Inteligência emocional é a maior aliada de qualquer ser humano em seu desenvolvimento integral e na resolução de conflitos e desafios. A pandemia mostrou e deixou claro que nem sempre os adultos possuem inteligência emocional e o quanto eles sofreram com as mudanças repentinas que a nova situação mundial obrigou todos a viver.
Pais e educadores que já se questionavam sobre as
formas de desenvolver inteligência emocional nas crianças agora viram o quanto
este conteúdo se torna cada dia mais urgente e imprescindível, afinal, essa
habilidade é um grande diferencial na vida de qualquer criança. Mas como
podemos aproveitar as situações do dia a dia para desenvolvê-la?
Observe essas 6 ações que tornam isso possível e
farão uma grande diferença na criança que convive com você:
1- Permitir que a criança sinta e expresse suas
emoções, sem julgamento
Sentir é natural do ser humano e não há controle
sobre o que se sente. Assim a raiva, o medo, a tristeza são emoções que todos
os seres humanos sentem e o controle que podemos ter é na ação que teremos
diante desse sentir.
2- Acolher explosões emocionais
Acolher no dicionário se refere a abrigo, a dar
colo, oferecer proteção. Uma criança numa explosão emocional (birra, gritos
constantes, choros intermináveis), necessita de um adulto que ofereça para ela
a proteção neste momento. Expor, criticar, julgar o comportamento não auxilia a
criança a construir a inteligência emocional, pois ela compreende que aquele
comportamento não é aceito, mas não sabe como ter um outro diante do que está
sentindo.
3- Auxiliar a criança a nomear suas emoções
As crianças não possuem um repertório amplo para
nomearem o que estão sentindo. Inclusive muitos adultos possuem dificuldade em
realizar isso. Porém há um ponto importante aqui: os pais, por mais que
conheçam seus filhos, não conseguem saber exatamente o que eles sentem! Então o
caminho é auxiliar neste processo e não afirmar: Isso é raiva! Isso é medo!
4- Ser um porto seguro para a criança em todos os
momentos
As crianças sentem o amor ou o desamor, na
proporção que sentem que podem ser elas mesmas, que o que sentem é valorizado e
tem espaço para existir. Quando isso não acontece, a criança se desconecta de
si e passa a buscar apenas cumprir com as expectativas dos adultos.
5- Dar contorno as ações que machucam e agridem os
outros
Quando falamos em acolhimento e em respeito mútuo,
uma grande dúvida que surge, é: “E os limites? E quando a criança bate?”.
Diante das emoções, todos os adultos podem ter atitudes destrutivas ou
agressivas e quando elas acontecem, nós, pais e educadores, devemos dar esse
contorno para a criança. Devemos dizer: “Você pode sentir isso, mas bater não é
aceitável!” Essa clareza auxilia e muito as crianças a terem atitudes
assertivas diante do que sentem.
6- Nunca castigar, punir ou chantagear
Castigo e punição fazem parte da nossa história
social como caminhos para resolver e conter comportamentos difíceis e explosões
emocionais, porém, nunca foram eficazes. Analisamos o nosso comportamento
adulto diante das emoções e também a alta taxa de agressividade e criminalidade
que temos nas grandes cidades. Se o castigo ou a punição resolvesse, nada disso
aconteceria.
Desenvolver a inteligência emocional faz parte das
soft skills, habilidades humanas e comportamentais que diferenciam adultos em
contratações e no sucesso profissional e pessoal. Elas englobam as habilidades
pessoais de cada ser humano e que não são conquistadas em cursos, formações,
mas sim aprendemos a partir do que vivenciamos em nossa vida, principalmente na
infância. Entre as diversas soft skills que temos, destaco a empatia, compaixão,
capacidade de se reinventar, criatividade, organização, flexibilidade,
comunicação e escuta ativa, entre outras
Por muito tempo o foco no desenvolvimento integral
eram as hard skills, portanto habilidades conquistadas através do estudo, da
técnica, do aprendizado pedagógico. Atualmente, elas ainda são importantes e
necessárias, porém observa-se que adultos que possuem as soft skills se
destacam, já que estas foram construídas desde a infância e diferenciam este
profissional no seu dia a dia, pois as hard skills podem ser aprendidas a
qualquer momento, ainda mais se estivermos falando com um profissional que
apresente as soft skills, pois ele se reinventa, reaprende, faz novas conexões
e transforma a sua realidade.
Aproveitar a infância para desenvolver essas
competências é ter a certeza de podemos oferecer filhos melhores para o mundo
e, assim, teremos um mundo melhor para viver.
Beatriz
Montenegro - pedagoga, Neuropsicopedagoga e Educadora
Parental pelo API (Certificado Internacional de Apego Seguro). Apaixonada
por desenvolvimento infantil e pela capacidade de transformação do ser humano
atua em consultório particular com atendimentos de crianças e jovens
com dificuldades de aprendizagem, realizando mentoria às famílias que buscam
conexão na relação com seus filhos. É fundadora da Comunidade Conexão
Materna, um grupo de mães que se encontram de forma online para se fortalecerem
e refletirem sobre educação, filhos e desenvolvimento.Idealizadora dos cursos:
Desafio do Brincar e Kit Sobrevivência: Rotina Saudável, cursos, cujo foco é o
estabelecimento de uma relação saudável entre pais e filhos.
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