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terça-feira, 11 de março de 2025

O que esperar de 2025?

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‘O ano será de muitos desafios econômicos: crescimento menor, juros maiores, inflação persistente. Essa é a lista do que dá para se prever de agora’

 

 

Já sabemos que, no Brasil, o ano só começa mesmo depois do Carnaval. Podemos dizer, agora, que teremos um 2025 de dez meses pela frente. Para a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), com uma enorme preocupação diante da situação política e econômica. Basta uma simples lembrança para verificar a gravidade da situação: nosso país não tem aprovado, ainda, o orçamento anual de 2025. Por questões eleitorais, disputas internas de espaço no parlamento, e falta de articulação do governo, o Congresso encerrou 2024 sem a lei orçamentária definida, o que traz enormes prejuízos à gestão do Estado. Que nível de organização é esse que estamos vivendo, se não temos sequer a definição de como serão usadas as verbas públicas?

Enquanto isso, as manchetes dos jornais trazem notícias que pioram o ambiente de incertezas. Um ano que antecede eleições presidenciais deveria servir para “arrumar a casa”, implementar medidas que realmente fortaleçam o Estado, e não intempéries e aventuras políticas que tragam ainda mais insegurança. Os empreendedores aguardam, por exemplo, a regulamentação da Reforma Tributária. Esperam, ainda, por falas das autoridades e da equipe econômica que sinalizem austeridade. Era o momento de se discutir avanços estruturais.

Nesse cenário, é de impressionar também que ninguém defenda uma ampla reforma administrativa. O Estado brasileiro precisa custar menos, para dar espaço aos investimentos. O empresariado sente desalento, desânimo e falta de perspectiva. Os médios, pequenos e microempreendedores, que geram empregos em uma velocidade muito rápida, não se veem representados. Não têm voz. E são quase 7 milhões de desempregados, pelo levantamento mais recente do IBGE. Chefes de família - pais, mães, avôs e avós - que não têm renda mensal. Brasileiros que precisam de estímulo e incentivo para conquistarem espaço no mercado.

Para a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), o principal meio para geração de emprego é incentivar os empreendedores. É preciso aumentar o teto de faturamento dos MEIs de R$ 81 mil para R$ 144 mil por ano. E, ainda, passar de 1 para 2 o número de funcionários que possam ser contratados pelos MEIs. As perspectivas para 2025 não são animadoras. O ano será de muitos desafios econômicos: crescimento menor, juros maiores, inflação persistente. Essa é a lista do que dá para se prever de agora. Ainda há os riscos dos fatores não calculados e absolutamente fora de controle, como a situação de outros países, do clima e dos conflitos internacionais.

Diante desse cenário, é preciso enfrentar a desigualdade com criação de emprego. Na contramão desse raciocínio, o governo abre espaço para discussões sobre a redução da jornada de trabalho. Isso sim vai gerar demissões em massa. O governo deveria proteger as relações trabalhistas entre empregado e empregador, e não defender temas que são “populares”, mas que não se refletem em benefícios na vida real. A possibilidade de gerar emprego está nas mãos dos comerciantes, empresários e empreendedores que trabalham, diariamente, para criar renda, pagar imposto e fazer a economia girar e crescer. Não podemos permitir a redução da atividade econômica. Não podemos permitir que avancem debates sobre a redução da jornada de trabalho.

 



Alfredo Cotait Neto - presidente da CACB e Facesp

Fonte:https://www.dcomercio.com.br/publicacao/s/o-que-esperar-de-2025

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário do Comércio


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