O que realmente impulsiona ou paralisa a produtividade em uma empresa? A resposta não está apenas nos balanços financeiros ou nos indicadores de vendas, mas, acima de tudo, na saúde emocional e mental de quem está por trás de tudo isso: as pessoas.
A falta deste olhar atencioso impacta não apenas o
clima organizacional, transcendendo à outras questões fundamentais como
absenteísmo e turnover – o que ressalta a importância de não apenas colher
dados a respeito desses sentimentos, mas, especialmente, em como transformá-los
em ações que gerem valor ao capital humano e toda a organização.
O custo do desengajamento em qualquer empresa é
grave. No Brasil, dados recentes divulgados pela Flash, em parceria com a FGV
EAESP, mostraram que 61% dos profissionais se sentem desmotivados com o
trabalho, o que pode gerar um custo de R$ 77 bilhões para as organizações,
considerando a perda de produtividade e demais gastos com rotatividade.
Mesmo diante da atualização da NR1, a qual
reestruturou a maneira pela qual as empresas devem lidar com a gestão de
riscos, incluindo a obrigatoriedade de abordagem dos riscos psicossociais no
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) em todas as suas áreas, ainda assim,
são extremamente comuns casos de líderes que não se atentam à importância de
mensurar percepções e indicadores emocionais de seus times, perdendo acesso a
informações que poderiam revolucionar o engajamento e desempenho de cada um.
Afinal, por mais que muitos ainda considerem as
emoções como algo intangível ou irrelevante de ser mensurado, uma postura ativa
por parte das empresas nesse sentido, apoiadas por tecnologias robustas que
colham e analisem essas informações, é o que fará a diferença na construção de
um ambiente de segurança psicológica e fomento a inciativas que cuidem da saúde
mental e emocional daqueles que são os responsáveis por alavancar a marca em
seus setores.
Outro estudo da Harvard Business Review, como prova
disso, confirmou que empresas que investem em programas consistentes de
bem-estar apresentam até 25% menos turnover, o que depende não apenas de um RH
preparado e qualificado com boas ferramentas para entender essas análises e
competências de People Analytics para interpretá-los, mas também uma liderança
desenvolvida que faça bom uso desses indicadores, ao invés de se basearem em
“achismos” ou opiniões próprias não embasadas em dados reais e concretos.
Compreender essas emoções e em qual momento da
jornada elas estão se intensificando é crucial para uma relação harmônica e de
confiança entre as partes, de forma que se sintam felizes, amparadas e
abraçadas quanto a seus sentimentos. Além, é claro, de contribuir para a
construção de experiências cada vez melhores que elevem o engajamento e
produtividade.
Existem diversas ferramentas e metodologias
direcionadas a esse olhar preditivo no mercado, correlacionando o bem-estar e
performance de forma a ajudar na melhora do desempenho individual e coletivo.
Independentemente de recurso tecnológico, por outro lado, é importante destacar
a essencialidade de um RH humanizado como ponto fundamental para essa melhora,
não dispensando o diálogo nessa construção de um ambiente de apoio e segurança
a todos.
Ao invés de tentar seguir uma receita de bolo na
elaboração dessa estratégia, cada empresa deve entender sua realidade e as
necessidades específicas de suas equipes. Verifique o que está gerando
desmotivação internamente (sobrecarga, conflitos, metas desproporcionais, falta
de reconhecimento) para, a partir disso, determinar qual a melhor solução para
melhorá-la (desenvolvimento das lideranças, programa de saúde mental, ou demais
iniciativas). Revise esses processos periodicamente, os mantendo sempre
alinhados às demandas internas.
A capacidade de transformar sentimentos em dados
estratégicos é uma das estratégias que mais define o sucesso empresarial hoje
em dia, obtendo insights que direcionem os líderes a desenvolverem times cada
vez mais engajados, felizes e produtivos. Muito além de ser uma área
operacional, essa realidade mostra a importância de o RH se posicionar como o motor
de inteligência que garantirá o bem-estar dos profissionais e,
consequentemente, a saúde financeira da empresa.
Lorraine Corrêa - Head de Gente e Gestão da Pontaltech.
Pontaltech
Nenhum comentário:
Postar um comentário