Com o
aumento de casos muitos mitos ainda cercam a doença. Especialista esclarece o
que é fato e o que não devemos acreditar
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
mais de 55 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência no mundo, sendo
que aproximadamente 70% dos casos são decorrentes do Alzheimer. Até 2050, essa
estimativa pode triplicar, chegando a 152 milhões de pessoas diagnosticadas com
demência.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, há
cerca de 1,2 milhão de pessoas com Alzheimer, número que pode saltar para 5,7
milhões até 2050, um aumento de 206%.
A população idosa do Brasil também está em
ascensão. Atualmente, o país conta com 32 milhões de pessoas acima dos 60 anos,
mas esse número pode dobrar até 2050, ultrapassando 60 milhões, segundo a
Organização Mundial da Saúde.
Diante desse cenário, muitos mitos cercam a doença
e podem dificultar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. O
neurologista Dr. Edson Issamu Yokoo, da rede de Hospitais São Camilo de São
Paulo, esclarece o que é verdade e o que é mito sobre o Alzheimer.
1. O Alzheimer pode ser hereditário?
Sim. "Ter casos da doença na família pode
aumentar o risco, mas isso não significa que a pessoa necessariamente
desenvolverá Alzheimer. Apenas um pequeno percentual dos casos está ligado a
mutações genéticas raras", explica o Dr. Yokoo.
2. Esquecimentos frequentes indicam Alzheimer?
Mito. "Esquecer onde deixou as chaves ou um
nome ocasionalmente não é preocupante. O problema é quando esses esquecimentos
afetam atividades do dia a dia, como esquecer compromissos importantes ou não
reconhecer familiares", alerta o neurologista.
3. É uma doença que afeta apenas idosos?
Mito. "Embora o maior fator de risco seja a
idade, existe a forma precoce do Alzheimer, que pode afetar pessoas com menos
de 60 anos. Nesses casos, é importante um diagnóstico preciso para diferenciar
de outras condições neurológicas", diz o especialista.
4. A doença atinge mais as mulheres?
Verdade. "As mulheres vivem mais que os homens
e isso aumenta as chances de desenvolver Alzheimer, mas fatores hormonais e
genéticos também podem influenciar na maior prevalência da doença entre
elas", comenta o Dr. Yokoo.
5. Não existe cura para o Alzheimer?
Verdade. "Infelizmente, ainda não há cura para
a doença, mas os tratamentos disponíveis podem retardar sua progressão e
melhorar a qualidade de vida do paciente", ressalta o neurologista.
6. O Alzheimer prejudica apenas o cérebro?
Mito. "Além dos impactos na memória e
cognição, a doença pode afetar a coordenação motora, a fala e até a deglutição
em estágios avançados, exigindo cuidados multidisciplinares", afirma o especialista.
O que fazer ao perceber sinais de Alzheimer?
O diagnóstico precoce é essencial para garantir um
tratamento mais eficaz e uma melhor qualidade de vida ao paciente. "Os
primeiros sinais incluem esquecimentos frequentes, dificuldade em executar tarefas
cotidianas, mudanças de comportamento e desorientação no tempo e no espaço.
Caso esses sintomas sejam percebidos, é fundamental procurar um neurologista ou
geriatra para avaliação clínica e exames complementares", orienta o Dr.
Yokoo.
Além disso, o suporte familiar e o acompanhamento
de profissionais, como terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, podem ajudar a
retardar a progressão da doença e garantir mais autonomia ao paciente.
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