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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Aposentadoria Rural 2022: Quem vai poder se aposentar?


Como o próprio nome diz, a Aposentadoria Rural é um benefício do INSS concedido aos trabalhadores do campo e para os membros da família quando cumpridos alguns requisitos. 

Esse tipo de benefício pode ser concedido por idade, por contribuição e para os segurados especiais.

Acompanhe nossas publicações e veja agora em qual tipo de aposentadoria rural você se encaixa, quais são os requisitos e como provar a atividade rural e ainda, como aproveitar o tempo de trabalho urbano e o que mudou ou não em 2022.

 

1. O que garante o Direito à Aposentadoria Rural?

O regime geral de previdência social (RGPS) é direcionado para os trabalhadores da iniciativa privada, sejam trabalhadores urbanos ou rurais.

A Lei 8.213/1991 estabelece as principais regras para as concessões dos benefícios sociais. 

Além dessa lei, o Decreto 3.048/1999 regulamenta as direções que o INSS deve ter para com os segurados, principalmente quanto a universalização do atendimento, com isso ficou garantido e estendido aos trabalhadores rurais o direito a aposentadoria.

Pode parecer exagero registrar dessa forma, mas na história do direito previdenciário, alguns trabalhadores rurais e principalmente os cônjuges dos trabalhadores rurais de economia familiar ficavam de fora dos benefícios.

E quem são os segurados que têm direito a aposentadoria rural?

 

2. Como saber se me encaixo como trabalhador rural?

Existem 4 (quatro) tipos de segurados que são beneficiados com a aposentadoria rural. São os seguintes:

a) Segurado empregado rural.

O segurado empregado é fácil de ser identificado. Trata-se daquele trabalhador subordinado a um empregador de forma habitual, cumprindo jornada de trabalho específica.

A lei fala que as atividades devem ser realizadas em uma propriedade rural ou prédio rústico. A definição de prédio rústico é antiga, está no Estatuto da Terra, mas para os fins previdenciário, temos que saber que é a propriedade que independente do lugar que esteja localizada é destinada a atividades agrícola, pecuária ou agro-industrial.

A situação desse segurado empregado é praticamente a mesma do urbano, onde o empregador realiza todas as obrigações de recolhimento das contribuições.

 

b) Segurado contribuinte individual rural.

É a pessoa que não tem vínculo empregatício e pode prestar serviço para mais de uma empresa rural. Diaristas e volantes são os trabalhadores que se classificam nessa categoria.

 

c) Segurado trabalhador avulso.

Muita gente confunde o avulso com o individual, mas a grande diferença é que no caso dos avulsos, sempre tem a intermediação. Essa intermediação é feita ou por cooperativa de trabalho ou sindicato de categoria.

Diaristas ou volantes podem se encaixar tanto como avulsos ou individuais, o que vai diferenciar vai ser a intermediação.

 

d) Segurado Especial

São os trabalhadores rurais que representam o maior número de trabalhadores. Podemos destacar os seguintes trabalhadores que se encaixam nessa categoria:

- produtores rurais;

- familiares do segurado especial;

- indígena;

- garimpeiro;

- pescador artesanal;

- silvicultores e extrativistas vegetais

 

3. Quais os tipos de benefícios que o trabalhador rural tem direito?

Vamos lá pessoal!

Basicamente existem 2 (dois) tipos de aposentadoria rurais. Podemos dizer que existe a Aposentadoria Rural por Tempo de Contribuição e a Aposentadoria Rural por Idade.

 

3.1 Aposentadoria Rural por tempo de contribuição.

Para receber esse benefício, o trabalhador deve cumprir um tempo de contribuição.

Os segurados especiais não se encaixam nessa modalidade porque não contribuem para a previdência, já a gente explica direitinho.

E então, o que acontece é o seguinte, poderão se aposentar por tempo de contribuição, os empregados, os avulsos e os individuais.

 

Quais os requisitos:

Nessa modalidade existe diferença nos requisitos para homens e mulheres.

- As mulheres devem ter no mínimo 30 anos de tempo de contribuição e cumprir uma carência de 180 meses

- Os homens devem ter no mínimo 35 anos de contribuição e cumprir uma carência de 180 meses.

Vale lembrar que a Reforma da Previdência de 2019 não modificou os requisitos para essa modalidade de benefício, mas infelizmente a forma de calcular a renda mensal inicial sim. Vejam como era e como ficou.

 

O cálculo do benefício:

Não é exagero, mas o dia 13/11/2019 tem que ser muito bem verificado para saber se você tem direito às regras antigas ou as novas.

Se você cumpriu com os requisitos até 12/11/2019, o cálculo é na forma antiga. Do contrário, se você cumpriu com os requisitos, por exemplo, em 14/11/2019, já e na forma nova.

 

Antes da Reforma o cálculo era o seguinte:

- média dos seus 80% maiores salários de contribuição desde julho/1994

e

- multiplicação desse média encontrada pelo fator previdenciário

Para quem não sabe, o fator previdenciário é uma fórmula matemática que informa o INSS quanto que vai custar para a previdência manter a sua aposentadoria. 

Tomamos a liberdade de dar essa afirmação, porque o fator previdenciário é um multiplicador. Quanto maior a idade e o tempo de contribuição, menor é o fator previdenciário. Por outro lado, se mais jovem e com menos tempo, o fator é maior. Essa é uma barreira da lei para forçar os trabalhadores a adiar a aposentadoria.

Exemplo: Maria tem 57 anos e 32 anos de contribuição. A média das contribuições alcançou R$ 3.000,00. Fazendo o cálculo, o fator previdenciário dela é 0,76. Multiplicando o fator por R$ 3.000,00 a aposentadoria será de R$ 2.280,00. Imaginem então que ela tenha exatos 30 anos de contribuição. O fator previdenciário será 0.72 e a aposentadoria será de 2.160,00. Vejam como 2 anos a mais de contribuição fizeram a diferença.

Depois da Reforma de 2019 já são outros requisitos:

- média de todos (100%) dos salários de contribuição desde julho/1994;

e

- em cima dessa média recebe 60% + 2% por cada ano trabalhado que ultrapassar, no caso da mulher, os 15 anos e do homem, os 20 anos.

Hã!? Como assim, que conta é essa? 

