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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Dinamismo e gamificação atraem o público feminino para novas modalidades de atividades físicas

Para perder peso ou dar um up na saúde, elas estão ocupando cada vez mais as academias -- e buscando por aulas diferentes das convencionais

 

De recomendação médica à busca em transformar o próprio corpo, a relação das mulheres com atividades físicas e esportes vem mudando -- ainda bem! -- ao longo dos anos. Se antes elas eram até proibidas de participar de competições esportivas, hoje elas têm seu lugar garantido nas diferentes modalidades do mundo fitness. Vale destacar um grande benefício da prática de atividade física para as mulheres: ela pode ajudar a amenizar cólicas menstruais e sintomas de tensão pré-menstrual, principalmente por causa da liberação de endorfina - o hormônio responsável pelo bem-estar. 

Para a bailarina e educadora física Betina Dantas, se exercitar é um dos melhores remédios para liberar a tensão nessa fase do mês. “Ao treinarmos, melhorarmos a circulação sanguínea, o que reduz o desconforto abdominal. Até a autoestima melhora e a irritação vai embora”, comenta. Ela é a criadora do modelo Ballet Fitness by Betina Dantas, que foi desenvolvido quando lesionou seu tornozelo em 2003 e ficou impossibilitada de fazer as atividades de seu treino habitual. O obstáculo a obrigou a desenvolver uma metodologia única que pudesse ser praticada apesar de suas limitações. Foi neste momento de adversidade que a dançarina começou a combinar exercícios funcionais da ginástica com elementos básicos do Ballet Clássico, criando seu próprio método que pode ser praticado até por quem nunca fez balé. “Comecei a pesquisar e fui estudar os estúdios de Nova York e outras partes do mundo para finalmente chegar à composição da minha própria metodologia de Ballet Fitness”, explica. 

Segundo Betina, muitas mulheres têm vontade de praticar exercícios, mas não se identificam com a musculação tradicional e buscam outras atividades físicas, impulsionando a criação de novas formas de ganhar condicionamento físico. A prática se tornou queridinha entre famosas como Karina Bacchi, Sabrina Sato, Carol Magalhães, Ingrid Guimarães, entre outras, por conta dos resultados rápidos, aulas envolventes com foco no alto número de repetições dos passos e no tempo de isometria e sustentação muscular. “A transformação é surpreendente, pois a aula mescla o aeróbio com o anaeróbio, trazendo força e ao mesmo tempo leveza e graciosidade como poucas modalidades conseguem! É uma aula ‘power’ que trabalha bastante com o cardiovascular, promovendo a queima de calorias e consequentemente perda de peso”, comenta a bailarina. 

Em 2021, Betina Dantas se juntou a Fernando Nero, especialista do segmento fitness e CEO do Grupo Ultra, para criar o Studio BYD -- um studio de condicionamento físico que oferece Ballet Fitness, Yoga e Dança em um só treino, com foco na saúde física e mental. “No Studio BYD as aulas são super dinâmicas e acompanham as tendências e lançamentos musicais. A predominância nas aulas é das mulheres, mas também temos alguns alunos homens que se interessam em conseguir um físico menos ‘bombado’”, revela Betina.
 

Monitoramento cardíaco para não sobrecarregar demais

“As mulheres estão em busca de práticas que fogem de uma academia tradicional que só tem musculação”, acredita Ivete Gama, diretora de marketing do Grupo Ultra. Nesse sentido, ela comenta que a procura feminina pelas aulas da Spider Kick vem crescendo. “A Spider é um studio inspirado no treinamento que o Anderson ‘Spider’ Silva, ex-Campeão Peso Médio do UFC, fazia para se preparar para as lutas. Ele é, inclusive, sócio da franquia. Mas não é um treino que foca só em luta. São 45 minutos de diferentes atividades que promovem alto gasto calórico e melhoram o condicionamento físico, o que vem trazendo um número cada vez maior de mulheres para as aulas”, diz. 

São três estações de atividades - uma de agilidade, onde os exercícios são de agachamento, salto, simulação de socos, pular corda, flexões e polichinelo, tudo com o peso do próprio corpo. Depois, vem a de Muay Thai, onde são trabalhados tanto chutes quanto socos. Por último, é o treino funcional, que é feito com pesos e alterna dias onde o foco são os membros inferiores e outros onde os superiores são os mais usados. “Todo dia é uma aula diferente e todas as unidades da Spider fazem o mesmo treino. sempre mantendo as três estações, mas com exercícios diferentes”, explica Ivete. Além do dinamismo das aulas, ela também cita a gamificação como um diferencial para o público feminino. 

“Nós fazemos monitoramento cardíaco durante o treino inteiro. Todo mundo usa um frequencímetro e existe uma TV que mostra ao aluno em que zona ele está. Se os batimentos estão tranquilos, ele está na zona azul. Quando passa para a zona amarela, eles estão um pouco mais elevados. O ideal é manter-se na zona laranja, que é quando há a maior queima calórica. Mas é preciso ficar atento para não ultrapassar essa zona e chegar na vermelha, que não é o ideal. No final do treino, essa TV mostra os seus resultados: quanto mais você se manteve na zona laranja, melhor foi o aproveitamento”, explica a diretora de marketing. Dessa maneira, quem participa das aulas mantém o seu próprio ritmo e evita sobrecarregar demais o próprio corpo - um cuidado eficaz para evitar lesões. 

Seja para perder peso, melhorar a saúde física e mental -- ou ambos! --, a academia é cada vez mais um espaço feminino. “Meu desejo, enquanto profissional do setor fitness, é que toda mulher encontre uma atividade física para chamar de sua. Acredito no potencial do exercício não apenas para um fim específico, como evitar doenças ou ter o corpo perfeito, mas sim como um modo de nos sentirmos bem com nós mesmas”, finaliza Ivete.
 

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