Não há uma idade pré-determinada para que o bebê comece a andar, porém há formas de estimulá-lo a dar os primeiros passos. O mais importante é os pais saberem que não existe uma idade exata, e sim um período indicado. O ideal é que a criança comece a dar os primeiros passos entre 10 e 15 meses de vida, com uma certa tolerância até os 18 meses.
Não é indicado aos pais fazer
comparações entre o tempo de uma criança com o de outra, sejam irmãos, primos
ou amiguinhos. Cada um tem o seu tempo e a demora de um não significa problema
neurológico e tampouco falta de estímulo.
Como forma de impulsionar o bebê para tal, deixe que a criança,
enquanto engatinha, explore tudo o que a curiosidade dela deseja. É bacana
deixá-la descobrir caminhos, objetos, tanto com as mãos quanto com os pés.
Claro, sempre sob a supervisão dos pais. Outra dica é colocar um brinquedo a
uma distância para incentivá-lo a ir até ele. Além disso, dar as duas mãos para
o bebê e ir caminhando com ele acaba sendo uma atividade divertida que o motiva
a andar. Depois, é interessante, com cuidado, tentar soltar uma das mãos para
ver como ele se equilibra.
O ideal é deixar a criança descalça, pois assim ela sente melhor o
solo, o que lhe dá maior percepção e segurança. É salutar também que tenham
superfícies de apoio, para que possam se sustentar e se levantar, saindo do
chão, com objetos que aticem sua curiosidade acima do solo. Eles geralmente
começam a andar ficando em pé, andando de lado e, por fim, dando pequenos
passos de um móvel a outro.
Geralmente os pais sentem um misto de alegria e medo ao verem seus
pequenos começarem a andar. Um conselho importante é tentar evitar ao máximo se
mostrar aflito, algo que pode passar para eles insegurança, apesar de ficar de
olho e ampará-los quando houver necessidade, não se deve demonstrar medo. É
importante ficarem atentos a quinas, escadas, superfícies escorregadias, entre
outros, para que a criança não se machuque. É uma fase deliciosa que deve ser
curtida muito, tanto pelos pais como pelos filhos.
Por fim, mas não menos importante, chamo atenção em relação ao
andador, já que a maioria dos pais me pergunta a respeito. O acessório, ao
contrário do que se pensa, não estimula a criança a andar, pelo contrário, ele pode retardar a atividade
muscular da criança, que fica pendurada, sem mexer a perna ou as
articulações. Além de não contribuir para que a criança caminhe mais
rapidamente, o equipamento pode atrapalhar o desenvolvimento motor do bebê, bem
como ser responsável por acidentes e traumas graves. Há, inclusive, projetos de
lei prevendo que a fabricação e a comercialização dos andadores sejam proibidas
no Brasil, algo que já ocorre em alguns países.
David Nordon - médico ortopedista pediátrico pelo HC FMUSP -
Preceptor de ortopedia Pediátrica da PUCSP e Preceptor de ortopedia do HESAP.
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