Vamos a um exemplo para deixar claro. Vamos pegar a nossa amiga Maria com seus 32 anos de contribuição. Nesse caso, a média dos salários da Maria deu R$ 2.000,00. A conta fica assim: 60% + 34% (17 anos além dos 15 de contribuição), ou seja, vamos multiplicar 94% x R$ 2.000,00. O salário de contribuição será de 1.880,00.

 

3.2 Aposentadoria Rural por Idade.

No caso da aposentadoria rural por idade será levado em consideração a idade do segurado e o tempo de carência de contribuições. Tanto para homens quanto para mulheres o prazo é de 180 meses de carência.

A diferença está na idade, para homens 60 anos de idade e para mulheres 55 anos.

 

Como ficou depois da Reforma de 2019?

Aqui há uma vantagem, não houve mudança nos requisitos, foram mantidos os mesmos requisitos de idade e carência. Na época da tramitação do projeto de alteração, levou-se em consideração as condições diferenciadas de trabalho desses trabalhadores rurais.

Mas atenção, houve mudanças na forma de calcular:

Antes da Reforma, ou seja, até o dia 12/11/2019, se a pessoa já tinha completado os requisitos, o cálculo da aposentadoria rural era assim:

- pegava a média dos 80% maiores contribuições desde julho/1994;

e

- da média apurada, o salário seria 70% + 1% por ano de contribuição feito.

Depois da Reforma, não é mais a média dos 80% maiores salários de contribuição, passou a ser a média dos 100% das contribuições desde julho/1994

 

É possível aproveitar o tempo de serviço urbano?

Sim, existe essa possibilidade se você contribuiu em atividades rurais e em atividades urbanas.

É a chamada Aposentadoria Rural por Idade Híbrida. Nesse caso soma-se os períodos de contribuição da atividade rural com a urbana.

Infelizmente, nessa modalidade houve mudanças com a Reforma de 2019.

Antes da Reforma era exigido o seguinte:

 

Homens Mulheres

* 65 anos de idade * 60 anos de idade

* 180 meses de carência * 180 meses de carência.

Se pessoa tivesse, por exemplo, 130 meses de contribuições na rural, poderia somar com as 50 da atividade urbana.

Depois da Reforma de 2019, ficou assim:

Homens Mulheres

* 65 anos de idade * 62 anos de idade

* 20 anos de contribuição * 15 anos de contribuição

No caso dos homens aumentou o prazo de 5 anos de contribuição e para as mulheres, aumentou a idade. 

Tem ainda, uma notícia ruim para quem optar pela aposentadoria híbrida, não existe regra de transição. Se o homem por exemplo já tivesse a idade e 179 meses de carência em 12/11/2019 ele não conseguiria a aposentadoria híbrida, ele já estaria na regra nova, devendo trabalhar mais 5 anos.

 

4. O segurado especial recebe qual benefício?

Quando falamos a pouco das duas modalidades de aposentadoria rural - Aposentadoria por Tempo de Contribuição e Aposentadoria por Idade - vejam que sempre é necessário que o trabalhador tenha realizado a efetiva contribuição para o sistema previdenciário.

Vale lembrar que esses segurados especiais mantêm a atividade rural sem nenhum vínculo empregatício, as atividades são realizadas de maneira individual ou familiar. A lei classifica como Regime de Economia Familiar. 

De acordo com a lei, esses trabalhadores estão livre de comprovar a contribuição, mas devem provar a carência de 180 meses exercendo a atividade rural.

Como os segurados especiais não realizam o pagamento de contribuições, o valor do benefício concedido é o equivalente ao salário mínimo e as variações dos valores seguiram os reajustes do governo.

Só para registrar, o segurado especial não foi afetado pela Reforma de 2019.

 

5. Quais são os documentos exigidos para pedir uma das aposentadorias rurais?

No geral, a lei da previdência apresenta uma lista documentos que podem ser utilizados para comprovação da condição de trabalhador rural. Essa lista está na Lei 8.213/1991:

- contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; 

- contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;

- declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, de que trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, ou por documento que a substitua; 

- bloco de notas do produtor rural

- notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7o do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor;

- documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante;  

- comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção;  

- cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural; ou 

- licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra. 

Para os trabalhadores rurais segurado empregado, contribuinte individual e trabalhador avulso, além dos documentos acima referidos, a Carteira de Trabalho e Previdência Social, carnes de recolhimento e quaisquer outros documentos que comprovem o recolhimento das contribuições.

Já para os segurados especiais a comprovação é um pouco mais complicada, porque como não realizam as contribuições devidas ao INSS, a comprovação de que exerceram atividades rurais dependem de outros documentos, como por exemplo nota fiscal de venda de produtos, contratos de meação ou arrendamentos além de outros documentos.

 

6. Como ter acesso a planejamento previdenciário?

Quando se fala em aposentadoria vale a pena investir em um profissional que possa auxiliar, revisar documentos, fazer cálculos e várias outras boas orientações. 

Se você quiser saber como contratar um advogado pela internet, confira esse nosso artigo.

 

Marília Schmitz - advogada e sócia da Schmitz Advogados, escritório especialista em Direito Previdenciário, com filiais no Rio Grande do Sul e Espírito Santo; e atendimento on-line para todo o Brasil.

 

Dados são resposta para a descarbonização do transporte público


O ano de 2021 foi um ano de grande avanço nas discussões sobre questões ambientais. Grandes representantes das nações se reuniram para debater (e chegar a um consenso) sobre as melhores decisões em prol do planeta. Um desses eventos foi o grande encontro em Glasgow, durante a COP26, onde tive a chance de ouvir inúmeras propostas que buscam reverter a ação do homem e preservar o meio ambiente. Contudo, o que ficou claro, é que não há meios de mudar o cenário atual sem o uso da ciência de dados e a sua relevante atuação em ações que visam colaborar para o enfrentamento às questões climáticas. 

Um dos grandes temas e pilar de discussão foi a questão da descarbonização do transporte e como esse ponto passa a ser muito além de gestão pública, inteligente e integrada a partir do uso da ciência de dados, do que apenas infraestrutura. 

