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terça-feira, 11 de março de 2025

Cerca de 90% dos casos de câncer colorretal estão associados a estilo de vida e alimentação

 Em campanha do Março Azul-Marinho, especialistas do A.C.Camargo alertam para aumento na incidência em pessoas com menos de 50 anos e reforçam meios de prevenção e diagnóstico precoce

 

O câncer colorretal é o terceiro mais comum no Brasil, atrás apenas dos tumores de mama e próstata – sem considerar os de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca)1, a estimativa para o triênio que acaba em 2025, ultrapassa 45 mil novos casos por ano. A tendência de aumento no número de casos, especialmente em pessoas com menos de 50 anos, tem preocupado especialistas que reforçam a importância de campanhas de conscientização como o “Março Azul-Marinho”. 

De acordo com um estudo publicado no BMJ Oncology2, o número de diagnósticos de câncer em pessoas com menos de 50 anos aumentou 79% entre 1990 e 2019, enquanto as mortes cresceram 28%. Nos EUA, jovens adultos hoje têm o dobro de chances de receber um diagnóstico de câncer de cólon e quatro vezes mais probabilidade de desenvolver câncer retal em comparação com aqueles nascidos em 1950. 

No Brasil, o cenário segue a mesma tendência. Segundo o Dr. Samuel Aguiar, líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais do A.C.Camargo Cancer Center, a doença tem maior incidência em áreas urbanas e entre adultos economicamente ativos, de 40 a 69 anos. “Tornou-se comum ver pacientes cada vez mais jovens, com idades entre 35 e 40 anos, sendo diagnosticados com câncer colorretal. Esse aumento está diretamente ligado a hábitos alimentares inadequados e fatores relacionados ao estilo de vida.”
 

Sintomas

Geralmente, o câncer colorretal não apresenta sintomas em seu estágio inicial. No entanto, à medida que a doença progride, podem surgir sinais como sangramentos e obstruções intestinais. Alguns sintomas devem servir como alerta, especialmente quando persistem por longos períodos. “Os sintomas mais comuns incluem alteração do ritmo intestinal, presença de sangue nas fezes, cólicas ou desconforto abdominal, sensação de empachamento, perda de peso e anemia”, destaca o especialista, reforçando que o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura.

 

Fatores de risco e como prevenir

A boa notícia é que hábitos saudáveis, sobretudo uma alimentação equilibrada, podem reduzir significativamente os riscos da doença. O consumo excessivo de ultraprocessados, rotinas estressantes, sedentarismo e longas jornadas de trabalho são apontados por diversos estudos como fatores que contribuem para o crescimento dos casos, principalmente entre os mais jovens. 

O especialista ressalta que cerca de 90% dos casos estão associados ao estilo de vida e fatores ambientais, enquanto apenas 10% têm origem genética. Dessa forma, para prevenir esse tipo de tumor é importante evitar o consumo de embutidos, bebidas açucaradas e o excesso de carne vermelha, adotar uma alimentação equilibrada (com frutas, verduras, legumes e cereais), praticar exercício físicos, não ingerir bebidas alcoólicas e não fumar.

 

Sobrevida e exame para rastreamento da doença

Além dos hábitos saudáveis, a detecção precoce é um dos principais aliados no combate à doença. Dados do Observatório do Câncer do A.C.Camargo3 mostram que as taxas de sobrevida do câncer colorretal podem chegar a 95% nos estágios iniciais e, enquanto no estágio II, chegam a algo em torno de 80%, o que ainda representa um prognóstico favorável. 

No entanto, muitos pacientes ainda são diagnosticados tardiamente. Entre 55% e 60% dos casos, a doença é identificada em estágio avançado, exigindo tratamentos mais agressivos, como cirurgias extensas, quimioterapia e terapias-alvo de alto custo, com impactos financeiros e sociais tanto para o paciente quanto para seus familiares. 

Por outro lado, exames simples e acessíveis, como a pesquisa de sangue oculto nas fezes, podem auxiliar na detecção precoce e indicar a necessidade de investigações mais detalhadas, permitindo um diagnóstico em fases iniciais. Quando descoberto precocemente, o câncer colorretal tem taxas de cura superiores a 90%, além de possibilitar tratamentos menos invasivos e uma recuperação mais rápida.

 


A.C.CAMARGO CANCER CENTER
Para mais informações aqui.


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