Especialista
alerta para a importância do acompanhamento médico, alimentação saudável e a
prática de atividades físicas como uma saída para evitar essa doença
crônica
Vista embaçada,
sede em excesso ou até, nenhum sintoma. Assim pode se apresentar o
diabetes, de forma assintomática ou com picos de sintomas que podem se tornar muito graves. No Brasil são mais de *13 milhões de
pessoas vivendo com a doença, o que representa quase 7% da população. Segundo a
Dra. Roberta Villas Boas, endocrinologista do Hospital 9 de Julho, esse
número tende a crescer. “O excesso de peso geralmente está ligado ao diabetes.
No Brasil estamos com um número elevado de pacientes com sobrepeso e isso
impacta diretamente na saúde” explica a médica.
O
diabetes é uma doença que se caracteriza pelo elevado
teor de glicose no sangue. A glicose é um tipo de açúcar que se produz quando
os alimentos são digeridos no intestino e que necessita de insulina para ser
absorvida, um hormônio secretado pelo pâncreas. Segundo a Dra. Roberta, algumas
pessoas apresentam deficiência na produção ou uma resistência à ação da
insulina, o que leva ao aumento da taxa de açúcar no sangue.
Para
evidenciar a gravidade dessa doença e como podemos tratá-la, a Dra. Roberta revela
quais são as curiosidades sobre o diabetes, os cuidados necessários e os
tratamentos disponíveis. Confira:
Quais
são os tipos de diabetes?
Os tipos principais são 1 e 2. O diabetes Tipo 1 ocorre principalmente
em crianças e adolescentes. Nesses casos, a produção de insulina pelo pâncreas
é praticamente nula. Já o diabetes Tipo 2 é mais comum em adultos e está
associado a hipertensão e histórico familiar, entre outros fatores como o
sobrepeso e a obesidade. Segundo a Dra. Roberta, o peso ainda é o principal
vilão para se tornar um paciente diabético “Nesses pacientes, o excesso de
gordura corporal atrapalha a ação da insulina resultando, com o passar dos
anos, em hiperglicemia”, afirma a médica.
No diabetes Tipo 2, porém, há um agravante. Durante anos,
a pessoa pode não apresentar sintomas e, com isso, não procurar o tratamento
adequado podendo causar complicações como alterações na visão e vasculares. Por
isso, a Dra. Roberta ressalta a importância da prevenção com acompanhamento
médico.
Quais
são os principais sintomas?
O
diabetes pode ser assintomático, o que acaba retardando o diagnóstico. Para a
Dra. Roberta isso revela a importância do check ups anuais e de criar hábitos
mais saudáveis “Cuidados com a alimentação e a prática de exercícios físicos
tornam o paciente mais saudável e pode evitar a doença”, explica a médica que
reforça como os sintomas aparecem “o excesso de açúcar no sangue, com o passar
dos anos, pode causar lesões vasculares, atrapalhando a circulação em todo o
corpo”. Os principais efeitos da doença são: sede e urinar em excesso,
formigamentos, infecção genital (candidíase) e dificuldade na cicatrização,
lesão da retina levando ao déficit visual (retinopatia), lesões nos nervos
principalmente dos membros inferiores (neuropatia) e perda da função dos rins
(nefropatia).
Existe
tratamento?
O
principal tratamento é para o controle do nível de açúcar no sangue feito por
meio de dieta alimentar, medicamentos orais ou insulina. Também é necessário
realizar exames regularmente para verificar a presença de complicações e, em
alguns casos, fazer a medição nos níveis de açúcar no sangue diariamente.
O
diabetes pode se agravar?
Por
acumular glicose na corrente sanguínea, o diabetes acaba influenciando no
agravamento de doenças como pressão alta, doenças renais, colesterol e AVC. O
diabético tem uma propensão maior para doenças cardiovasculares, como a pressão
alta e o AVC. Desta forma, se torna ainda mais necessário o cuidado e
diagnóstico precoce, sendo assim, o tratamento poderá ser iniciado mais rápido,
aumentando as chances de controle da doença.
Principais
recomendações
Manter
uma alimentação saudável diminui consideravelmente os riscos de aparecimento do
diabetes tipo 2. Além disso, é necessário o cuidado com o ganho de peso,
praticar exercícios físicos e visitas periódicas ao médico. A Dra.
Roberta esclarece alguns mitos sobre a doença: “O diabetes não é transmissível,
nem emocional. Por isso, é preciso que os pacientes tenham mais informações
sobre o tema para terem menos receio de buscar o diagnóstico e tratamento da
doença” recomenda a especialista.
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