Acelerar a transição para emissões líquidas zero será vital para conseguirmos manter o aumento da temperatura global perto da meta de 1,5 graus. De acordo com a ONU-Habitat, as cidades consomem 78% da energia mundial e produzem 60% das emissões de gases de efeito estufa. Mas, apesar de representarem menos de 2% da superfície terrestre, ainda é um valor considerável quando pensamos no montante. Sendo assim, a adoção de ferramentas tecnológicas pelas cidades tornará possível monitorar o meio ambiente, as cidades e as atividades humanas, a fim de extrair métricas que definirão as ações a serem executadas. 

Nesse sentido, a plataforma Trancity, desenvolvida pela Scipopulis, faz diversas análises de dados relacionados ao transporte público, e foi apresentada durante o evento com este principal propósito. Dentre as análises realizadas pela ferramenta, está um modelo de Estimativa de Emissões de Poluentes do Transporte Público, que permite estimar a quantidade de poluentes gerada por cada veículo a partir de dados reais da operação. Os resultados desse modelo deixam claros os benefícios da substituição de ônibus tradicionais por modelos elétricos, à medida que essa transição é realizada pelo poder público. 

Um outro exemplo de aplicação da ferramenta foi a análise feita durante a pandemia na cidade de São Paulo. Foi possível identificar com precisão a diminuição das emissões causada pela redução de frota circulante na cidade e pelo ganho de velocidade dos ônibus. A ferramenta, além de analisar os dados de operação de qualidade do serviço de transporte público, foi – e é - capaz de gerar diversas métricas em relação ao impacto ambiental do transporte público que ajudam o gestor público a identificar, por exemplo, as linhas que mais poluem na cidade ou as áreas mais afetadas pela poluição gerada pelo transporte público, permitindo ao gestor direcionar os investimentos em eletrificação nas áreas que mais sofrem com os impactos da poluição. 

Além disso, conseguimos estimar a quantidade de energia necessária para operar linhas existentes com ônibus elétricos, avaliando se características da linha, como a aclividade ou o modelo de ônibus utilizado, são viáveis para operação elétrica com as tecnologias atuais. Questões simples como essa impactam consideravelmente os custos operacionais e devem ser consideradas ao se planejar a transição energética do transporte público.  

Estes insights podem ser obtidos apenas com uma gestão inteligente de frotas, e apesar de discussões sobre o uso eficiente do transporte público ser um fator de atenção, pequenos detalhes precisam ser levados em conta, como por exemplo, o tempo de vida de bateria e as formas de carregá-las nos ônibus. É preciso que prolonguem o tempo de vida da bateria, evitando que se troque de forma desnecessária este componente pois é algo que pode comprometer o equilíbrio financeiro dos contratos.  

Então, não basta apenas planejar a operação com ônibus elétrico. É necessário monitorar essa operação para ter certeza de que as suas variáveis não estejam mudando ao longo do tempo e impactando as projeções realizadas durante a elaboração dos contratos, pois isso levaria a um aumento de custos e comprometeria a sustentabilidade financeira do sistema.  

A ferramenta, portanto, tem como um dos objetivos ajudar a fornecer os dados e os subsídios para planejar essa mudança e preparar os novos contratos de transporte que estão vencendo nas cidades e vão começar a ser renovados com o foco na eletrificação. Outro papel é monitorar a operação para garantir que as métricas e os parâmetros que foram especificados no planejamento continuem válidos. 

É nesse contexto que a tecnologia atua de modo favorável. A cidade é um sistema complexo e cada mudança realizada pode ter impactos imprevisíveis em diversas outras áreas. Os gestores tendo acesso a esses dados integrados para medir o impacto de uma mudança na cidade, conseguem uma melhor tomada de decisão para a gestão pública e, sobretudo, melhoram a qualidade de vida da população, já que as iniciativas são integradas.  

A descarbonização do transporte público é justamente uma dessas mudanças complexas. Se por um lado é algo que as cidades sabem que vão ter que fazer, por outro lado poucas estão agindo com metas claras e objetivas de como fazer isso. A partir de agora, acredito que essa é uma área que vai avançar bastante nas administrações municipais. Vai ficar muito mais claro para as cidades o que elas têm de fazer, como planejar ações concretas e realizá-las em um curto intervalo de tempo. 

Chego à conclusão de que para reduzir os impactos ambientais do transporte e obter resultados mensuráveis, precisamos analisar os dados de forma criteriosa e transparente. Com isso é possível viabilizar as mudanças necessárias, reduzir as necessidades de investimento, e garantir os resultados que evitarão um cenário catastrófico de mudança climática. É preciso agir hoje, pensando no amanhã.

 

Roberto Speicys  - CEO e Co-fundador da Scipopulis


Nômade digital: como trabalhar de qualquer lugar do mundo?

Trabalhar à beira da praia, imerso em meio à natureza ou em famosos centros turísticos ao redor do mundo. Isso até pode parecer um sonho distante para alguns, mas já é a realidade de muitos profissionais que não precisam mais se limitar a um escritório para realizarem suas funções. Se tornar um nômade digital – como ficou conhecido este modelo de trabalho – se mostrou completamente possível na pandemia e, cada vez mais desejado para aqueles que prezam pela liberdade em suas rotinas profissionais. Mas, mesmo com seu crescimento, a pergunta que fica é: como conquistar esta nova rotina?

Infelizmente, não são todas as carreiras que permitem o trabalho à distância. Determinadas áreas, como a da saúde, necessitam de profissionais presencialmente para desempenharem suas funções, sem muita possibilidade de exceções. Mas, uma grande maioria de cargos permite o trabalho à distância sem nenhum prejuízo – até mesmo, com uma maior produtividade e desempenho do que antes.

Há muito mais vantagens do que desvantagens em permitir que os profissionais possam operar de qualquer lugar do mundo. Dentre elas, a qualidade de vida é, sem dúvidas, um dos maiores benefícios, com maior liberdade de operar em qualquer lugar do mundo, desde que se tenha acesso à internet. Muitos ainda podem criar uma nova rotina para trabalhar nos horários em que se sentir mais à vontade, aumentando assim sua produtividade.

