Especialista
responde as principais dúvidas sobre o tema
Cólicas,
irritação, inchaço e TPM são alguns dos sintomas do período menstrual. Por
esses motivos, interromper ou suspender a menstruação permanentemente tem sido
uma ideia atrativa para muitas mulheres. “Foi-se o tempo em que o período
menstrual era o melhor termômetro do bom funcionamento do organismo e um sinal
de que não ocorreu gravidez. Agora, desde o momento que ocorreu uma mudança no
papel da mulher na sociedade, aumenta-se o número de pacientes que desejam
suspender a menstruação”, comenta Renato de Oliveira, ginecologista
responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis.
Apesar
do assunto estar em alta, existem ainda muitas dúvidas e receios em relação a
parar de menstruar. Abaixo, o especialista desvenda os principais mitos e
verdades sobre o tema.
Algumas
mulheres não podem suspender a menstruação
VERDADE. Alguns cânceres de mama que são
sensíveis ao estrogênio e a progesterona contraindicam o uso destes hormônios
e, consequentemente, dos métodos contraceptivos hormonais. “Qualquer método que
possua estrogênio não deve ser utilizado por mulheres com hipertensão não
controlada, que tenham passado por cirurgia de grande porte com imobilização
prolongada, que tenham antecedente de acidente vascular cerebral, doenças
cardíacas isquêmicas, enxaquecas severas, tumores hepáticos ou hepatites
agudas”, alerta Renato. Por isso, sempre consulte um ginecologista antes de
iniciar um método contraceptivo, trocá-lo ou optar pelos regimes estendidos.
Suspender
a menstruação causa infertilidade
MITO. É muito importante
frisar que os métodos hormonais não causam infertilidade permanente. “A
interrupção do método e o retorno dos ciclos menstruais sugere o retorno à
fertilidade. No entanto, há outros fatores que podem associar-se à dificuldade
de engravidar, como a idade. Dessa forma, não é o fato de ter usado 10 a 15
anos de anticoncepcional, por exemplo, que dificulta a gravidez, mas sim o fato
de ter esse tempo a mais para despertar o real desejo reprodutivo”, esclarece o
especialista.
A
suspensão é feita apenas por pílula anticoncepcional
MITO. O mais comum é o
uso contínuo da pílula anticoncepcional. Neste caso, a paciente toma o
medicamento, que pode ser uma combinação dos hormônios estrogênio e
progesterona, ou somente a progesterona, sem interrupções. Dentre os outros
métodos estão o DIU liberador de levonorgestrel, opção que pode evitar a
menstruação e a gravidez e aconselhado mantê-lo por até cinco anos; o implante
subcutâneo, um pequeno bastão flexível, mais fino que um palito de dente, é
fabricado à base de progesterona e deve ser colocado sob a pele no antebraço, e
por fim outra opção é a injeção trimestral de acetato de medroxiprogesterona.
Quem
tem mioma e endometriose pode se beneficiar com a suspensão?
VERDADE. Suspender
a menstruação também pode ser tratamento para algumas doenças como mioma e
endometriose. Para o mioma, por exemplo, o possível sangramento intenso pode
ser controlado pela suspensão da menstruação. No caso da endometriose, a qual
se caracteriza pela presença de tecido de dentro do útero, denominado
endométrio, implantado fora da cavidade, pode cursar para algumas pacientes
durante sua menstruação com intensas dores, diarreia e até mesmo sangue na
urina. Nesta situação, a suspensão seria uma excelente alternativa para aquelas
pacientes que não desejam gravidez.
Antes
de escolher o método é necessário uma consulta ginecológica
VERDADE. Sem
dúvida, procure um especialista. “A prescrição de qualquer método deve
considerar a segurança para cada paciente conforme os critérios de
elegibilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS). Assim, a consulta médica é
fundamental para evitar os riscos da automedicação”, finaliza.
Criogênesis
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