir, o paciente conecta-se ao equipamento. A infraestrutura para o
tratamento inclui uma linha de saída a um ralo sanitário e/ou recipiente rígido
para grandes volumes.
HE – Evangélico de
Belo Horizonte
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