A tendência é tão grande que, um estudo divulgado pela Revelo em parceria com o Estadão, mostra que 69% dos profissionais afirmaram valorizar mais a flexibilidade de horário e a possibilidade de home-office do que um aumento de salário. Como justificativa, ter um maior tempo de lazer para si mesmo foi um dos principais influenciadores, evitando desgastes de locomoção e trânsito, por exemplo. Muito mais do que ser uma nova rotina de trabalho, o nomadismo digital representa um estilo de vida completamente diferente do que muitos estão acostumados, mas com importantes vantagens para aqueles que aderem a este modelo.

Embora não seja 100% acessível para todos os cargos, existem várias maneiras de aderir a este conceito. Um dos maiores exemplos são as carreiras dos consultores de intercâmbio, que possuem uma flexibilidade imensa para venderem os melhores pacotes de viagem para estudantes estando em qualquer lugar do mundo. Além de terem uma relação próxima com os clientes, eles podem operar de qualquer lugar, sem a necessidade de estarem presencialmente nas agências ou dependerem destas para fecharem os pacotes. A autonomia é significativa, fato que também permite uma maior remuneração para estes profissionais.

Mesmo com severos impactos para o mercado de trabalho, a pandemia abriu portas para a descoberta de novos modelos de trabalho, tão vantajosos quanto para todos os envolvidos. Hoje, não há mais a necessidade de trabalhar na sede das empresas, muito menos temer em não ser produtivo ou alcançar as metas estipuladas. Incentivar uma maior qualidade de vida – assim como a flexibilidade de horário e local – são ações que trazem enormes vantagens para as empresas e seus times.

Para aqueles que desejam explorar o nomadismo digital, é importante entender a fundo este conceito e, acima de tudo, se autodisciplinar para conseguir realizar suas funções à distância. Basta escolher um local que tenha acesso à internet, ter todos os equipamentos necessários para suas funções e, no final, aproveitar de uma bela vista enquanto desempenha seu trabalho.

 

 

Danilo Veloso - diretor comercial da SEDA College. Formado em administração de empresas, trabalhou por seis anos como camelô até conquistar uma vaga na área de cartão de crédito e conciliação bancária em uma companhia aérea. Após três anos no cargo, deixou a posição para estudar inglês na Irlanda, onde começou a trabalhar em agências de intercâmbio. 

 Escola do Intercâmbio


O agro é cada vez mais high tech

Drones, predição guiada por satélites, sementes, fertilizantes e máquinas de última geração, além de softwares que aumentam os potenciais das empresas num período de crescimento exponencial e resultados fora do comum. Definitivamente, o agro é cada vez mais high tech e exige tecnologias focadas em pessoas. Quando o empresário do setor precisa implementar ferramentas para modernizar sua empresa, como deve preparar a equipe para essa mudança?

É aí que nós, gestores de mudanças (GMOs), entramos com nossa expertise para promover e traduzir a inovação na companhia, de forma suave e sem provocar abalos. Afinal, são milhões em investimento na implementação de sistemas ERPs como, por exemplo o SAP S/4HANA, além de upgrades que exigem um time afinado na recepção.

Não podemos fazer esses movimentos sem explicar para o cliente do agronegócio que a tecnologia é 30% do que vai acontecer e os outros 70% dependerão muito das pessoas que vão apertar o botão da tecnologia depois. A inovação é o meio pelo qual será feita uma alteração na chave da empresa, mas quem vai fazer o movimento são as pessoas. O atendimento neste âmbito depende do mindset da equipe, se mais disruptivo ou não. Se a resposta for positiva, fica um pouco mais fácil.

Depois que conseguimos abrir essa porta, temos o entendimento sobre o fit cultural do segmento e suas particularidades. A conexão com o cliente é que dará as cartas nesses momentos, porque não há um modelo de prateleira a ser escolhido – o que deu certo em uma empresa não vai, necessariamente, dar certo em outra. A implementação é modelada caso a caso, de acordo com as características de cada cliente na transformação que ele requer, conforme a sua maturidade, valores, região e histórico. É necessário fazer a transformação com cuidado e respeito pela cultura do cliente.

A resistência às mudanças precisa ser feita em parceria com a área de recursos humanos do agronegócio. É muito aporte de tecnologia no campo, mas nem sempre o RH recebe o mesmo aporte, fazendo com que nosso trabalho próximo a ele seja estratégico no estabelecimento de pontes, visando um melhor ritmo no desenvolvimento das pessoas. Se vamos aportar mais tecnologia, precisamos ter um time melhor preparado para um ambiente de negócios competitivo.

Entre as características do agronegócio que influenciam nosso trabalho, está, portanto, a necessidade de também se investir no RH, para que seja uma área mais preditiva e que possa, de fato, ser uma sustentação de um setor em crescimento constante, desenvolvendo a liderança para suportar essa transformação e gerando senso de pertencimento no time.

Em processos como esses, a relação de confiança é imprescindível e o cliente precisa perceber que estamos lá para construir algo juntos. Buscamos ter uma linguagem próxima ao seu universo, a fim de descomplicar a tecnologia e extrair o que há de melhor para ajudar na realidade da empresa. A ideia é que estejamos lado a lado com o executivo e os colaboradores quebrando paradigmas, ultrapassando barreiras e casando propósitos.

Estamos em um projeto para implementação do SAP S/4HANA e percebemos o quanto a mudança impactará as pessoas. De nossa parte, como GMOs, é muito importante que o cliente participe ativamente deste movimento e cabe a nós mostrar claramente os motivos de desejar a mudança, fazer uma boa leitura de seu cenário e manter uma atitude de acolhimento e reciprocidade.

Pavimentar o caminho sem solavancos, mas de maneira que se compreenda o benefício do que está sendo feito no final do dia é nosso objetivo. Essas empresas, especialmente as que estão implementando ou almejam implementar um novo sistema, estão cada vez mais high tech em um ambiente de crescimento que vai além das projeções estipuladas. Por isso, a decisão da mudança deve ser pautada, conforme os próprios líderes reconhecem, pela sustentabilidade que o processo garante a longo prazo em um segmento bastante pragmático quanto a resultados como é o do agronegócio.


 Lucia Teles - GMO no segmento de agronegócio da Gateware.


O papel da Biblioteca Escolar na Educação Básica

A importância da leitura é indiscutível quando o assunto é educação. Afinal, mesmo com o surgimento de tantas novidades tecnológicas, os livros continuam sendo uma ferramenta essencial para o processo de ensino, aprendizagem e a formação dos estudantes. 

