Docente da Faculdade Santa Marcelina
explica que os idosos são mais suscetíveis às altas temperaturas, que não é
todo líquido que hidrata e que refeições menores e mais frequentes ajudam a
manter a energia, entre outras dicas para se manter saudável no verão Crédito: Marcel Crozet
Divulgação
Faculdade Santa Marcelina
Nas últimas semanas, as temperaturas em
grande parte do Brasil estão acima dos 40 graus e as sensações térmicas ainda
mais elevadas, chegando a 50º em determinadas regiões. Além disso, o volume de
chuvas está acima da média para o início do ano, causando alagamentos e
deslizamentos nas cidades. Ambas as situações afetam a qualidade de vida dos
brasileiros e aumentam o número de mortes no verão. Por exemplo, uma pesquisa
realizada pela Secretaria Municipal do Rio, em parceria com o Centro de
Inteligência Epidemiológica, registrou mais de 390 mil mortes por causas selecionadas
entre 2012 e 2024, sendo o recorde de 151 delas, entre idosos, em um único dia,
todas causadas pelo calor intenso.
Esses problemas são causados pelas
mudanças climáticas, que trazem efeitos profundos na vida das pessoas. Segundo
João Gregório Neto, professor mestre do Curso de Enfermagem da Faculdade Santa Marcelina,
o calor extremo é um risco para diversas pessoas, especialmente, para os mais
velhos. Um estudo da Fiocruz revelou que a exposição de idosos a temperaturas
acima dos 40ºC, por mais de quatro horas, aumenta em até 50% o risco de
morte por doenças como hipertensão, diabetes, insuficiência renal, infecção do
trato urinário e Alzheimer.
“As doenças cardiovasculares e respiratórias
são mais comuns devido à má qualidade do ar, que tende a piorar em altas
temperaturas pela intensificação da poluição”. Além disso, o verão é a estação
propícia para a proliferação de mosquitos como o Aedes Aegypti, transmissor de
doenças como a Dengue, Zika e Chikungunya. O especialista explica, que os
efeitos das mudanças climáticas fazem com que a proliferação desse inseto seja
ainda mais intensa agora do que foi há alguns anos. “A falta de saneamento
básico em áreas urbanas e a ocorrência de enchentes agravam ainda mais o
problema”, explica João.
João Gregório Neto explica durante o
verão, o consumo de água e de energia aumentam, levando ao racionamento. A
ausência de moradia adequada e água potável podem trazer ainda mais problemas
de saúde à população. “Pessoas que vivem nessas condições podem desencadear
diarreias e infecções gastrointestinais, leptospirose, pneumonia e a
tuberculose, problemas de pele como micose e sarna, infecções bacterianas, além
da desnutrição e anemia”, conclui.
Confira as dicas de João Gregório Neto,
professor mestre do Curso de Enfermagem da Faculdade Santa Marcelina para se
manter saudável nessa época:
Não é todo líquido
que hidrata
A ingestão de líquidos é essencial para
compensar as perdas de água pelo suor e manter o corpo funcionando
adequadamente. Recomenda-se consumir de 2 a 3 litros por dia, ajustando a
quantidade conforme o nível de atividade física e a temperatura. Evite bebidas
alcoólicas e açucaradas, que podem causar desidratação e aumentar a sensação de
cansaço. Consuma alimentos ricos em água, como melancia, melão e laranja.
Alimentação leve e
nutritiva:
Durante o verão, o metabolismo é menos
exigido em relação à digestão, por isso uma dieta equilibrada e leve é ideal.
Priorize frutas, verduras e legumes, ricos em vitaminas, minerais e
antioxidantes que fortalecem o sistema imunológico. Evite alimentos gordurosos
que sobrecarregam o sistema digestivo. Opte por refeições menores e mais
frequentes, isso ajuda a evitar a sensação de peso e mantém os níveis de
energia ao longo do dia.
Proteção contra o
calor:
Evitar a exposição excessiva ao calor é
fundamental para prevenir problemas como desidratação, insolação e queimaduras
solares. Prefira horários entre o início da manhã e o final da tarde para sair
de casa. Use roupas leves e claras, tecidos de algodão permitem melhor
ventilação. Aplique protetor solar com FPS 30 ou superior, use chapéus, bonés e
óculos escuros com proteção UV.
Cuidados com a
pele e o corpo:
A pele é particularmente vulnerável no
verão, exigindo atenção redobrada. Hidrate a pele regularmente com cremes
hidratantes. Evite banhos muito quentes que removem a oleosidade natural da
pele, intensificando o ressecamento. Reforce o uso de repelentes,
principalmente em áreas onde mosquitos transmissores de doenças, como dengue e
zika, são comuns.
Atividade física
com moderação:
Exercitar-se no verão é benéfico, mas
requer ajustes para evitar os efeitos adversos do calor. Escolha horários
adequados ao amanhecer ou à noite, quando as temperaturas são mais amenas.
Hidrate-se ainda mais durante o exercício beba pequenas quantidades em
intervalos regulares. Adapte a intensidade e diminua o ritmo em dias muito
quentes para evitar exaustão.
Prevenção de
doenças sazonais:
O verão é propício à disseminação de
algumas doenças, como viroses gastrointestinais, dengue e doenças de pele. Lave
bem os alimentos consumidos crus. Evite água de procedência duvidosa. Elimine
focos de água parada e fique atento a sinais de desidratação ou insolação:
tontura, fraqueza ou aumento da temperatura corporal.
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