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domingo, 2 de outubro de 2022

Como desenvolver a inteligência emocional na infância

Inteligência emocional é a maior aliada de qualquer ser humano em seu desenvolvimento integral e na resolução de conflitos e desafios. A pandemia mostrou e deixou claro que nem sempre os adultos possuem inteligência emocional e o quanto eles sofreram com as mudanças repentinas que a nova situação mundial obrigou todos a viver.

Pais e educadores que já se questionavam sobre as formas de desenvolver inteligência emocional nas crianças agora viram o quanto este conteúdo se torna cada dia mais urgente e imprescindível, afinal, essa habilidade é um grande diferencial na vida de qualquer criança. Mas como podemos aproveitar as situações do dia a dia para desenvolvê-la?

Observe essas 6 ações que tornam isso possível e farão uma grande diferença na criança que convive com você:

 

1- Permitir que a criança sinta e expresse suas emoções, sem julgamento

Sentir é natural do ser humano e não há controle sobre o que se sente. Assim a raiva, o medo, a tristeza são emoções que todos os seres humanos sentem e o controle que podemos ter é na ação que teremos diante desse sentir.


2- Acolher explosões emocionais

Acolher no dicionário se refere a abrigo, a dar colo, oferecer proteção. Uma criança numa explosão emocional (birra, gritos constantes, choros intermináveis), necessita de um adulto que ofereça para ela a proteção neste momento. Expor, criticar, julgar o comportamento não auxilia a criança a construir a inteligência emocional, pois ela compreende que aquele comportamento não é aceito, mas não sabe como ter um outro diante do que está sentindo.


3- Auxiliar a criança a nomear suas emoções

As crianças não possuem um repertório amplo para nomearem o que estão sentindo. Inclusive muitos adultos possuem dificuldade em realizar isso. Porém há um ponto importante aqui: os pais, por mais que conheçam seus filhos, não conseguem saber exatamente o que eles sentem! Então o caminho é auxiliar neste processo e não afirmar: Isso é raiva! Isso é medo!


4- Ser um porto seguro para a criança em todos os momentos

As crianças sentem o amor ou o desamor, na proporção que sentem que podem ser elas mesmas, que o que sentem é valorizado e tem espaço para existir. Quando isso não acontece, a criança se desconecta de si e passa a buscar apenas cumprir com as expectativas dos adultos.


5- Dar contorno as ações que machucam e agridem os outros

Quando falamos em acolhimento e em respeito mútuo, uma grande dúvida que surge, é: “E os limites? E quando a criança bate?”. Diante das emoções, todos os adultos podem ter atitudes destrutivas ou agressivas e quando elas acontecem, nós, pais e educadores, devemos dar esse contorno para a criança. Devemos dizer: “Você pode sentir isso, mas bater não é aceitável!” Essa clareza auxilia e muito as crianças a terem atitudes assertivas diante do que sentem.


6- Nunca castigar, punir ou chantagear

Castigo e punição fazem parte da nossa história social como caminhos para resolver e conter comportamentos difíceis e explosões emocionais, porém, nunca foram eficazes. Analisamos o nosso comportamento adulto diante das emoções e também a alta taxa de agressividade e criminalidade que temos nas grandes cidades. Se o castigo ou a punição resolvesse, nada disso aconteceria.

 

Desenvolver a inteligência emocional faz parte das soft skills, habilidades humanas e comportamentais que diferenciam adultos em contratações e no sucesso profissional e pessoal. Elas englobam as habilidades pessoais de cada ser humano e que não são conquistadas em cursos, formações, mas sim aprendemos a partir do que vivenciamos em nossa vida, principalmente na infância. Entre as diversas soft skills que temos, destaco a empatia, compaixão, capacidade de se reinventar, criatividade, organização, flexibilidade, comunicação e escuta ativa, entre outras

Por muito tempo o foco no desenvolvimento integral eram as hard skills, portanto habilidades conquistadas através do estudo, da técnica, do aprendizado pedagógico. Atualmente, elas ainda são importantes e necessárias, porém observa-se que adultos que possuem  as soft skills se destacam, já que estas foram construídas desde a infância e diferenciam este profissional no seu dia a dia, pois as hard skills podem ser aprendidas a qualquer momento, ainda mais se estivermos falando com um profissional que apresente as soft skills, pois ele se reinventa, reaprende, faz novas conexões e transforma a sua realidade.

Aproveitar a infância para desenvolver essas competências é ter a certeza de podemos oferecer filhos melhores para o mundo e, assim, teremos um mundo melhor para viver.

 

Beatriz Montenegro - pedagoga, Neuropsicopedagoga e Educadora Parental pelo API (Certificado Internacional de Apego Seguro). Apaixonada por desenvolvimento infantil e pela capacidade de transformação do ser humano atua  em consultório particular com atendimentos de crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem, realizando mentoria às famílias que buscam conexão na relação com seus filhos.  É fundadora da Comunidade Conexão Materna, um grupo de mães que se encontram de forma online para se fortalecerem e refletirem sobre educação, filhos e desenvolvimento.Idealizadora dos cursos: Desafio do Brincar e Kit Sobrevivência: Rotina Saudável, cursos, cujo foco é o estabelecimento de uma relação saudável entre pais e filhos.


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