Nesse sentido, a Biblioteca Escolar exerce um papel fundamental para engajar os alunos no despertar da leitura e na formação do leitor. Por meio de diferentes atividades, a Biblioteca pode servir como apoio ao professor em suas diferentes práticas pedagógicas.  

A seguir, elencamos algumas estratégias que o professor pode promover, em parceria com a Biblioteca Escolar, para engajar seus alunos na leitura durante a Educação Básica, desde a Educação Infantil.

  • Incentivar visitas periódicas à Biblioteca, com a finalidade de apresentar diferentes portadores de texto de vários gêneros literários;
     
  • Proporcionar momentos de encantamento das crianças com os livros, apresentando a obra de uma forma diferente, conversando sobre o autor, propondo a teatralização dos textos, fazendo debates, adotando atitudes e posturas que criem afinidade entre livro e leitor;
     
  • Contar histórias para os pequenos;
     
  • Mostrar os livros às crianças, contando parte do enredo e criando suspense sobre o desenrolar dos acontecimentos, aguçando a curiosidade do leitor;
     
  • Incentivar concursos de leitura e premiação de leitores;
     
  • Fomentar projetos culturais que incentivem a leitura, como momentos de bate-papo com a presença de autores, Feira de Livros, Sarau Lítero-Musical, Dia do Livro, Dia da Poesia e outros projetos envolvendo a proposta pedagógica da escola;
     
  • Proporcionar condições para que os alunos experimentem a leitura por meio de diferentes materiais, que vão muito além dos formatos mais tradicionais;
     
  • Explorar a tecnologia como fator de favorecimento, recorrendo a aplicativos móveis, grupos de leitura no Facebook, postagens interessantes nas mídias sociais, leitura de blogs, jogos educativos e vídeos que analisam obras literárias.

Esses são alguns exemplos de como envolver os alunos na leitura, permitindo também que o professor se aproxime mais dos estudantes. 

A tecnologia também traz novas formas de explorar e conhecer obras antes inacessíveis, como por exemplo:

  • O Domínio Público, que dá acesso a diversos títulos livres de direitos autorais em português;
  • O Gallica, portal da Biblioteca Nacional da França, que conta com livros, manuscritos, imagens e documentos históricos de livre acesso.

O importante é saber que, para que a criança desenvolva desde cedo o hábito e o gosto pela leitura, é preciso que ela tenha sido exposta aos livros, e veja exemplos de leitores por onde passa. A criança aprende pelo exemplo, e professores leitores geralmente são bons incentivadores da leitura. 

Em casa, os pais também podem -- e devem -- colaborar, realizando a leitura junto com os filhos para que vejam essa prática como algo que faz parte de sua rotina, como uma atitude natural. O prazer de ler um livro também está muito ligado à relação que os pais constroem com seus filhos, como o hábito de ler um livro para a criança antes de dormir, a conversa sobre livros que já leram ou que gostariam de ler. 

É importante salientar que a leitura gera reflexões, interação e crescimento intelectual. Daí a importância dessa prática no cotidiano escolar. Professores de todas as áreas devem incentivar a leitura e tratá-la como pré-requisito essencial para a aquisição de novos conhecimentos, pois é por meio dela que os alunos estudam e se aprofundam nos assuntos de seu interesse, tanto na escola quanto fora dela.

 

Lucimara Soriano - bibliotecária do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré.


Cobre orgânico incrementa produtividade de café em 2,3 sacas por hectare

O micronutriente, quando combinado com aminoácidos, potencializa reservas energéticas da planta e favorece o desenvolvimento de frutos e grãos.

 

O verão marca o início da fase de expansão dos frutos do café e produtores devem ficar atentos às necessidades fisiológicas da planta, principalmente em relação ao cobre. Durante a estação mais quente do ano, este elemento é altamente requisitado pelo organismo vegetal. Para suprir as exigências nutricionais da cultura, permitindo que ela absorva quantidades efetivas, uma solução recomendável é o uso de cobre orgânico, ou seja, quelatado com aminoácidos.

 

De acordo o gerente técnico especializado em hortifrúti e café da Alltech Crop Science, Dr. Marcos Revoredo, neste momento, a planta está desenvolvendo seus frutos e seus ramos vegetativos ao mesmo tempo. “O cobre está relacionado à proteção da planta e ao processo de fotossíntese e, portanto, de geração de energia. Por isso, ele é fundamental para que o cafeeiro tenha maior capacidade de desenvolvimento, enchimento dos frutos e formação de grãos”, afirma.

Relacionado à proteção da planta, cobre é fundamental para que cafeeiro tenha maior capacidade de desenvolvimento | Crédito: Divulgação/Alltech Crop Science

Experimento realizado pela Fundação Procafé, com soluções biotecnológicas, comprovou que o elemento quelatado com aminoácidos incrementa a produtividade dos grãos em 2,3 sacas por hectare se comparado com a aplicação simples de sais de cobre. “O cobre orgânico é mais efetivo na absorção foliar. Já os aminoácidos auxiliam na redução do estresse fisiológico e no estímulo de desempenhos superiores. Caso contrário, há apenas uma resposta protetiva do cobre, sem a adequada nutrição do plantio”, complementa o especialista. 

Além de estar relacionado ao processo de fotossíntese e ser um redutor de estresses climáticos e oxidativos, o cobre também participa da respiração vegetal e é um importante ativador de processos fisiológicos. Desta forma, plantas que recebem um bom fornecimento do micronutriente têm maior produtividade. “A aplicação do cobre orgânico gera um grão mais bem formado, maior peso de peneira e menor porcentagem de cafés chochos, o que resulta em uma bebida de melhor qualidade”, explica o gerente técnico.

 

Aplicação do cobre orgânico gera grão mais bem formado e menor porcentagem de cafés chochos | Crédito: Divulgação/Alltech Crop Science


Eficiência do cobre orgânico 

Ideal para ampliar o aproveitamento do cobre pelo vegetal, o Copper Crop é a dica do engenheiro agrônomo Marcos Revoredo ao produtor que deseja potencializar o desempenho da sua safra. A tecnologia nutricional da Alltech Crop Science é uma solução que combina cobre a aminoácidos de forma orgânica. “O produto auxilia a planta na produção de energia, melhorando seus processos fotossintéticos para a maximização da formação de frutos e grãos. Isso gera uma cultura mais saudável e de maior produtividade”, finaliza.

