Todos os anos o “rosa” invade as cidades e campanhas na internet no mês de outubro. Há quem considere desnecessário, cansativo ou inócuo. Como oncologista, afirmo que não é.
A prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, evidentemente, precisam ser feitos em qualquer época do ano. Mas a divulgação anual faz bastante diferença e alerta sim para a conscientização das pessoas e instituições de saúde.
De
um ano para outro a vida das pessoas muda, quem não tinha uma vítima de câncer
na família passa a ter; mulheres antes fora da faixa etária recomendada para
iniciar os exames fazem aniversário tornando-se aptas, além de haver muita
novidade em pesquisas médicas e tratamentos no intervalo de 12 meses.
Quanto
mais informação existir, mais chances há de o problema ser atenuado, encarado
de maneira adequada e tratado adequadamente.
Toda
semana recebo novos pacientes no consultório. São um parâmetro para medir e
atestar o quanto impera ainda o desconhecimento sobre a doença.
O
primeiro antídoto é a informação. É ela que combate a angústia desproporcional
que muitas vezes acomete o paciente.
A
campanha de conscientização da prevenção do câncer de mama é a mais exitosa em
todo o mundo e de carona nela várias outras datas importantes de alerta para
questões de saúde foram criadas.
O
de mama é o modelo de câncer mais estudado e que mais recebe investimentos em
pesquisas. Isso é resultado da campanha, que torna a população cada vez mais
preparada e exigente.
O
câncer de mama foi o primeiro no Brasil a ter um método de rastreamento que
inclui a população toda de mulheres acima dos 50 anos. Através do exame de
mamografia, estipulado e programado pelo órgão máximo que cuida da saúde
pública, pode-se diagnosticar a doença em mulheres de todos os níveis. Esse
rastreio, direta e indiretamente, deriva também da seriedade da campanha.
Outra
condição que as pessoas desconhecem ou simplesmente não dão o devido valor é a
de que a redução do risco de se ter um tumor está nas nossas mãos. Sim, porque
a hereditariedade nos casos de câncer afeta apenas de 5% a 10% dos registros.
Podemos dizer que a maior parte dos acometimentos poderia ser evitada.
Como
se previne o câncer? Mudando maus hábitos. Zelar pelo peso corporal, pela boa
alimentação, não fumar, diminuir a quantidade de ingestão de álcool, não
exagerar na exposição ao sol, praticar exercícios físicos, dormir bem e
controlar o estresse não só contêm as chances de desenvolver células
cancerígenas, como reduz também o risco de doenças cardiovasculares como
infarto e derrame.
É
sempre bom frisar que o fim dessas doenças não é só a morte antecipada, mas elas
podem deixar sequelas e ser limitantes.
É
uma questão de escolha. Transformar hábitos dá trabalho. Tem que sair da zona
de conforto. Mas aumentam muito a expectativa e a qualidade de vida. Não vale o
esforço?
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