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sábado, 20 de dezembro de 2025

Perder peso não reduz a barriga: nutricionista explica a diferença entre emagrecer e eliminar gordura abdominal

 

A gordura abdominal é a última a responder ao emagrecimento porque depende de metabolismo, hormônios e preservação de massa magra e não apenas de calorias
 

A frustração de ver a balança descer enquanto a barriga permanece igual tem explicação. Segundo a nutricionista esportiva Alice Paiva, especializada em emagrecimento e reeducação alimentar, os primeiros quilos perdidos raramente correspondem à eliminação da gordura abdominal. Nos primeiros dias de dieta, o peso tende a cair por perda de água, redução de glicogênio e menor volume intestinal. A gordura visceral, porém, reage de forma lenta ao déficit calórico e exige mudanças estruturais no metabolismo para começar a diminuir.
 

De acordo com Alice, a região abdominal é a mais resistente do corpo porque funciona como um “centro metabólico”, diretamente ligado ao estresse e aos hormônios. A gordura visceral é mais inflamatória, tem receptores que bloqueiam sua mobilização e responde de forma sensível ao cortisol. Por isso, a pessoa pode seguir uma dieta restrita, perder peso rapidamente e ainda assim manter a circunferência abdominal praticamente inalterada.
 

A especialista alerta que uma queda rápida na balança pode indicar outro problema: perda de massa magra. Quando o déficit calórico é agressivo, a proteína é insuficiente e não há treino de força, o corpo usa o músculo como fonte de energia. O resultado é um metabolismo mais lento, menor gasto energético diário e manutenção da gordura abdominal. “A pessoa fica mais leve no peso, mas não necessariamente com melhor composição corporal”, afirma.
 

Outro fator que mantém gordura na região central é o estresse constante. O aumento prolongado do cortisol altera a sensibilidade à insulina, aumenta o apetite por carboidratos rápidos e prejudica o sono, criando um ambiente fisiológico favorável ao acúmulo abdominal. Estudos mostram que poucas noites mal dormidas já são suficientes para alterar hormônios ligados à fome e à saciedade, o que impacta diretamente o processo de emagrecimento.
 

Para inverter esse cenário, Alice destaca que a abordagem não deve focar apenas em calorias, mas em qualidade e estratégia. A barriga muda quando o corpo preserva massa magra, melhora a sensibilidade à insulina e reduz a inflamação interna. Um plano eficaz combina ingestão adequada de proteína distribuída ao longo do dia, rotina de treino de força e menor exposição a alimentos ultraprocessados. O exercício aeróbio continua importante para saúde cardiovascular, mas isolado não é suficiente para reduzir a gordura visceral.
 

A nutricionista recomenda que o acompanhamento do progresso vá além da balança: roupas mais soltas na cintura, redução da circunferência abdominal, melhora da força, mais disposição e menos fome são indicadores mais precisos de perda real de gordura. Segundo ela, quando esses sinais aparecem, o peso se torna apenas um número e muitas vezes um número enganoso.
 

“O desafio não é perder peso, mas qualificar o emagrecimento. O foco está em perder gordura, preservar músculo e construir um metabolismo que continue funcionando a favor do corpo. A balança mostra um número; o corpo, o resultado”, conclui Alice.

 

Alice Paiva - nutricionista esportiva especializada em emagrecimento e reeducação alimentar. Com vasta experiência no desenvolvimento de estratégias nutricionais personalizadas, Alice se destaca pela abordagem prática e eficaz, que permite a seus pacientes alcançarem seus objetivos de forma saudável e sustentável. Reconhecida pelo trabalho focado na educação alimentar, Alice incentiva escolhas inteligentes e substituições nutricionais que favorecem o equilíbrio e a qualidade de vida, sempre valorizando o sabor e o prazer à mesa.


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