Mastologistas
da Central Nacional Unimed e da Sociedade Brasileira de Mastologia alertam para
os exames e as medidas de prevenção
O diagnóstico precoce
é fundamental para a eficácia no tratamento do câncer de mama, que ocupa a
primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, segundo
o Instituto Nacional do Câncer (Ministério da Saúde). A pandemia de Covid-19
tem reduzido as chances de diagnóstico precoce, afastando as mulheres dos
consultórios médicos e dos exames para detecção.
"A Covid-19 tem
reflexos em nossos consultórios e passamos a atender e diagnosticar pacientes
com câncer de mama em estágios mais avançados, principalmente no SUS",
afirma o Dr. Sérgio Calmon, médico mastologista do Grupo Amo, parceiro na Bahia
da Central Nacional Unimed.
"Nossa percepção
é que a demanda está voltando a regularizar nas clínicas e hospitais
particulares, porém, no SUS ainda temos uma demanda reprimida muito alta. Por
isso, a campanha Outubro Rosa tem um papel fundamental, para chamar a atenção e
ratificar a importância da realização da mamografia", comenta o
mastologista.
Ele afirma, ainda,
"além de ter maiores chances de cura, a paciente com diagnóstico precoce
tem um tratamento menos agressivo, com cirurgias menores, evitando em muitos
casos a quimioterapia". Sérgio Calmon é vice-presidente da Sociedade
Brasileira de Mastologia (SBM) - regional Bahia.
Um estudo da SBM
aponta que o número de mamografias realizadas em 2020 foi 42% menor em relação
ao ano anterior, em todo o território nacional. Dados preliminares, não
publicados, apontam que ainda não houve recuperação para os níveis anteriores à
pandemia.
"Além da queda na
realização das mamografias, exame fundamental para o rastreamento da doença,
nós identificamos um aumento de mulheres com nódulos palpáveis, saindo de 7,0%
em 2019 para 7,9% em 2020, o que preocupa bastante", alerta o Dr. Darley
de Lima Ferreira Filho, vice-presidente Região Nordeste, da SBM.
Ele explica que a
situação é ainda mais preocupante entre as mulheres nordestinas, de baixo poder
aquisitivo, atendidas pelo SUS. "A gente constata nos consultórios a
redução do número de consultas. Muitas mulheres que viajavam do interior para
as capitais, para consultas e exames, deixaram de fazer isso, porque muitas
prefeituras não tiveram condições de arcar com o custo do transporte dessas
pacientes, que muitas vezes chegavam em ambulâncias".
Dr. Darley também
destaca que a sobrecarga nos sistemas público e privado de saúde, provocada
pela Covid-19, dificultou o diagnóstico precoce. De acordo com o Inca, para o
Brasil, foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com um
risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.
O câncer de mama é o
tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em
desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 2,3 milhões de casos
novos foram estimados para o ano de 2020 em todo o mundo, o que representa
cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres,
segundo o Inca.
Vários fatores estão
relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama. Os principais são
envelhecimento, determinantes relacionados à vida reprodutiva da mulher,
histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso,
atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante.
Dr. Sérgio Calmon
ressalta que manter hábitos saudáveis de vida e realizar exames periodicamente,
são armas fundamentais na luta contra o câncer de mama. "As recomendações
são ter uma dieta saudável, peso equilibrado, praticar exercícios físicos, e
todas as mulheres depois dos 40 anos devem realizar a mamografia anualmente.
Caso apresentem algum sintoma na mama ou encontrem algo nos exames de rastreio,
procurem um (a) mastologista", recomenda.
Central
Nacional Unimed
Nenhum comentário:
Postar um comentário