Tatiana Santiago,
professora de Nutrição da Braz Cubas, explica os motivos desse cenário de
crescimento da obesidade no país e os impactos na saúde da população
Dados divulgados neste ano pela Organização Mundial
da Saúde (2022) apontam uma projeção de 1 bilhão de pessoas com obesidade no
mundo até 2030. No Brasil, a estimativa é de que 29,7% da população viva com
obesidade, acometendo uma (1) a cada cinco (5) mulheres e um (1) a cada sete
(7) homens.
No paralelo a essa perspectiva, ainda segundo dados
da OMS de 2020, 63% da população está com excesso de peso no Brasil. Essa
crescente de casos está refletindo e levando a uma possível pandemia de
obesidade e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).
Tatiana Santiago, professora mestra do curso de Nutrição
do Centro Universitário Braz Cubas, relata que os motivos desse cenário de
pandemia da obesidade são multifatoriais. “Cada caso é um caso, mas os fatores
que podem estar levando a esta causa são questões genéticas, hábitos
alimentares inadequados, sono inadequado, estresse, hormonal, microbiota
intestinal, programação metabólica (gestacional), falta de atividade física,
acesso ao alimento e problemas psicológicos”.
A especialista reforça que pela obesidade ser
considerada uma doença multifatorial, crônica e inflamatória, caso não seja
controlada adequadamente com tratamento profissional há a probabilidade de se
desenvolver algumas DCNT, como síndrome metabólica, diabetes e doenças
cardiovasculares.
“Se não tratadas, a obesidade e as doenças crônicas
não transmissíveis podem resultar em maior risco de consequências, como
insuficiência renal, cegueira em casos de diabetes não compensado, infarto e
acidente vascular encefálico (AVE), possibilitando uma redução de autonomia
pelo indivíduo”, explica a nutricionista.
O diagnóstico de obesidade é feito através do
Índice de Massa Corporal (IMC), mas ele não é o suficiente para saber sobre a
composição física. “É
necessário saber qual o percentual de tecido adiposo e onde ele se localiza.
Após concluir o diagnóstico, a equipe de profissionais irá indicar o melhor
tratamento. Este deve ser contínuo, mesmo em momento de perda de peso adequado
ou estabilidade das DCNT, o paciente não deve abandonar a equipe. O paciente
exerce papel principal no tratamento, com a mudança do estilo de vida”.
“As pessoas devem buscar endocrinologista,
cardiologista ou nutricionista, pelo menos uma vez ao ano para saber como a
saúde está; dentre esses profissionais, o nutricionista é o principal para
adequar a alimentação ao estilo de vida, e corrigir deficiências nutricionais é
o melhor a se fazer”, salienta a especialista.
Tatiana diz que o melhor tratamento, porém, é a
prevenção por parte dos pacientes. “Em primeiro lugar, devem reduzir o
estresse, com horários definidos para trabalhar e para lazer, dormir bem,
praticar atividade física e ter uma boa escolha alimentar, com alimentos
naturais, feitos em casa e com mais consumo de frutas e hortaliças”, indica.
Por fim, a professora de Nutrição da Braz Cubas
lembra que em alguns casos a obesidade e as doenças crônicas podem surgir
devido a genética familiar. Mas, o que mais contribui para o desenvolvimento
delas são as atitudes e o estilo de vida. “E isso é um fator modificável”,
pontua Tatiana.
Centro Universitário Braz Cubas
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