Saiba quais são os benefícios de cultivar plantas em casa
Número de adeptos ao cultivo de plantas em casa é cada vez maior e mais do que um hobby, pode também auxiliar na saúde mental
Estresse, ansiedade,
depressão, quem nunca enfrentou algum desses problemas, provavelmente conhece
alguém que sofre ou já sofreu com um desses sintomas. Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS) o Brasil é o país com a maior prevalência de ansiedade
no mundo (9,3% da população), o segundo maior em número de pessoas com depressão
(5,8%), somente atrás dos Estados Unidos (5,9%) e à frente da prevalência
mundial, que é de 4,4%.
O ritmo de vida,
principalmente nos ambientes urbanos, com rotinas incessantes de trabalho,
estudo e todos os outros compromissos, contribui bastante para este cenário,
que foi potencializado com a pandemia da Covid-19.
A psicoterapeuta
Juliana Cambaúva, especializada em psicoterapia corporal, ressalta a
importância da saúde integrativa, ou seja, a necessidade de estar atento ao
funcionamento do nosso corpo como um todo e ao mesmo tempo integrado ao meio
ambiente que habitamos.
“O ritmo
de vida, principalmente nos grandes centros urbanos, está muito conectado com
esses altos índices. Muito em função do pouco tempo que temos para ficarmos
ociosos, manter uma disciplina de sono, de alimentação, das nossas necessidades
básicas. É importante tirar momentos para analisar as nossas necessidades e o
acompanhamento psicoterápico contribui muito para isso”, explica a
especialista.
Juliana acredita
também, que além da psicoterapia existem alternativas que podem contribuir para
o bem-estar mental, como o cuidado com as plantas. Estudiosa do tema, ela
inclusive conta que não só tem aderido à prática dentro da sua clínica, com os
seus pacientes, mas também levou para a sua vida pessoal, passando a ter um
convívio mais intenso com o verde e sendo uma “guardiã das plantas”, como gosta
de chamar.
“A
pandemia nos obrigou a ficar dentro de casa. Essa casa, que na maioria das
vezes, era um ambiente dormitório, de passagem. Ao ficarmos confinados nesse
espaço, aumentou o desejo de querer melhorá-lo e a necessidade de trazer a
natureza para dentro dele. O verde acalma, dá uma sensação de frescor, de
amplitude. Estar em contato com a natureza, ter planta dentro de casa, ajuda a
gente a lembrar e a se reconectar novamente a algo que intuitivamente a gente
já sabe, que é o ciclo da vida, já que a planta se renova o tempo todo”,
conclui a profissional.
Juliana lembra outros
benefícios que o cultivo domiciliar de plantas pode oferecer: existem
comprovações cientificas de que as plantas podem melhorar a qualidade do ar
dentro de casa, beneficiando a saúde como um todo, além de deixar os ambientes
mais bonitos e harmônicos.
“É importante também
ressaltar que um dos grandes benefícios é essa possibilidade meditativa, de
contemplação, que propicia a gente desacelerar, que elas têm. Ter uma horta em
casa, cuidar de uma planta é uma oportunidade de reaprendermos a ter um ritmo
mais lento, mais receptivo, o que acaba sendo terapêutico porque compensa o
ritmo mais acelerado do mundo externo”.
Home
& Garden
Para alguns visto como
um novo hobby, para outros uma adesão ao “urban jungle”, uma decoração que
consiste em incluir elementos ligados a natureza no interior das residências, o
fato é que o número de adeptos a ter e cuidar de plantas em casa vem crescendo
cada vez mais entre a população urbana. O Brasil está entre os 15 maiores
produtores de plantas e flores do mundo e o setor mantém um crescimento de 8% a
10% ao ano, desde 2012, segundo dados do Ibraflor (Instituto Brasileiro de
Floricultura). Mas, nos últimos anos este número saltou e a tendência é de
crescimento para os próximos anos.
A Forth Jardim,
empresa brasileira especializada em soluções para os cuidados com as plantas,
sentiu esse crescimento de perto. De 2019 para 2020, a empresa aumentou 50,7% o
faturamento e no último ano, o crescimento foi de 24%, em relação ao ano
anterior.
“Houve
uma popularização inicial de plantas e flores como decoração, que foi se
transformando com o tempo e vimos nascer um novo termo: “biofilia”, que
sintetiza a expressão máxima da nossa necessidade de conexão com a natureza e
do amor às coisas vivas. Como consequência, sentimos que as pessoas estão mais
interessadas em aprender como cuidar da forma certa e a usar o produto mais
adequado, para ver a planta bem e se desenvolvendo. Percebemos também na
interação com nossos clientes que este novo hábito tem se traduzido em mais
bem-estar, o que os tem motivado a manter e expandir essa prática”, avalia Isadora Reis, gerente de Inteligência de
Mercado da Forth Jardim.
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