Ouvir
música em alto volume faz mal!
Observe nas ruas, nos
ônibus, nas academias. É muita gente com fones no ouvido escutando música, não?
Até aí tudo bem, a música é parte essencial de nossa vida, relaxa e faz o tempo
passar mais rápido. O problema não está na música e, sim, no volume da melodia
que entra por nossas orelhas.
Os fones de ouvido
também foram - e ainda têm sido - um acessório indispensável durante a pandemia
da Covid-19. Estão presentes nas reuniões virtuais de trabalho, nas aulas
on-line e durante as chamadas de vídeo ou áudio com amigos e familiares. Quem
está fazendo home office não abre mão deles. Mas se por um lado os fones são
úteis, podem também causar danos à audição e provocar perda auditiva precoce.
"É preciso
cuidado com o volume do áudio e com o período de uso. Se houver excessos, podem
surgir zumbidos, além de danos auditivos", alerta a fonoaudióloga Rafaella
Cardoso, especialista em Audiologia na Telex Soluções Auditivas.
Qualquer som muito
elevado, por tempo prolongado - pode ser um barulho indesejável ou a música
preferida em volume alto - gera uma energia sonora que, quando intensa e
contínua, lesa a delicada estrutura anatômica auditiva. O resultado pode ser um
zumbido desagradável e/ou perda de audição progressiva e, o que é pior,
irreversível. E isso pode acontecer em qualquer idade, inclusive entre os
jovens.
A febre do uso dos
fones preocupa a Organização Mundial de Saúde. (OMS). De acordo com a entidade,
mais de 1 bilhão de jovens no mundo correm o risco de desenvolver problemas de
audição diante da exposição prolongada e excessiva a sons em volume alto,
principalmente por meio dos fones de ouvido. O alerta da OMS veio junto com a
publicação, em 2019, de novos padrões para a produção de produtos tecnológicos
que, segundo a entidade, estão contribuindo para a atual situação. A estimativa
é de que esse risco atinja 50% da população entre 12 e 35 anos de idade.
"A grande
preocupação é com o efeito cumulativo para a saúde auditiva. Dependendo do
volume e do tempo de exposição ao som elevado, além de predisposição genética,
o indivíduo sofre danos cada vez mais severos na audição, de forma contínua, ao
longo da vida. E as novas gerações serão as maiores vítimas, principalmente
agora que o equipamento está sendo usado com mais frequência", esclarece a
fonoaudióloga da Telex, que complementa: "Ao usar fones, evite ultrapassar
a metade da potência do aparelho".
Existem vários tipos
de fones de ouvido. O melhor é o do tipo circumaural, que envolve toda a
orelha, o que ajuda a isolar bem o som externo, permitindo melhor qualidade de
som e evitando, assim, que o usuário aumente o volume. Já os fones
supra-auriculares também são grandes, mas, em vez de envolverem as orelhas, ficam
sobre elas e, por isso, o bloqueio do som ambiente é menor.
Os mais usados ainda
são os fones auriculares porque eles já vêm junto com os smartphones. Esses não
bloqueiam a entrada dos sons do ambiente e, deste modo, para conseguirem ouvir
melhor a programação sonora, muitas pessoas costumam aumentar o volume do
aparelho, trazendo riscos à audição.
Existem ainda os fones
intra-auriculares, que se encaixam dentro do canal auditivo e permitem um bom
isolamento sonoro. Eles podem ser encontrados nas versões Bluetooth e True
wireless, mas podem incomodar após muitas horas de uso. Além disso, é bom
redobrar o cuidado com o volume do som, pois com esse tipo de fone são maiores
os riscos de danos auditivos.
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