O exercício físico é amplamente reconhecido pela
ciência como uma ferramenta fundamental na promoção da saúde e qualidade de
vida. Sua prática regular não apenas previne doenças, mas também contribui de
forma significativa para o tratamento de condições crônicas complexas, como
lúpus, fibromialgia e Alzheimer. Estudos científicos reforçam que tanto os
exercícios cardiovasculares quanto o treino de força oferecem benefícios
importantes para pacientes com essas enfermidades.
Exercício na prevenção e tratamento do Lúpus
O lúpus, uma doença autoimune que provoca inflamação em diversas partes do corpo, pode ser atenuado com a prática de atividade física. Pesquisas publicadas na Lupus Science & Medicine indicam que exercícios aeróbicos de baixa intensidade, como caminhadas e ciclismo leve, ajudam a reduzir a fadiga crônica e melhoram a capacidade cardiorrespiratória dos pacientes.
Além disso, treinos de força, com cargas leves a
moderadas, promovem o fortalecimento muscular e protegem as articulações,
frequentemente afetadas pela doença. Especialistas recomendam uma abordagem
equilibrada, respeitando os limites do paciente e evitando sobrecargas.
Fibromialgia: controle da dor com movimento
A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor muscular difusa e fadiga. Embora pareça contraditório, o exercício físico é uma das intervenções mais eficazes para aliviar os sintomas. Um estudo publicado no Journal of Pain Research aponta que atividades aeróbicas, como caminhadas e natação, podem reduzir a intensidade das dores em até 35%.
O treino de força também desempenha um papel
importante. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) destacam que
exercícios com pesos leves, realizados de forma controlada, melhoram a
resistência muscular e a percepção de bem-estar em pacientes com fibromialgia.
Alzheimer: atividade física como proteção ao cérebro
A relação entre exercício físico e saúde cerebral é amplamente estudada. O Alzheimer, uma doença neurodegenerativa progressiva, pode ter sua evolução retardada com a prática regular de exercícios. Estudos publicados na revista Nature Reviews Neuroscience mostram que atividades cardiovasculares aumentam a produção de proteínas neuroprotetoras, como o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), que ajuda a preservar conexões neuronais.
Treinos de força também são benéficos. Pesquisas do
Journal
of Alzheimer’s Disease revelam que exercícios com pesos moderados
melhoram a função cognitiva, memória e capacidade de concentração em idosos com
comprometimento leve.
O papel complementar do exercício
Embora não substituam tratamentos médicos, os
exercícios cardiovasculares e de força funcionam como importantes aliados. O
treinamento aeróbico melhora a circulação sanguínea, reduz inflamações e
estimula a produção de neurotransmissores que promovem o bem-estar, como a
serotonina. Por outro lado, o treino de força previne a perda de massa
muscular, melhora a estabilidade corporal e contribui para a saúde óssea,
aspectos cruciais para quem convive com doenças crônicas.
Recomendações gerais:
- Exercícios
cardiovasculares: Caminhadas, natação e pedaladas por pelo menos 150
minutos semanais.
- Treino
de força: Sessões de 2 a 3 vezes por semana, com foco em grandes grupos
musculares.
- Supervisão profissional: Fundamental para adaptar os treinos às necessidades e limitações individuais.
Incluir exercícios na rotina é um passo poderoso
rumo à saúde e ao bem-estar. Movimentar-se, mesmo que de forma moderada, pode
ser a chave para viver melhor com doenças crônicas, proporcionando alívio,
autonomia e longevidade.
Rairtoni Pereira dos Santos Silva - Personal Trainer há mais de 10 anos, ajudando pessoas a serem mais felizes com seus corpos. É autor do livro “5 Atitudes para criar o hábito de se exercitar todos os dias”.
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