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terça-feira, 11 de março de 2025

Mulher viraliza ao mostrar bebê 'brincando' com DIU: médica explica riscos e eficácia do método

Exame de ultrassom de gestante com DIU levanta questionamentos sobre a eficácia do método contraceptivo e viraliza nas redes sociais. Especialista esclarece mitos e verdades sobre o dispositivo intrauterino


Recentemente, uma notícia viralizou e gerou um intenso debate nas redes sociais: a falha do DIU. O caso de Letícia Gilioli, 27 anos, moradora de Ribeirão Preto (SP), chamou atenção quando ela compartilhou um exame de ultrassom que mostra seu bebê chutando o dispositivo intrauterino (DIU), que ela utilizava há quatro anos para evitar a gravidez. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de falha desse método contraceptivo é de apenas 0,7%. No entanto, relatos semelhantes se multiplicaram nas redes sociais, gerando dúvidas entre as mulheres sobre a real eficácia do DIU.

A Dra. Karina Tafner, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana, explica que os dispositivos intrauterinos (DIUs) são considerados métodos contraceptivos altamente eficazes. "O DIU de cobre tem uma taxa de falha de aproximadamente 0,8% no primeiro ano de uso, enquanto o DIU hormonal, que libera levonorgestrel, apresenta uma taxa de falha de cerca de 0,2% no mesmo período. Esses índices são comparáveis aos de métodos definitivos, como a laqueadura tubária, que tem uma taxa de falha de 0,5%", esclarece a especialista.

Entretanto, apesar de serem considerados altamente eficazes, nenhuma forma de contracepção é 100% infalível. "Fatores como deslocamento ou expulsão do dispositivo podem comprometer sua eficácia e levar a uma gestação inesperada. Por isso, é essencial que a mulher faça consultas regulares para monitorar a posição do DIU", enfatiza a Dra. Karina.

O DIU pode sofrer deslocamento dentro do útero, o que reduz ou elimina sua eficácia. Existem dois principais tipos de deslocamento:


Expulsão: "O DIU pode ser parcialmente ou totalmente expulso, especialmente nos primeiros meses após a inserção. Fatores de risco incluem idade jovem, não ter tido filhos (nuliparidade) e inserção pós-parto ou pós-aborto. A taxa de expulsão varia entre 2,2% e 11,4% nos primeiros 10 anos de uso", explica a médica.


Migração: "Embora rara, a migração ocorre quando o DIU perfura a parede uterina e se desloca para a cavidade pélvica ou abdominal. A incidência desse problema é estimada em 1 a cada 1.000 inserções e pode ser favorecida por fatores como inserção durante a lactação ou pós-parto", complementa.

Mulheres que usam o DIU devem ficar atentas a sinais como dor abdominal persistente, sangramento anormal, sensação de que o dispositivo está fora do lugar ou dificuldade para sentir os fios do DIU. "Se a paciente perceber que os fios do DIU não estão mais palpáveis ou sentir algum desconforto diferente, é fundamental procurar um médico para avaliação", orienta a Dra. Karina.

Se uma gravidez ocorre enquanto o DIU está presente, é essencial buscar atendimento médico imediato. "A remoção do DIU é geralmente recomendada para reduzir os riscos de complicações, como aborto espontâneo, infecção e parto prematuro", explica a ginecologista.

Cada caso deve ser avaliado individualmente, considerando fatores como a posição do DIU e o histórico clínico da paciente.

"O DIU continua sendo uma das opções mais seguras e eficazes de contracepção, mas como qualquer outro método, precisa de acompanhamento. Consultas regulares com um ginecologista garantem que o dispositivo está na posição correta e funcionando adequadamente", reforça a Dra. Karina.

   



Dra Karina Tafner - CRM:118066 @drakarinatafner. Especialista em Gineoclogia e Obstetrícia pela Santa Casa de São Paulo. Especialização em Ginecologia Endocrinologica e Reprodução Assistida pela Santa Casa de São Paulo. Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Febrasgo. Título de Especialista em Reprodução Assistida pela Febrasgo. Livre docente da Pós graduação de reprodução assistida da Sociedade paulista de medicina reprodutiva e da Santa Casa de SP. Sócia Fundadora da Clínica FIVSP. Há 15 anos atuando na área de ginecologia e reprodução assistida ‎

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