Apesar de
ter alta incidência de doenças respiratórias, 4 a cada 5 pessoas não conhecem a
Fibrose Pulmonar Idiopática, doença crônica e grave que causa enrijecimento
progressivo dos pulmões
Os dados do DATASUS apontam que, entre
agosto do ano passado e agosto deste ano, a região sul ocupou a terceira
posição em número de internações por conta de doenças do aparelho respiratório[i]. O estado do Paraná, por exemplo,
apresenta o dobro de internações feitas no Rio de Janeiro. Especialistas
destacam que a incidência de doenças respiratórias costuma ser maior no Sul
devido ao clima frio e úmido dessa região. Isso porque o ar fica mais propício
à proliferação de vírus e a umidade do ar é favorável para o surgimento de mofo
e fungos, fatores que podem agravar o quadro de pacientes com doenças
respiratórias.
A pesquisa Panorama da
Saúde Respiratória do Brasileiro, encomendada pela farmacêutica Boehringer
Ingelheim ao IBOPE Inteligência[ii], alerta
que algumas dessas doenças ainda não são conhecidas pela população. É o caso da
Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI), condição rara, grave e crônica que afeta os
pulmões, provocando o enrijecimento progressivo do órgão. Os dados revelam que
4 a cada 5 pessoas não sabem nada a respeito da Fibrose Pulmonar Idiopática na
região sul do país.
Além disso, 42% dos
entrevistados da região acreditam que a FPI é grave, mas não sabem que ela pode
ser fatal. “A doença é caracterizada pelo surgimento de cicatrizes, que
chamamos de ‘fibroses’, nos pulmões, que perdem sua elasticidade e a capacidade
de movimento para a respiração adequada. A condição se desenvolve em pouco
tempo e o paciente perde a capacidade pulmonar progressivamente”, aponta o
Dr. Adalberto Rubin, pneumologista da Santa Casa de Porto Alegre (RS). A FPI
tem como principais sintomas a falta de ar e a tosse seca, facilmente
atribuídos ao envelhecimento, tabagismo[iii]
e outras doenças cardíacas e respiratórias, o que pode confundir o diagnóstico.
O desconhecimento da
doença e de seus sintomas tem como consequência a dificuldade do diagnóstico,
como explica o Dr. Rubin: “Por ser uma doença rara, sobre a qual os
pneumologistas ainda têm pouco conhecimento e os dados sobre sua incidência
exata ainda não foram coletados, o diagnóstico da Fibrose Pulmonar Idiopática
costuma ser difícil e demorado.
Infelizmente, é comum que os pacientes só
tenham o diagnóstico 2 ou 3 anos após o início dos sintomas”. A FPI atinge
entre 14 e 43 pessoas em cada 100 mil no mundo[iv].
Ainda não existem dados específicos sobre a prevalência da doença no Brasil,
mas estima-se que seja entre 13 e 18 mil casos por 100.000 habitantes[v]. Devido à similaridade dos sintomas da
Fibrose Pulmonar Idiopática com os de outras doenças respiratórias e mesmo
cardíacas, estima-se que 50% dos pacientes com FPI sejam diagnosticados de
forma equivocada[vi].
A Fibrose Pulmonar
Idiopática ainda é de causa desconhecida. Contudo, é mais comum entre fumantes
ou ex-fumantes e em pessoas que foram expostas a poluentes ambientais ou no
trabalho. Geralmente, a doença é mais prevalente em homens e acomete
principalmente pessoas com idade superior a 50 anosiii.
Essa
característica gera um alerta para a população sulina, que apresenta um aumento
significativo da sua população idosa. Só na primeira década do século XXI,
houve um crescimento de 47% da proporção de pessoas com idade acima de 60 anos
no estado[vii]. “O envelhecimento da população e
o fato de que a região sul do Brasil apresenta uma das maiores taxas de
internamento por doença respiratória no país indicam a necessidade de
conscientizar a população sobre essas doenças”, reforça o Dr. Rubin. Os
fatores ambientais também podem contribuir para o desenvolvimento da FPI. Na
parte sul do estado de Santa Catarina, há uma concentração de indústrias de
extração de carvão[viii], que pode provocar o
aparecimento de doenças pulmonares.
Embora 86% da população do
sul não conheça a existência de tratamento para a Fibrose Pulmonar Idiopáticaii,
já existe medicamento que desacelera a progressão da doença em 50%. “O
nintedanibe, lançado no Brasil em 2016, representa a esperança para pacientes
com a doença. Estudos mais recentes mostram que existem alguns pacientes que
conseguiram estabilizar a doença durante o tratamento”, explica o Dr.
Adalberto Rubin.
Sobre
a pesquisa PANORAMA DA SAÚDE DO BRASILEIRO
Para entender melhor o panorama da
saúde respiratória do brasileiro, a Boehringer Ingelheim do Brasil encomendou
ao IBOPE Inteligência a coleta de dados de uma pesquisa nacional com homens e
mulheres entre 18 e 65 anos das classes A, B e C, de todos os estados do
Brasil. O principal objetivo era realizar um levantamento sobre o quanto a
população conhece as doenças respiratórias, suas percepções sobre sintomas,
tratamentos e impacto nas atividades de rotina, além de saber mais sobre o
comportamento de quem respondeu apresentar alguma(s) dessas doenças. A
pesquisa, feita via entrevistas por telefone assistida por computador com 2.010
pessoas entre 22 de maio e 04 junho de 2015, demonstrou que 44% dos brasileiros
apresentam sintomas respiratórios (tosse, falta de ar, chiado no peito, coriza)
que, geralmente, são percebidos como manifestações de doenças como asma,
bronquite, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).
Boehringer Ingelheim
www.boehringer-ingelheim.com.br e www.facebook.com/BoehringerIngelheimBrasil
[ii] Pesquisa
“Panorama da Saúde do Brasileiro”, encomendada pela Boehringer Ingelheim do
Brasil para o Ibope Inteligência, 2015.
[iii] RUBIN, Adalberto Sperb, et al. "Diretrizes de doenças
pulmonares intersticiais da Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia." Jornal Brasileiro de Pneumologia 38.suppl. 2 (2012): S1-S133.
[iv] Raghu G,
Weycker D, Edelsberg J, Bradford WZ, Oster G. Incidence and prevalence of
idiopathic pulmonary fibrosis. Am J Respir Crit Care Med 174 (7), 810 - 816
(2006).
[v]
Baddini-Martinez, José, and Carlos Alberto Pereira. "Quantos pacientes com
fibrose pulmonar idiopática existem no Brasil?." Jornal Brasileiro de
Pneumologia 41.6 (2015): 560-561.
[vii] Gottlieb, Maria Gabriela Valle, et al. "Envelhecimento
e longevidade no Rio Grande do Sul: um perfil histórico, étnico e de
morbi-mortalidade dos idosos." Revista Brasileira de Geriatria e
Gerontologia 14.2 (2011): 365-380.
[viii]
Fonseca, Fernanda Rodrigues, and Cíntia Honório Vasconcelos. "Estudo da
distribuição de doenças respiratórias no estado de Santa Catarina,
Brasil." Cad Saúde Colet 19.4 (2011): 454-460.
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