Uma análise parcial do ataque
russo à Ucrânia
A Rússia protagoniza, mais uma vez, um momento histórico
marcado por crises diplomáticas e econômicas com o mundo ocidental, em
especial, com os EUA. Infelizmente, este momento - já conhecido como Guerra
Fria parte II - tem desfechos dramáticos com a morte de soldados e civis no
território da Ucrânia, país do Sudeste da Europa.
A ofensiva militar russa que se infiltra pelo leste da
Ucrânia é o resultado de uma postura expansionista adotada pela administração
de Vladimir Putin, presidente da Rússia desde 1999, numa tentativa de não
permitir a expansão da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em
países vizinhos já que, recentemente, a Ucrânia foi convidada para integrar este
bloco. Outro grande motivo, seria o fato da queda do presidente ucraniano
pró-Rússia em 2014 e das novas posturas políticas adotadas pelo presidente
ucraniano Volodymyr Zelensky (ex-comediante) de aproximação política e
econômica com os países da União Europeia e, também, com os EUA.
A imprevisibilidade da postura do presidente russo e de suas
ações como chefe de Estado trouxe um ambiente de muita instabilidade
internacional. A OTAN tentou, por meio de várias reuniões, uma linha de
negociação com a Rússia que, até a semana passada, aparentemente, estava sob
controle. Entretanto, a ilusória calmaria deixa de existir quando as ações
militares russas marcham seguindo um ideal político maior. Em uma de suas
últimas entrevistas, Vladimir Putin declara que: “Os eventos de hoje estão
ligados não ao desejo de violar os interesses da Ucrânia e do povo ucraniano.
Eles estão ligados aos interesses da própria Rússia em relação àqueles que
fizeram a Ucrânia refém e tentam usá-la contra nosso país e seu povo. Repito, nossas
ações correspondem à autodefesa de ameaças que criam para nós e de um desastre
maior do que estamos vendo atualmente”.
Enfim, temos uma ação que sugere um contra golpe contra as
principais potências capitalistas do mundo ocidental e a tentativa da Rússia de
se tornar, novamente, numa alusão à antiga URSS, um dos países mais importantes
do mundo.
É importante salientar que, nestes últimos anos da Nova
Ordem Internacional, a ascensão de potências orientais marcam um recomeço de
disputas econômicas, crises diplomáticas/políticas e ideológicas pelo mundo. A
instabilidade geopolítica permanecerá com muitos novos eventos e, muito
provavelmente, os países que não estão envolvidos diretamente com este conflito
padecerão, a começar pela exponencial alta do preço do barril de petróleo e,
também, pelo lado que escolherem numa relação diplomática internacional.
Se por uma vertente temos a OTAN, liderada pelos EUA, se
preparando para algum tipo de ofensiva em território ucraniano, pela outra
tem a Rússia com a OTSC (Organização do Tratado de Segurança Coletiva)
com a ajuda da Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, além da
atual declaração política de apoio proveniente de Cuba e da Venezuela.
Tuca Alarcon -
docente de Geografia no Colégio Marista Arquidiocesano, localizado em São Paulo
(SP).
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