A data nacionalmente celebrada no dia 02 de novembro é uma forma de ajudar a amenizar a dor de pessoas que perderam seus entes e também uma forma de homenageá-los com orações ou até flores no cemitério; porém, especialista alerta para possíveis gatilhos que podem acompanhar a ocasião
Dia 02 de novembro é uma data nacionalmente conhecida como o Dia de Finados, período que tiramos para homenagear os entes queridos que se foram. Porém, pensando em saúde mental, esse momento pode ser um gatilho grande para pessoas que ainda estão passando pelo processo de luto. Para se ter uma ideia, de acordo com um estudo encomendado pelo Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) e realizado pelo Studio Ideias, 68% dos entrevistados brasileiros apresentam dificuldade de lidar com a morte.
De acordo com a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, se a vivência do luto anda complicada, o dia de Finados pode ser dolorido e muito triste. “A pessoa vai lembrar-se do motivo da morte, da doença e até sentirá culpa por não ter feito algo a mais para evitar aquela perda ou amenizar o sofrimento do ente querido. Já se o luto foi saudável, a data servirá para as pessoas recordarem os bons momentos, ou seja, o cultivo da memória”, comenta.
Abaixo, a especialista esclarece os 6
principais mitos e verdades sobre o tema:
O luto é um
sentimento de perda profunda.
Verdade. A intensidade varia de pessoa para pessoa, mas é um
sentimento muito comum. “Não importa a relação que você tenha com a pessoa
que se foi, o sentimento de perda é inevitável no início, até que tudo seja
transformado em lembranças e saudades”, explica a especialista.
A pessoa que está
no processo de luto sempre chora.
Mito. A especialista explica que cada um tem um tipo de reação em
um momento de luto. “Alguns até conseguem sorrir ao
lembrar-se de situações engraçadas que viveram juntos, já outros só conseguem
chorar e, ainda alguns, ficam em estado de choque - dependendo da causa da
morte da pessoa que se foi”, complementa.
Porque estou de
luto devo me afastar de todos.
Mito. Não existe uma fórmula pronta que possa auxiliar, mas nesses
momentos, Vanessa explica que, o tempo junto com apoio familiar ou de amigos,
costumam ser um bom remédio. “É preciso ter paciência e tentar focar nas
lembranças boas e legados que o falecido deixou”, conta.
O luto tem um tempo exato para passar.
Mito. O luto não tem um tempo certo, ele varia de situação
para situação. Pode demorar dias, meses ou até anos. “É importante que a pessoa
se blinde e procure formas e afazeres para ajudar nesse tempo difícil, com o
intuito de amenizar a dor”, comenta a especialista.
Desabafar e falar
sobre o assunto ajuda na ressignificação.
Verdade. Falar o que sente e colocar para fora é sempre uma das
melhores alternativas. “Pedir ajuda e falar sobre a morte contribui muito para
o processo do luto. É importante para ressignificar o que aconteceu, dar um
novo sentido para aquela perda. Se não vivemos o luto até o fim, não elaboramos
a perda, impedindo o término desse processo”, salienta Vanessa.
Devo passar por todas as fases do luto
obrigatoriamente.
Mito. A perda de alguém querido é sempre um evento estressante,
porém grande parte das sensações e sentimentos fazem parte desse processo.
“Cada indivíduo lida com esse encerramento de forma distinta e de acordo com
suas crenças, vivências e capacidades individuais. Não existem necessariamente
etapas iguais e obrigatórias para as pessoas passarem”, comenta.
Só os remédios ajudam a superar o luto.
Mito. A melhor forma é procurar uma ajuda
psicológica se o sofrimento for muito intenso e se perceber que não está
conseguindo lidar com a situação. “Durante uma consulta com o terapeuta, o
mesmo indicará um médico especializado para o tratamento medicamentoso que
ajuda na ansiedade e depressão, mas tudo isso sempre com um acompanhamento
médico”, finaliza Vanessa Gebrim.
Vanessa
Gebrim - Pós-Graduada e especialista em Psicologia pela PUC-SP. Teve em seu desenvolvimento
profissional a experiência na psicologia hospitalar e terapia de apoio na área
de oncologia infantil na Casa Hope e é autora de monografias que orientam
psicólogos em diversos hospitais de São Paulo, sobre tratamento de pacientes
com câncer (mulheres mastectomizadas e oncologia infantil). É precursora em
Alphaville dos tratamentos em trauma emocional, EMDR, Brainspotting, Play Of
Life, Barras de Access, HQI, que são ferramentas modernas que otimizam o tempo
de terapia e provocam mudanças no âmbito cerebral. Atua também como
Consteladora Familiar, com abordagem sistêmica que promove o equilíbrio e
melhora relações interpessoais.
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