A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) destaca avanços recentes do país, como a retomada da imunização contra o vírus HPV nas escolas e as incorporações no SUS da videolaparoscopia e do teste molecular HPV-DNA como medidas que colocam o Brasil na rota da meta de eliminação do câncer de colo do útero nos próximos anos
As recentes conquistas são a retomada da imunização
por meio da vacina contra o HPV nas escolas de todo o país, como parte do
Calendário Nacional de Vacinação; assim como as as incorporações no Sistema
Único de Saúde (SUS) da videolaparoscopia – modalidade de cirurgia minimamente
invasiva – para pacientes com câncer de colo do útero e do exame molecular
HPV-DNA, que possibilita identificar a presença de HPV de alto risco antes que
a infecção venha a causar uma lesão pré-câncer. “O movimento Brasil sem Câncer
do Colo do Útero, promovido por sociedades médicas, entre elas a SBCO, coloca,
definitivamente, o país como uma das nações protagonistas rumo à meta de ter a
próxima geração livre do câncer de colo do útero”, celebra o cirurgião
oncológico Reitan Ribeiro, vice-presidente da SBCO.
SAIBA MAIS SOBRE A META DA OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu
três metas principais para a eliminação global do câncer do colo do útero, no
qual o Brasil está incluído:
- Vacinação: ter 90% das meninas de 9 a 14 anos vacinadas contra o HPV.
- Rastreamento: ter 70% das mulheres de 35 e 45 anos com teste de HPV-DNA.
- Tratamento: ter 90% das mulheres com lesões iniciais
devidamente tratadas.
Estas metas representam um caminho para eliminar o
câncer de colo do útero como um problema de saúde pública. Com a continuidade
das ações de conscientização, a ampliação da cobertura vacinal e o
fortalecimento do rastreamento, o Brasil tem a oportunidade de ser um exemplo
mundial na erradicação dessa doença.
TRATAMENTO - As opções de tratamento incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia,
terapia alvo e imunoterapia, sendo a escolha individualizada para cada
paciente. Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura do câncer de
colo do útero superam os 90%. “O tratamento pode incluir cirurgia para remoção
da lesão, radioterapia e/ou quimioterapia dependendo do estádio da doença”,
observa o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO,
“Nos últimos anos, houve avanços significativos no
tratamento do câncer de colo do útero em diversas áreas. Há desde inovações em
técnicas cirúrgicas a estudos que auxiliam a tomar melhores decisões, além de
novas classes de medicamentos, como a imunoterapia e as terapias-alvo. Tudo
isso produz impacto na melhora dos resultados e da qualidade de vida das
pacientes”, reforça Reitan Ribeiro.
ATENÇÃO AOS FATORES DE RISCO E
SINTOMAS - No início, o câncer de colo do útero pode ser
silencioso. Porém, alguns sintomas podem servir de alerta, como sangramento
vaginal anormal, corrimento com odor desagradável, dores pélvicas ou
desconforto durante relação sexual. Havendo a presença desses sintomas, é
recomendado procurar um médico especialista.
A infecção persistente pelo vírus HPV está por trás
da quase totalidade dos casos. Esse vírus pode ser prevenido com vacinação e
hábitos seguros. Os fatores de risco conhecidos são: infecção por HPV sem
tratamento, histórico familiar da doença, início precoce da vida sexual e
múltiplos parceiros e tabagismo (que reduz a imunidade do organismo).
VAMOS FALAR DE PREVENÇÃO - É indicada a vacina contra o HPV, disponível gratuitamente no Sistema
Único de Saúde (SUS), para meninas e meninos de 9 a 14 anos; homens e mulheres
transplantados; pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia,
pessoas vivendo com HIV/Aids e vítimas de violência sexual. É indicada também a
realização de exames preventivos como o Papanicolau e, quando indicado, do
teste molecular HPV-DNA molecular; além do uso de preservativo para reduzir o
risco de infecção pelo HPV. Também é importante não fumar.
Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica - SBCO
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