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terça-feira, 11 de março de 2025

A força da delicadeza: o cuidado que transforma


Dados do último Censo do IBGE apontam que as mulheres representam quase 70% dos profissionais que atuam na área da saúde. É um dado relevante e que nos remete a muitas reflexões, embora essa questão seja resultado de uma combinação de fatores históricos, sociais e culturais. 

Apesar dessa predominância, sabemos que ainda existem desafios, especialmente quando consideramos cargos de liderança. Não obstante a necessidade de garantir que a presença feminina no mercado de trabalho seja acompanhada por equidade, desejamos, nesse momento, pensar no importante papel que cada uma de nós desempenha na promoção da saúde. 

Entre tantas qualidades que marcam a presença das mulheres no mundo, uma delas se destaca pela sua sutileza e, ao mesmo tempo, pelo seu impacto transformador: a delicadeza. 

Essa palavra veio com força em meio às reflexões sobre o tema, inspiradas por vozes que desejam e acreditam no poder de transformação que as mulheres possuem. 

Ser delicado não significa ser frágil. Pelo contrário, a delicadeza é uma força que se manifesta na empatia, na resiliência, na capacidade de ouvir e acolher, na determinação silenciosa de seguir em frente mesmo diante das adversidades. Quando andamos pelos corredores de um hospital, por exemplo, temos a oportunidade de conhecer histórias incríveis de mulheres que exemplificam isso na prática com muita disposição e maestria. 

Sinto-me profundamente sensibilizada quando conheço os bastidores e o dia a dia dessas colaboradoras. Mulheres que deixam seus lares, antes mesmo do dia clarear e passam o dia a frente do cuidado de pacientes e suas famílias, entregando a melhor versão de si mesmas, independentemente das questões familiares ou pessoais que todos nós temos para resolver. Um filho doente, uma mãe, pai ou avó que também exigem cuidados, seus próprios quadros de saúde, às vezes negligenciados em função de uma entrega incondicional. Sem contar, que no pouco tempo livre que possuem, após longos plantões, ainda precisam conciliar suas tarefas domésticas e cotidianas, inadiáveis, por serem também as cuidadoras dos seus próprios lares.
 
Há muita coragem, resiliência e determinação na execução diária de cada uma dessas mulheres que estão à frente da assistência ou nos bastidores de um hospital. E não obstante a tantas dificuldades, essas mulheres ainda são exemplos de uma constrangedora ternura e gentileza na forma como atendem e conduzem suas batalhas. Em um mundo que, muitas vezes, se apresenta de forma hostil, nossas mulheres nos mostram que força feminina não precisa ser estridente para ser poderosa. Podemos ser firmes em nossa postura e elegantes no nosso comunicar, sem que isso implique em fragilidade.

 

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