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sábado, 20 de dezembro de 2025

Estudo mostra que jovens têm queda de 24,8% na depressão e 16,1% na ansiedade após uma semana sem redes sociais


O uso das redes sociais se tornou parte central da rotina dos jovens, um espaço de conexão e aprendizagem, mas também de comparação constante, exposição a padrões irreais em excesso. Profissionais de saúde mental vêm alertando que esse ambiente, quando consumido sem pausas, pode intensificar ansiedade, afetar o sono e reforçar inseguranças que já existem offline. 

Nesse cenário, uma nova pesquisa publicada na Jama Network Open traz dados importantes sobre o impacto de pequenas interrupções nesse ciclo. O estudo acompanhou adultos de 18 a 24 anos que decidiram reduzir o uso das redes por uma semana e registrou quedas expressivas nos sintomas emocionais: ansiedade caiu 16,1%, depressão 24,8% e insônia 14,5%. Mesmo continuando a usar o celular para outras atividades, a simples retirada de plataformas como Instagram, TikTok e Snapchat reduziu comportamentos associados ao desgaste emocional, como comparação social e rolagem compulsiva. 

Os participantes diminuíram o tempo nas plataformas para cerca de meia hora por dia, em comparação às quase duas horas habituais. Embora o “detox digital” não tenha reduzido a sensação de solidão, houve melhora consistente nos sintomas emocionais e no padrão de sono. 

Para Karen Scavacini, psicóloga e fundadora do Instituto Vita Alere, os resultados reforçam algo que ela observa todos os dias: “A pausa não resolve tudo, mas cria um intervalo mental necessário. Os jovens vivem pressionados por expectativas irreais e por uma sensação permanente de estar ‘atrasado’ em relação aos outros. Quando eles fazem um uso consciente das redes, conseguem ter uma relação mais saudável com esse uso e perceber o quanto aquele fluxo contínuo estava afetando o humor.” 

Segundo ela, ainda que não substitua tratamento psicológico, o uso planejado pode funcionar como uma estratégia complementar de cuidado, especialmente para quem já sente que as redes estão tomando muito tempo e drenando energia emocional. 

 



Sobre Instituto Vita Alere

O Instituto Vita Alere é uma organização nacional dedicada à promoção da saúde mental, com foco na convergência entre tecnologia, educação, pesquisa aplicada e cuidado emocional. Fundado em 2013 pela psicóloga e pesquisadora Karen Scavacini, o instituto desenvolve iniciativas como mapeamento de serviços, incluindo a criação do Mapa Saúde Mental, formação de profissionais, programas de educação emocional e consultorias para escolas, empresas e plataformas digitais. Também conduz estudos em saúde digital, inteligência artificial e em temas relacionados à prevenção do suicídio, que integra uma de suas frentes de atuação.


Karen Scavacini - Psicóloga, mestre em Saúde Pública pelo Karolinska Institutet (Suécia) e doutora em Psicologia pela USP. Fundadora do Instituto Vita Alere, que há 13 anos é referência nacional em saúde mental, prevenção e posvenção do suicídio, é criadora do Mapa Saúde Mental e responsável pelo Centro de Inovação e Pesquisa em Saúde Mental, Tecnologia e Suicidiologia. Atua há mais de 25 anos com saúde mental, e há mais de 10 anos com o bem-estar digital. Trabalha com escolas, universidades e empresas. Responsável pelo programa Skillslab da Escola de Economia da Fgv. Representante do IASP no Brasil. É pesquisadora, autora de livros e cartilhas, palestrante, TEDx Speaker e articuladora de ações inovadoras que integram cuidado emocional, comunicação e tecnologia.

 

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