Para o diagnóstico é imprescindível a consulta
médica com realização de exame físico
A
atriz Larissa Manoela divulgou, recentemente, que recebeu o diagnóstico de
Síndrome dos Ovários Policísticos, após a realização de um ultrassom. A SOP
acomete no período reprodutivo da mulher, mas os primeiros sintomas podem
aparecer logo nos primeiros ciclos menstruais ainda na adolescência. A síndrome
dos ovários policísticos está entre as mais comuns disfunções endócrinas nas
mulheres e sua prevalência pode variar de 6% a 16% dependendo da população em
estudo.
A
seguir, a Dra. Jessica Crema Tobara, cirurgiã Ginecológica/Oncoginecologia e
docente do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, explica sobre a
doença causada pelo desequilíbrio dos hormônios na mulher.
O que caracteriza a síndrome do ovário policístico? A partir de quantos
cistos podemos falar em SOP?
A
Síndrome dos Ovários Policísticos é uma síndrome metabólica que cursa com distúrbios
hormonais causando sintomas androgênicos na mulher. O consenso mais atual para
o diagnóstico de SOP sugere a presença de pelo menos dois dos três critérios
diagnósticos: oligomenorreia (aumento do intervalo entre os ciclos menstruais),
hiperandrogenismo clínico (sinais masculinos, como o crescimento de pelos em
locais anormais, queda temporária de cabelo, dentre outros) e/ou laboratorial
(aumento de hormônios masculinos) e morfologia ultrassonográfica com ovários de
padrão micropolicístico. A presença de 20 ou mais folículos com diâmetro médio
de 2 a 9 mm e/ou volume ovariano total maior ou igual 10 cm3 podem sugerir o
diagnóstico.
As causas da síndrome são conhecidas? Quais são?
A
causa da SOP ainda não é totalmente conhecida, mas temos a hipótese de origem
genética e alguns estudos sugerem uma possível ligação entre o aumento da
resistência à ação da insulina no organismo, gerando um aumento do hormônio na
corrente sanguínea que promoveria todo o desequilíbrio hormonal.
As pacientes costumam chegar ao consultório com quais tipos de queixas?
Quais os principais sintomas?
Muitas
mulheres, ainda sem diagnóstico de SOP, chegam ao consultório com queixa de
alterações do ciclo menstrual passando longos períodos sem apresentar
sangramento e outras com dificuldade para engravidar. Esses são alguns dos
sintomas mais comuns, porém podem apresentar também: aumento da pilificação ou
hirsutismo (aumento de pelos em algumas regiões como rosto e abdômen),
obesidade, aumento da oleosidade da pele (seborreia) com presença de acne e
alopecia (queda de cabelo).
Quais os exames necessários para o diagnóstico?
Para
o diagnóstico é imprescindível a consulta médica com realização de exame
físico. Com o auxílio de exames laboratoriais com a coleta de sangue para dosagem
hormonal e ultrassom transvaginal temos então o diagnóstico da Síndrome dos
Ovários Policísticos.
Em quais casos a SOP pode levar à infertilidade?
É
importante ressaltar que pacientes com SOP controlada podem sim engravidar. Já
as pacientes com descontrole da doença e sem acompanhamento especializado podem
apresentar ciclos anovulatórios e consequente dificuldade para uma gestação
espontânea.
Como é feito o tratamento? Tem cura?
O
tratamento acontece principalmente com a mudança de estilo de vida. Exercício
físico rotineiro, perda de peso e dieta com controle da ingestão de
carboidratos trazem excelentes resultados e até mesmo a normalização do ciclo
menstrual e controle hormonal. Alguns casos podemos associar o uso de
medicações para controle de alguns sintomas como os sensibilizastes de insulina
para pacientes com importante alteração do perfil glicêmico. Vale ressaltar que
o uso de anticoncepcional hormonal não é considerado tratamento para o distúrbio
metabólico, mas pode ser utilizado para a normalização dos ciclos menstruais em
pacientes que não desejam a gestação naquele momento.
Faculdade Santa Marcelina
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