 

Alltech Crop Science


O2O: por que o movimento online-to-offline será o novo desafio das empresas em 2022

 Demanda por estratégia vem crescendo na consultoria Handmade

 

A pandemia de Covid-19 acelerou a transformação digital nas empresas brasileiras. Tanto é que 76,2% das companhias do País implementaram uma estratégia de digitalização em suas operações entre 2020 e 2021, segundo pesquisa da Sambatech. Apesar da necessidade do momento, o movimento fez com que o mercado offline ficasse em segundo plano. 

Com o avanço da vacinação e a retomada das atividades fora de casa, foi possível notar que, ao priorizar o virtual, a experiência do cliente nos dois meios ficou descasada. Hoje, o consumidor é atendido de uma forma no digital e, na hora que vai para o presencial, percebe que o serviço prestado no universo físico está sem conexão nenhuma com o que foi feito online. 

Para reverter o cenário e aplicar uma comunicação mais coesa, a tendência para 2022 é apostar na estratégia de marketing chamada de O2O (online-to-offline). Sua proposta é trabalhar com diferentes soluções para criar uma consistência em todos os canais da marca. Na prática, a ideia visa proporcionar a melhor experiência possível para o consumidor, independentemente do meio escolhido. 

Entre as opções para trabalhar com essa estratégia está o desenvolvimento de uma solução híbrida e bem integrada entre físico e digital. Outra forma é criar sistemas de reconhecimento de cliente no estabelecimento. Além disso, dá para oferecer aplicativos para vendedores identificarem o perfil do consumidor de maneira ágil, melhorando a integração da venda. 

Uma das empresas que oferecem esse serviço é a Handmade – consultoria de inovação e design que já atendeu marcas como Vivara, Volkswagen, Porto Seguro e Wine. A demanda por estratégias de O2O dentro da companhia vem em um crescente desde 2021 e continuará em alta neste ano. 

 

Handmade

http://handmade.design


5 dicas para organizar suas viagens a trabalho em 2022

  

O período de pandemia afetou o funcionamento das empresas, inclusive as viagens corporativas. De acordo com a Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), o faturamento do setor de viagens corporativas atingiu, até o mês de novembro de 2021, R$672 milhões, valor que representa 70% do obtido em 2019 (R$ 967 milhões).

 

Esse aumento se deve muito ao avanço da vacinação contra a covid-19 no país. Neste ano, com o avanço da vacinação contra o covid-19, o setor espera se recuperar e alcançar um aumento nas viagens corporativas.

 

Acredito que este pode ser um ano de recessão, ou seja, retração do mercado, e consequentemente isso fará com que as empresas fiquem mais "travadas", focadas em retenção de custos.

 

As viagens são uma ótima alternativa para se revigorar de todas as formas. Costumo dizer que existem diversos tipos de viagens e as viagens corporativas possuem um importante papel para a economia, já que movimentam não apenas os negócios particulares da empresa, mas toda a economia do mercado de forma geral.

 

Além disso, as viagens internacionais devem retomar com bastante força em meados de junho deste ano. Elas estão diretamente relacionadas às exigências dos países de destino, tanto é que Israel e Japão bloquearam as fronteiras para estrangeiros, por conta da disseminação da nova variante. 

 

Enquanto houver insegurança com relação a este assunto, haverá incerteza com relação às viagens internacionais. Sobretudo, olhando para o lado do passageiro, muitos países estão criando regras para passageiros não vacinados, como por exemplo o Brasil, que agora passa a exigir quarentena obrigatória de cinco dias para viajantes não vacinados que chegam de avião.

 

Para quem procura a melhor forma de organizar as viagens corporativas deste ano, listo as principais dicas. Confira:

 

1. Se atente aos processos das viagens

 

Olhando pelo viés da empresa, a principal dificuldade do processo é conseguir descentralizá-lo e manter o processo de acordo com o compliance e políticas da companhia.

 

O desafio encontrado nas médias e grandes corporações é levar informações a um nível de detalhe que tanto o gestor quanto a auditoria consigam “enxergar um todo”, desde quem foi que criou a reserva, quem aprovou, se estava dentro da política, se existia opções mais baratas, e quais eram.

 

2. Cuidado para os gastos invisíveis

 

Não existe um erro maior ou menor para ser cometido, existem vários que somados se tornam um grande problema. Mas, para escolher um, acredito que seria comprar em sites b2c. 

 

Sites destinados ao consumidor final não são aptos para trazer a gestão necessária que este processo precisa. Por exemplo, em um site B2C, você não terá informação se o seu funcionário viajou ou não - chamamos isso de relatório de ticket não voados.

 

3. Contrate uma agência especializada em viagens corporativas

 

Existem algumas vantagens perceptíveis nessa contratação. Uma das principais é a redução de custo, já que agências especializadas possuem condições comerciais, e em 80% dos casos o preço é mais barato que nos sites B2C.

 

Além disso, existe uma melhora de processo. Agências corporativas possuem sistemas que otimizam o processo e melhoram a gestão do mesmo, através de relatórios, indicadores e cadastro de política de viagens da empresa.

 

4. Se atente aos acordo comerciais

 

Com profissionais especializados e focados na gestão de viagens corporativas, as agências conseguem negociar os valores em cada etapa do processo. Assim, passagens, hospedagens e demais gastos acabam sendo reduzidos. Ou seja, a qualidade do serviço aumenta ao mesmo tempo em que o valor destinado às viagens diminui.

 

5. Tenha um programa de viagens

 

O principal pilar antes de programar a viagem de fato, é estruturar um bom programa de viagens dentro da organização, criar a política de viagens da empresa que fique claro o que é permitido ou não dentro da organização, e transpor isso para dentro do sistema para que seja controlado e medido, tudo de forma automática.

 

 

Leonardo Bastos - CEO da Kennedy Viagens Corporativas


Novas regras da LGPD para MPEs podem beneficiar mais de 17 milhões de empreendedores

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Está em vigor, desde o final de janeiro, o regulamento de aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) para os chamados “agentes de tratamento de pequeno porte”. A nova legislação se destina a estabelecer regras especiais e mais flexíveis para microempresas, empresas de pequeno porte, startups em operação recente e profissionais liberais. 

