Coordenadora
Pedagógica da Mind Lab, Miriam Dantas, explica a importância da atenção ao tema
nas escolas desde a infância e aponta estratégias
A campanha Setembro Amarelo marca
oficialmente o período de combate mundial de prevenção ao suicídio. O momento
reforça atenção e cuidado com todos os entes queridos, especialmente as
crianças. Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)
mostrou que uma em cada quatro crianças e adolescentes apresentou ansiedade e
depressão com níveis clínicos durante a pandemia.
Miriam Dantas, coordenadora Pedagógica
da Mind Lab, líder brasileira em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de
impacto social focada na abordagem socioemocional, alerta: esquecer de incluir
os mais novos no cuidado sobre saúde mental ainda é habitual entre os adultos.
Por isso, os professores têm um importante papel no cuidado à saúde
emocional dos pequenos. E precisam estar atentos sobre o tema
para recorrer aos cuidados de profissionais da área.
“A inclusão de uma metodologia
socioemocional nas escolas também é um caminho para a
melhor identificação de problemas com a saúde emocional das crianças”,
aponta a coordenadora. A aprendizagem proporciona a aquisição de habilidades
para reconhecer e gerenciar emoções, desenvolver cuidado e preocupação com os
outros, tomar decisões responsáveis, estabelecer relacionamentos positivos e
lidar com situações desafiadoras de forma eficaz. Diversos estudos já
demostraram que essa abordagem tem impactos positivos no desempenho acadêmico
dos alunos, aumentando as chances de sucesso na escola e no decorrer da vida.
A saúde mental fragilizada se apresenta
de diversas formas e ter um time de profissionais ou
ação estruturada que busque identificar padrões de comportamento do dia a dia,
torna o combate ao problema mais rápido. Entre alguns pontos de atenção
estão a ausência em atividades, o choro excessivo, a falta de linguagem oral e
expressiva e ausência de atenção. Caso alguns dos
comportamentos observados não seja somente pontual, é necessário tomar algumas
medidas, como:
Contato com familiares
Entrar em contato com familiares é o
ideal, explicando a situação e analisando, juntos, como poderão seguir para
melhorar as questões de saúde da criança. “Nesse momento, é primordial que a
escola chegue com palavras de conforto e confiança, visto que, a rotina da
criança é parcialmente focada nas atividades escolares e os educadores são o
centro de contato direto com os alunos”, comenta a coordenadora.
Avaliação
diagnóstica e flexibilidade pedagógica
Após contato com familiares, o processo
de avaliação diagnóstica precisa ser analisado junto às principais dificuldades
e facilidades de aprendizagem da criança, entendendo quais são as
atividades escolares que o aluno mais se interessa, por exemplo, pintar,
desenhar, jogar, etc. Em seguida, propor formas alternativas para
desenvolvimento, como atividades complementares de raciocino lógico,
estimulação da linguagem oral e escrita, memória, percepção ou imaginação. “Se
adequar a necessidade do aluno é estratégia do professor, ter uma flexibilidade
acessível se torna necessário nesse momento” explica.
Jogos
e alfabetização
A fim de manter o processo de
alfabetização das crianças, é possível utilizar jogos de raciocínio para
estimular a aquisição de competências cognitivas, sociais e emocionais pelos
alunos. O objetivo é melhorar ainda mais o desenvolvimento cerebral,
estimulando os neurotransmissores corretos para melhoria na saúde mental.
“Estudos comprovam que o uso de jogos promove comportamentos e aprendizados
desejados, além do que, manter o uso de jogos também traz tarefas necessárias
para manter uma socialização maior em grupo”, finaliza Miriam Dantas.
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