Dra. Fernanda Maniero, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, explica o diagnóstico e formas de prevenção. Clínica tem atendimentos gratuitos em prol do diagnóstico
Recentemente vem
repercutindo casos de famosas e influenciadoras com o diagnóstico, mas a doença
ainda é pouco conhecida. O Lipedema afeta hoje uma em cada dez mulheres, o que
soma cerca de 5 milhões de brasileiras com a doença. Mas afinal, qual é o
diagnóstico?
Segundo a Dra.
Fernanda Maniero, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, o
Lipedema é uma condição crônica e progressiva que causa acúmulo excessivo e
desproporcional de gordura nas pernas, coxas e, às vezes, nos braços. “As
pessoas afetadas com essa doença geralmente têm uma aparência característica de
pernas pesadas e inchadas, enquanto os pés e as mãos permanecem preservados. Em
alguns casos, é confundido com obesidade, sobrepeso, linfedema ou insuficiência
venosa, mas é importante destacar que o Lipedema não é causado por excesso de
peso ou hábitos alimentares inadequados, sendo necessário alguns exames para
facilitar a compreensão das condições de saúde do paciente”, explica.
O Lipedema pode trazer várias dificuldades e impactos para as mulheres que são afetadas por essa condição. Esse diagnóstico é predominantemente observado em mulheres, embora também possa afetar homens em casos raros. Entretanto, em mais de 90% dos casos, é o público feminino que é impactado.
Fernanda ressalta que as principais dificuldades e impactos do Lipedema para as mulheres são as alterações estéticas significativas, dor, hematomas e desconforto das áreas afetadas, limitações nas escolhas das roupas e atividades sociais e problemas de saúde mental com a autoestima. “À medida que a doença progride, a gordura acumulada pode levar também a complicações como problemas articulares e dificuldade de mobilidade”.
Ainda em estudo, mas há evidências que os hormônios desempenham um papel
importante na progressão do Lipedema. “Os hormônios sexuais, como estrogênio e
progesterona, parecem ter um impacto significativo no desenvolvimento dessa
condição. Durante a puberdade, gestação e menopausa, é comum que essa doença se
manifeste ou piore. Isso sugere que flutuações hormonais podem desencadear ou
agravar o caso”, salienta Maniero.
Prevenção e tratamento
O Lipedema ainda não tem formas de prevenção e cura concluídos devido a influência genética. No entanto, existem algumas medidas que podem ajudar a reduzir o risco de agravamento e melhorar o bem-estar das pessoas que já têm a condição. Quanto ao tratamento, o objetivo é aliviar os sintomas, reduzir o acúmulo de gordura e melhorar a qualidade de vida.
Dra. Fernanda elencou algumas formas de prevenção e tratamento, confira:
Diagnóstico precoce: Identificar a condição cedo é crucial
para iniciar o tratamento adequado o mais cedo possível.
Alimentação
saudável: Uma dieta
equilibrada ajuda a controlar o peso e evitar o acúmulo de gordura.
Atividade
física: Exercícios
regulares melhoram a circulação e a saúde cardiovascular.
Terapia
física: Drenagem
linfática e outras técnicas reduzem o inchaço e melhoram a circulação.
Compressão: Roupas especiais de compressão ajudam a reduzir o
inchaço e melhorar a circulação sanguínea.
Medicamentos: Em alguns casos, medicamentos aliviam sintomas
como dor e inflamação.
Tratamento cirúrgico: Em estágios avançados, a cirurgia pode ser considerada para remover o excesso de gordura e melhorar a forma das pernas e braços.
“É fundamental que o tratamento do Lipedema seja abordado de forma individualizada, com o acompanhamento de uma equipe de profissionais de saúde especializados, como médicos, dermatologistas, cirurgiões vasculares, fisioterapeutas e nutricionistas. Cada caso é único, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades específicas de cada pessoa”, completa.
A coordenadora do curso de Nutrição da Anhanguera finaliza enfatizando que o
Lipedema ainda é uma condição pouco conhecida e frequentemente
subdiagnosticada. “Muitas mulheres enfrentam dificuldades para obter um
diagnóstico correto, o que pode levar à sensação de não serem compreendidas ou
levadas a sério pelos profissionais de saúde”.
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