O professor de física Felipe Guisoli, à frente da escola online Universo Narrado, responde até que ponto a ferramenta ajuda os estudantes
Com o avanço constante da inteligência artificial (IA), alunos e professores por todo o país começam a inserir a tecnologia à rotina de estudos dos alunos. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconheceram o estado do Piauí como o primeiro território nas Américas a implementar o ensino de inteligência artificial na educação básica. A disciplina é obrigatória aos alunos do 9º ano do ensino fundamental e das três séries do ensino médio desde o início de 2024. Para o professor de física Felipe Guisoli, à frente da escola online Universo Narrado, o uso da IA na educação pode ser uma grande ferramenta de transformação, mas alerta para o uso em excesso e a falta de regras.
“A IA é uma ferramenta poderosa para otimizar os estudos de física e matemática, mas deve ser usada com estratégia. Em vez de apenas buscar respostas prontas, o ideal é utilizá-la para testar hipóteses, gerar explicações alternativas e identificar lacunas no próprio entendimento. Além disso, é essencial equilibrar o uso da IA com o desenvolvimento do raciocínio próprio, resolvendo problemas manualmente e construindo intuições matemáticas sólidas. A IA pode acelerar o aprendizado, mas não substitui o esforço ativo e a prática consistente”, ressalta Felipe.
Na última sexta-feira, dia 21 de fevereiro, foi oficializada uma parceria entre o Governo do Estado do Paraná e o Google. A iniciativa foi firmada com objetivo de viabilizar recursos tecnológicos de ponta, que possibilitarão o uso da Inteligência Artificial (IA) em diversas frentes da administração estadual e, na educação, o escopo é aprimorar o aprendizado dos estudantes por meio de recursos educacionais digitais baseados em IA, que serão incorporados ao dia a dia nas escolas, ao longo do ano.
Felipe salienta, ainda, que é necessário ter responsabilidade, uma boa formação dos professores e ética para o uso. “Professores devem enxergar a IA como uma aliada no ensino de física e matemática, mas sem abrir mão do pensamento crítico dos alunos. Em sala de aula, a IA pode ser usada para personalizar o ensino, gerar exemplos sob demanda e explorar abordagens alternativas para um mesmo conceito. No entanto, é crucial que os professores incentivem os alunos a questionar as respostas geradas, validar os resultados e compreender o raciocínio por trás de cada solução. A IA deve complementar o aprendizado, não substituir o processo ativo de construção do conhecimento”, afirma Felipe Guisoli, à frente do Universo Narrado.
Em agosto de
2024, o governo federal lançou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial
(PBIA) 2024-2028 com o objetivo de
traçar metas para a implementação e eficiência do uso da inteligência
artificial no setor público. São 6 propostas na área de educação:
- Sistema Gestão Presente: está parcialmente
desenvolvido e já vem sendo utilizado para a viabilização do Programa
Pé-de-Meia. Os entes cadastrados, como secretarias estaduais, enviam os
dados dos estudantes matriculados e frequência na escola.
- Controle da Qualidade das Aquisições de alimentos: a
ferramenta, que está em fase de implementação, pretende identificar
padrões de compras de alimentos e auxiliar o MEC na avaliação dos produtos
oferecidos aos estudantes nas redes de ensino, certificando a conformidade
com as diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
- Sistema de Predição e Proteção de Trajetória dos Estudantes: o
sistema pretende gerar um diagnóstico para identificar e prever fatores
que levam o estudante ao abandono escolar. A pasta ainda está começando a
desenhar o protótipo para implementar a ferramenta.
- Soluções Adaptativas com IA Generativa de Avaliação Formativa e
Diagnóstica para Alfabetização e Letramento e Sistemas de Tutoria
Inteligentes de Matemática Desplugado com IA Generativa: o
projeto ainda está em elaboração e pretende implementar a inteligência
artificial no processo de aprendizado dos alunos brasileiros.
- Melhoria da aprendizagem e bem-estar dos estudantes: projeto em elaboração que busca criar um ambiente de inovação contínua em sala de aula.
Felipe Guisoli possui mais de 10 anos de experiência, tendo ajudado milhares de alunos a serem aprovados em cursos concorridos, como Medicina na FUVEST, e em concursos como Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e Instituto Militar de Engenharia (IME). O professor acredita que o que impede muitas pessoas de evoluírem em Física e Matemática é näo aprender como estudar de forma estratégica e profunda. ''Näo é só estudar mais, é saber como estudar'' - afirma.
Felipe Guisoli - físico e mestre em física teórica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é escritor e criador do Universo Narrado, uma escola online de física e matemática para estudantes de todo o Brasil.
Universo Narrado
@universonarrado
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