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quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Dia de Finados: 6 mitos e verdades sobre o luto

A data nacionalmente celebrada no dia 02 de novembro é uma forma de ajudar a amenizar a dor de pessoas que perderam seus entes e também uma forma de homenageá-los com orações ou até flores no cemitério; porém, especialista alerta para possíveis gatilhos que podem acompanhar a ocasião


Dia 02 de novembro é uma data nacionalmente conhecida como o Dia de Finados, período que tiramos para homenagear os entes queridos que se foram. Porém, pensando em saúde mental, esse momento pode ser um gatilho grande para pessoas que ainda estão passando pelo processo de luto. Para se ter uma ideia, de acordo com um estudo encomendado pelo Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) e realizado pelo Studio Ideias, 68% dos entrevistados brasileiros apresentam dificuldade de lidar com a morte. 

De acordo com a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, se a vivência do luto anda complicada, o dia de Finados pode ser dolorido e muito triste. “A pessoa vai lembrar-se do motivo da morte, da doença e até sentirá culpa por não ter feito algo a mais para evitar aquela perda ou amenizar o sofrimento do ente querido. Já se o luto foi saudável, a data servirá para as pessoas recordarem os bons momentos, ou seja, o cultivo da memória”, comenta. 

Abaixo, a especialista esclarece os 6 principais mitos e verdades sobre o tema:

 

O luto é um sentimento de perda profunda. 

Verdade. A intensidade varia de pessoa para pessoa, mas é um sentimento muito comum. “Não importa a relação que você tenha com a pessoa que se foi, o sentimento de perda é inevitável no início, até que tudo seja transformado em lembranças e saudades”, explica a especialista. 

 

A pessoa que está no processo de luto sempre chora. 

Mito. A especialista explica que cada um tem um tipo de reação em um momento de luto. Alguns até conseguem sorrir ao lembrar-se de situações engraçadas que viveram juntos, já outros só conseguem chorar e, ainda alguns, ficam em estado de choque - dependendo da causa da morte da pessoa que se foi”, complementa. 

 

Porque estou de luto devo me afastar de todos.

Mito. Não existe uma fórmula pronta que possa auxiliar, mas nesses momentos, Vanessa explica que, o tempo junto com apoio familiar ou de amigos, costumam ser um bom remédio. “É preciso ter paciência e tentar focar nas lembranças boas e legados que o falecido deixou”, conta. 

 

O luto tem um tempo exato para passar.

Mito. O luto não tem um tempo certo, ele varia de situação para situação. Pode demorar dias, meses ou até anos. “É importante que a pessoa se blinde e procure formas e afazeres para ajudar nesse tempo difícil, com o intuito de amenizar a dor”, comenta a especialista.

 

Desabafar e falar sobre o assunto ajuda na ressignificação. 

Verdade. Falar o que sente e colocar para fora é sempre uma das melhores alternativas. “Pedir ajuda e falar sobre a morte contribui muito para o processo do luto. É importante para ressignificar o que aconteceu, dar um novo sentido para aquela perda. Se não vivemos o luto até o fim, não elaboramos a perda, impedindo o término desse processo”, salienta Vanessa.

 

Devo passar por todas as fases do luto obrigatoriamente. 

Mito. A perda de alguém querido é sempre um evento estressante, porém grande parte das sensações e sentimentos fazem parte desse processo. “Cada indivíduo lida com esse encerramento de forma distinta e de acordo com suas crenças, vivências e capacidades individuais. Não existem necessariamente etapas iguais e obrigatórias para as pessoas passarem”, comenta.

 

Só os remédios ajudam a superar o luto.

Mito. A melhor forma é procurar uma ajuda psicológica se o sofrimento for muito intenso e se perceber que não está conseguindo lidar com a situação. “Durante uma consulta com o terapeuta, o mesmo indicará um médico especializado para o tratamento medicamentoso que ajuda na ansiedade e depressão, mas tudo isso sempre com um acompanhamento médico”, finaliza Vanessa Gebrim.

 

Vanessa Gebrim - Pós-Graduada e especialista em Psicologia pela PUC-SP. Teve em seu desenvolvimento profissional a experiência na psicologia hospitalar e terapia de apoio na área de oncologia infantil na Casa Hope e é autora de monografias que orientam psicólogos em diversos hospitais de São Paulo, sobre tratamento de pacientes com câncer (mulheres mastectomizadas e oncologia infantil). É precursora em Alphaville dos tratamentos em trauma emocional, EMDR, Brainspotting, Play Of Life, Barras de Access, HQI, que são ferramentas modernas que otimizam o tempo de terapia e provocam mudanças no âmbito cerebral. Atua também como Consteladora Familiar, com abordagem sistêmica que promove o equilíbrio e melhora relações interpessoais.


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