A nova regra pode beneficiar mais de 17 milhões de micro e pequenas empresas (MPE) no Brasil, que representam 93% das empresas em 2022, de acordo com dados do Painel Mapa de Empresas do Governo Digital. Mesmo na pandemia, o setor foi um dos maiores geradores de emprego no país, respondendo por 76% das vagas, segundo números do Caged, referentes a novembro de 2021.

Um dos benefícios é que as empresas não estão obrigadas a indicar o encarregado de proteção de dados, conforme explica o doutor em Direito, DPO e professor do mestrado em Direito da Universidade Positivo (UP), Gabriel Schulman. “Não é mais necessário apresentar o chamado Data Protection Officer ou DPO, embora a recomendação seja que as empresas adotem tal medida por ser uma boa prática de proteção de dados pessoais. Outra vantagem da legislação especial é o prazo em dobro para atender aos pedidos dos titulares e uma exigência mais simplificada de medidas de segurança”, diz.

Segundo Schulman, esse regime não se aplica a clínicas, consultórios ou mesmo a uma escola infantil, ao menos na prática. “Essa limitação, no entanto, pode ser contornada. Para isso, é necessário que tais empresas, nos termos do regulamento, se organizem para, em conjunto, serem representadas para fins de negociação das reclamações e, desse modo, tenham um regime mais flexível, o que demonstra a preocupação em resolver os problemas de modo rápido e efetivo”, ressalta.

Além disso, o especialista considera que, em linha com as regras internacionais, a legislação não se aplica para casos em que a empresa, independentemente do porte, realize atividades de alto risco, como utilização de dados pessoais em larga escala ou com grande potencial de danos. “Ao diferenciar os portes dos chamados "agentes de tratamentos de dados", cria-se no Brasil um regime que leva em conta, de modo mais adequado, a realidade do país e permite às pequenas empresas estarem em dia com a legislação por meio de investimentos significativamente menores”, aponta. Schulman acrescenta que é importante colocar na ponta do lápis que cada dólar investido em proteção de dados pessoais reverte no dobro de resultado. 

 

Universidade Positivo

up.edu.br/


Justiça Eleitoral e a batalha contra as fake news

As campanhas eleitorais de 2022 ainda não estão nas ruas, mas a Justiça Eleitoral já enfrenta o desafio de combater as informações falsas, principalmente, nas redes sociais. Os pré-candidatos, por sua vez, já começaram a se movimentar nas plataformas digitais e a Justiça Eleitoral está atenção a isso. 

Neste cenário inicial das Eleições de 2022, que devem ser uma das mais acirradas e de grande embates virtuais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) firmou parcerias com as principais plataformas digitais, com o escopo de combater a desinformação e a disseminação de fake news que possam atingir o pleito de outubro. Nesta primeira rodada, o TSE estabeleceu parcerias com as seguintes plataformas: Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, YouTube e Kwai.  A Corte Superior Eleitoral ainda não conseguiu contato com o Telegram, canal utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro e apoiadores, e negocia os termos do acordo com o Linkedin. 

No acordo, as plataformas se comprometeram a desenvolver filtragens para identificar informação enganosa e remover o conteúdo que violar as regras. E o TSE firmou entendimentos individuais com cada plataforma para definir como cada uma vai utilizar suas ferramentas para impedir que ações que envolvam as fake news possam ganhar proporção e comprometer o pleito eleitoral.  

Essa cooperação entre a Justiça Eleitoral e as plataformas digitais é, certamente, um grande avanço para a lisura da corrida eleitoral, que nos últimos anos sofreu efeitos desastrosos com informações falsas, polarização de narrativas e discursos de ódio.  

Imperioso lembrar que nas eleições de 2018, as redes sociais foram palco de disseminação de notícias mentirosas, impulsionadas em grande escala por organizações bem estruturadas e orientadas para esse fim específico, por pessoas que objetivavam o êxito no certame a qualquer custo. 

O impulsionamento de conteúdo é um serviço pago oferecido por plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, bem como por sites de buscas como o Google, com o objetivo de aumentar o alcance e visibilidade da mensagem, aumentando, assim, o impacto do conteúdo. 

Nos termos do artigo 57-C da Lei das Eleições (Lei 9504), a licitude do impulsionamento requer: "É vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos, coligações e candidatos e seus representantes". Além disso, nos termos do parágrafo terceiro do mesmo artigo, destaca-se que o impulsionamento "deverá ser contratado diretamente com provedor da aplicação de internet com sede e foro no país, ou de sua filial, sucursal, escritório, estabelecimento ou representante legalmente estabelecido no País e apenas com o fim de promover ou beneficiar candidatos ou suas agremiações". 

Essas restrições têm por objetivo prevenir os abusos de poder econômico e dos meios de comunicação social no processo eleitoral, preservando-se o princípio democrático e a igualdade entre os candidatos. Sem essas limitações legais, em especial a necessidade de a contratação ser realizada exclusivamente por partidos, coligações e candidatos e seus representantes, as redes sociais seriam palco de impulsionamento por apoiadores ocultos (robôs), o que impediria o controle dos gastos de campanha, bem como a imposição de responsabilidade pelos ilícitos praticados. Oxalá a Justiça Eleitoral saberá como coibir os abusos! 

 

Marcelo Aith  - advogado, latin legum magister (LL.M) em direito penal econômico pelo Instituto Brasileiro de Ensino e Pesquisa – IDP, especialista em Blanqueo de Capitales pela Universidade de Salamanca, professor convidado da Escola Paulista de Direito e presidente da Comissão Estadual de Direito Penal Econômico da ABRACRIM-SP


Sucessão Empresa Familiar – Advogado especialista em Governança Corporativa orienta sobre o empreendimento em família

Segundo o IBGE, a maioria das empresas brasileiras (90%) é familiar, mas um levantamento feito pela consultoria PwC indica que 75% das empresas familiares fecham as portas após serem sucedidas pelos herdeiros.

