As operações, quando feitas na infância, tem como objetivo garantir o desenvolvimento saudável e confiante do pequeno. Saiba quais são as mais comuns e porque devem ser feitas
As anomalias que exigem cirurgias plásticas em crianças não são
tão comuns, mas quando acometem um paciente infantil, podem criar impactos
importantes na vida dele. “As cirurgias reparadoras feitas na primeira infância
garantem o desenvolvimento pleno e saudável da criança além de preservar a
autoestima, o que é fundamental para a integração sociofamiliar desse
paciente”, afirma Lydia Masako Ferreira,
presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, médica cirurgião
plástica e professora titular da disciplina de Cirurgia Plástica pela
Universidade Federal de São Paulo.
Dentre as operações mais comuns está a fissura labiopalatina, mais
conhecida como a correção do lábio leporino, que pode ter diferentes proporções
dependendo de cada caso. “Pode atingir apenas o lábio ou se estender com uma
fenda no céu da boca que requer cirurgia para readequar os músculos dessa
região”, explica Nivaldo Alonso, cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica, e Diretor do Serviço de Cirurgia Craniofacial do Hospital
de Anomalias da USP em Bauru. Essa anomalia genética pode ser identificada
ainda na gestação, a partir da 12° semana de gravidez, por meio de exame
pré-natal, e o indicado é que seja corrigida ainda nos primeiros meses de vida.
“O ideal é corrigir antes de 1 ano e meio de idade para não prejudicar a
mastigação e a fala”, completa Nivaldo. O problema tem maior incidência entre
orientais e indígenas (1 para cada 400 bebês) e menos frequente entre negros (1
para cada 2000).
As cirurgias para correção de craniossinostoses são menos frequentes mas extremamente necessárias para permitir o crescimento do cérebro. Caracteriza-se pelo fechamento precoce de estruturas ósseas do crânio ou da face, e pode alterar o formato da cabeça do bebê. A incidência na população pode variar de 1 para 2500 nascimentos até 1 para cada 5 mil. A recomendação é que a cirurgia seja feita a partir dos 6 meses de idade.
Menos graves para o aspecto de funcionalidade
do organismo mas fundamental para a adaptação social da criança, a otoplastia,
cirurgia para corrigir orelha de abano, é bastante procurada nas clínicas de
cirurgia plástica. É considerado um procedimento de baixa complexidade, feito
muitas vezes com anestesia local, com alta hospitalar do paciente no mesmo dia.
Atualmente, antes da cirurgias, os médicos indicam tentar reduzir a
proeminência da orelha do bebê com o uso de moldes de silicone. Caso não
apresente resultados, então, a cirurgia é indicada.
Em qualquer um desses casos, o cirurgião plástico
atua como um coordenador do tratamento e orientador da família sobre os passos
a seguir. No caso, por exemplo, de lábio leporino ou de alterações na estrutura
craneana, além de cirurgia, a criança precisará de assistência
multidisciplinar, com fonoaudióloga, nutricionista e psicólogo, e o cirurgião
acompanhará a trajetória do tratamento, dando segurança e apoio ao paciente e à
família. Conheça, abaixo, mais três procedimentos que recomenda-se fazer ainda
na infância.
- Reparação no canto dos olhos: a cirurgia epicanto é realizada em uma dobra que
se forma no canto interno do olho. Pode limitar o campo de visão da
criança. O cirurgião plástico deve avaliar o paciente para reconhecer a
gravidade do caso.
- Cirurgia mãos e pés: a sindactilia é
a cirurgia para separar os dedos dos pés ou das mãos, unidos por anomalia
congênita. É mais comum nas mãos e em meninos. Sua incidência é de um caso
para cada 2 mil bebês.
·
Correção da polidactilia: a polidactilia consiste na presença de dedos extras na mão e/ou
no pé. A operação pode ser feita a partir do primeiro ano após avaliação e
recomendação do cirurgião plástico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário