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segunda-feira, 10 de março de 2025

Efeitos da crise climática aumentam a mortalidade de brasileiros

 Crédito: Marcel Crozet 
Divulgação  
Faculdade Santa Marcelina
Docente da Faculdade Santa Marcelina explica que os idosos são mais suscetíveis às altas temperaturas, que não é todo líquido que hidrata e que refeições menores e mais frequentes ajudam a manter a energia, entre outras dicas para se manter saudável no verão

  

Nas últimas semanas, as temperaturas em grande parte do Brasil estão acima dos 40 graus e as sensações térmicas ainda mais elevadas, chegando a 50º em determinadas regiões. Além disso, o volume de chuvas está acima da média para o início do ano, causando alagamentos e deslizamentos nas cidades. Ambas as situações afetam a qualidade de vida dos brasileiros e aumentam o número de mortes no verão. Por exemplo, uma pesquisa realizada pela Secretaria Municipal do Rio, em parceria com o Centro de Inteligência Epidemiológica, registrou mais de 390 mil mortes por causas selecionadas entre 2012 e 2024, sendo o recorde de 151 delas, entre idosos, em um único dia, todas causadas pelo calor intenso. 

Esses problemas são causados pelas mudanças climáticas, que trazem efeitos profundos na vida das pessoas. Segundo João Gregório Neto, professor mestre do Curso de Enfermagem da Faculdade Santa Marcelina, o calor extremo é um risco para diversas pessoas, especialmente, para os mais velhos. Um estudo da Fiocruz revelou que a exposição de idosos a temperaturas acima dos 40ºC, por mais de quatro horas, aumenta em até 50% o risco de morte por doenças como hipertensão, diabetes, insuficiência renal, infecção do trato urinário e Alzheimer. 

“As doenças cardiovasculares e respiratórias são mais comuns devido à má qualidade do ar, que tende a piorar em altas temperaturas pela intensificação da poluição”. Além disso, o verão é a estação propícia para a proliferação de mosquitos como o Aedes Aegypti, transmissor de doenças como a Dengue, Zika e Chikungunya. O especialista explica, que os efeitos das mudanças climáticas fazem com que a proliferação desse inseto seja ainda mais intensa agora do que foi há alguns anos. “A falta de saneamento básico em áreas urbanas e a ocorrência de enchentes agravam ainda mais o problema”, explica João. 

João Gregório Neto explica durante o verão, o consumo de água e de energia aumentam, levando ao racionamento. A ausência de moradia adequada e água potável podem trazer ainda mais problemas de saúde à população. “Pessoas que vivem nessas condições podem desencadear diarreias e infecções gastrointestinais, leptospirose, pneumonia e a tuberculose, problemas de pele como micose e sarna, infecções bacterianas, além da desnutrição e anemia”, conclui. 

Confira as dicas de João Gregório Neto, professor mestre do Curso de Enfermagem da Faculdade Santa Marcelina para se manter saudável nessa época:
 

Não é todo líquido que hidrata  

A ingestão de líquidos é essencial para compensar as perdas de água pelo suor e manter o corpo funcionando adequadamente. Recomenda-se consumir de 2 a 3 litros por dia, ajustando a quantidade conforme o nível de atividade física e a temperatura. Evite bebidas alcoólicas e açucaradas, que podem causar desidratação e aumentar a sensação de cansaço. Consuma alimentos ricos em água, como melancia, melão e laranja.
 

Alimentação leve e nutritiva:  

Durante o verão, o metabolismo é menos exigido em relação à digestão, por isso uma dieta equilibrada e leve é ideal. Priorize frutas, verduras e legumes, ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes que fortalecem o sistema imunológico. Evite alimentos gordurosos que sobrecarregam o sistema digestivo. Opte por refeições menores e mais frequentes, isso ajuda a evitar a sensação de peso e mantém os níveis de energia ao longo do dia.
 

Proteção contra o calor:  

Evitar a exposição excessiva ao calor é fundamental para prevenir problemas como desidratação, insolação e queimaduras solares. Prefira horários entre o início da manhã e o final da tarde para sair de casa. Use roupas leves e claras, tecidos de algodão permitem melhor ventilação. Aplique protetor solar com FPS 30 ou superior, use chapéus, bonés e óculos escuros com proteção UV.
 

Cuidados com a pele e o corpo:  

A pele é particularmente vulnerável no verão, exigindo atenção redobrada. Hidrate a pele regularmente com cremes hidratantes. Evite banhos muito quentes que removem a oleosidade natural da pele, intensificando o ressecamento. Reforce o uso de repelentes, principalmente em áreas onde mosquitos transmissores de doenças, como dengue e zika, são comuns.
 

Atividade física com moderação:  

Exercitar-se no verão é benéfico, mas requer ajustes para evitar os efeitos adversos do calor. Escolha horários adequados ao amanhecer ou à noite, quando as temperaturas são mais amenas. Hidrate-se ainda mais durante o exercício beba pequenas quantidades em intervalos regulares. Adapte a intensidade e diminua o ritmo em dias muito quentes para evitar exaustão.
 

Prevenção de doenças sazonais:  

O verão é propício à disseminação de algumas doenças, como viroses gastrointestinais, dengue e doenças de pele. Lave bem os alimentos consumidos crus. Evite água de procedência duvidosa. Elimine focos de água parada e fique atento a sinais de desidratação ou insolação: tontura, fraqueza ou aumento da temperatura corporal.
 

Faculdade Santa Marcelina


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