De acordo com o advogado Antônio Carlos Morad, especialista em Governança Corporativa e direito empresarial, do escritório Morad Advocacia Empresarial, em primeiro lugar, é importante entender o que significa iniciar uma operação empresarial industrial, comércio ou serviços. Quando se constitui uma empresa, a primeira coisa que vem à mente é a realização de um sonho. "A realização de um projeto como esse, obviamente está ligado ao sucesso e obtenção de lucros, portanto, em síntese, é preciso entender uma série de coisas, como por exemplo, termos conhecimento sobre o que estamos propondo e sabermos, afinal de contas, como administrar essa nova empresa para que tudo de bom se realize a partir dos trabalhos iniciados. Portanto, por que empresas acabam fechando logo na primeira geração de uma família? Porque o empresário não está preparado para tanto. Todo o contexto inicial da empresa, em grande medida, deve ser estudado, analisado e pesquisado pelo futuro empresário" afirma Morad.

Na questão sucessória sempre se pergunta o "porque não deu certo". A sucessão é a entrega natural de um patrimônio empresarial para herdeiros ou terceiros interessados, na maioria das vezes herdeiros. "Pergunto, os herdeiros estão preparados para gerir a empresa de seus pais ou outros parentes que sejam? Na maioria das vezes não, porque não sabem administrar ou nunca se interessaram ou se prepararam para tanto" diz o advogado.
 
Na sucessão familiar, para se obter êxito na continuidade da empresa, momento em que o empresário "passa o bastão" para seu sucessor, será intrinsecamente necessária a constituição de um escritório de advogados que atuem na área societária. Tais profissionais poderão elaborar um projeto sucessório antecipatório, isto é, iniciando trabalhos de estruturação da empresa para sua perenidade, seja ela sucedida para filhos administradores ou para gestores administradores profissionais que serão supervisionados por um conselho de administração onde um ou mais filhos começarão a participar e entender qual será a função de cada um ou apenas do único filho. Vale lembrar que, em muitos casos, filhos acabam por se formar em outras profissões e não se interessam pela empresa, portanto, poderá o sucessor participar da empresa como acionista ou detendo outra modalidade societária, não interferindo na gestão profissional, mas regendo a empresa em conselho, por reuniões mensais, trimestrais ou semestrais. Muitos sucessores também acabam vendendo a empresa recebida por herança e outros, acabam por assumir algo que não conhecem, podendo sofrer reveses que inviabilizariam a empresa. Esse último caso é muito recorrente no mercado.

Segundo o advogado Antônio Carlos Morad, o momento da elaboração do projeto dependerá do empresário, sendo certo que, aqueles que enxergam adiante, com mais cautela e segurança, iniciam cedo tais ajustes, outros o fazem quando se sente próximo de seu final de ciclo como empresário. "Oriento, geralmente, iniciar esse projeto sucessório logo no início da constituição da empresa, e quando já em atividade, oriento a fazer imediatamente para não sentir dissabores e reveses para a empresa no futuro" acrescenta Morad.
 
Segundo o levantamento, 72% não apresentam uma sucessão definida para cargos-chaves como os ligados à diretoria, presidência, gerência e gestão. Isso acontece porque geralmente não fazem porque não sabem, ou porque não são bem orientados por profissionais que deveriam alertá-los enfaticamente. "Devemos entender também que, muitas empresas não comportam uma inclusão de quadro diretivo, sendo administradas por seus próprios donos. Mas sempre opino que, nenhuma empresa deve ser gerida de forma empírica. Pequena, média ou grande, a gestão deve sempre ser profissional e competente" pondera.

Será mais fácil receber nas mãos a liderança de um negócio já estabelecido se, aquele souber administrá-lo profissionalmente, um indivíduo estudado para tanto, com experiência e traquejo. Porém, se o sucessor recebe leigo a empresa, certamente deverá procurar um bom advogado para orientar um planejamento de gestão para a empresa ou, planejar uma M&A (Mergers and Acquisitions), isto é, propor a venda da empresa, garantindo que não venha a perder o negócio por falta de habilidade técnica ou interesse.
 
Para Morad, não há vantagem alguma em ser uma empresa familiar. Empresas familiares em sua grande e avassaladora maioria não crescem, ou se crescerem, crescerão por um lapso temporal, ou melhor por uma ou duas gerações. Famílias tendem a se incorporar e a avolumar demasiadamente dentro da empresa, com irmãos, primos, tios, entre outros membros da família.  Isso não funciona. Nesse caso, com um número de sucessores que somente atrapalham a continuidade da empresa, o melhor modelo será o da family office, isto é, uma constituição, ou planejamento societário empresarial onde todos os familiares permanecem em empresa apartada da gestão, porém, com poderes para conservar as metas, linhas de ação, enfim, os interesses daquele negócio.
 
Muitos sucessores acabam por se interessar e aprender a atuar na empresa de seus pais e, ou avós, estudam para isso. Esses gestores familiares deverão provar aos outros sócios que detêm qualidades e competência para administrar um bem tão importante que é uma empresa passada por sucessão.
 
Para uma boa gestão familiar, o advogado Antônio Carlos Morad, orienta que o proprietário da empresa use de seu feeling e experiência de vida para escolher entre seus filhos e, ou sobrinhos, ou quem poderia assumir a gestão da empresa. Em muitos casos, mais de um pode, mas na maioria das vezes, isso não acontece. "Oriento sempre o empresário a profissionalizar sua empresa e incluir aqueles parentes interessados como subalternos dos profissionais. Esse formato tira da cabeça do indivíduo a ideia de "dono" da empresa e acaba por incutir uma condição de competidor dentro do contexto. Sem regalias!", afirma.
 
Um estudo chamado Global Family Index de 2019 mostrou que 55% das 500 maiores empresas familiares do mundo são lideradas por alguém que não faz parte da família. E reforça que as empresas devem estar cientes de que, para enfrentar os desafios do mundo moderno, a contratação de gerente externo à família é fundamental.

Para o especialista em Governança Corporativa, no Brasil o empresário, em grande medida pensa de forma amadorística a gestão de sua empresa. Ainda que, se compararmos as empresas de capital aberto norte-americanas, existem pouquíssimas famílias com maioria de ações, sendo aqui no Brasil diametricamente o oposto.


Muitas empresas nacionais de grande porte acabam por quebrar ou ficam estacionárias por não permitir gestões profissionais externas. Assim sendo, podemos comparar uma empresa de grande porte com uma pequena ou média empresa. O contexto é igual.

 

www.morad.com.br


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