Neurologista do
Grupo Kora Saúde explica os gatilhos mais comuns da estação e como prevenir
crises durante os meses mais quentes
Durante os meses mais quentes do ano, muitos
pacientes relatam aumento na frequência e na intensidade das dores de cabeça.
Segundo a neurologista Vanessa Loyola de O. Marim, do Grupo Kora Saúde, esse
comportamento já foi identificado em diversos estudos populacionais que mostram
maior incidência de cefaleias em períodos de calor extremo e de variações
bruscas de temperatura, especialmente entre pessoas predispostas.
A especialista reforça que o aumento das queixas
durante o verão tem origem multifatorial. A vasodilatação provocada pelo calor
é um dos mecanismos fisiológicos envolvidos, mas está longe de ser o único. A
combinação de desidratação, perda excessiva de líquidos pelo suor e exposição a
poluentes cria um cenário especialmente favorável às crises. “Quando
calor, baixa ingestão de água e má qualidade do ar se somam, o organismo fica
mais vulnerável, e a cefaleia aparece com maior frequência e intensidade”,
afirma Vanessa.
Ela destaca que, embora estudos internacionais
apontem aumentos importantes nesses períodos, os números variam bastante e
dependem do contexto ambiental, climático e cultural de cada país. “Há
pesquisas asiáticas que relatam elevações próximas de 35% nos episódios de
cefaleia durante ondas de calor, mas não podemos aplicar esses dados de maneira
automática ao Brasil. As realidades são muito diferentes em clima, poluição,
genética e hábitos”, pontua.
Apesar dessa variação, um ponto é amplamente
consistente na literatura: a hidratação adequada influencia diretamente a
redução dos sintomas. Estudos mostram que aumentar a ingestão diária de água em
cerca de 1,5 litro pode diminuir até 21 horas de dor em um período de duas
semanas em pessoas predispostas. “É uma intervenção simples, acessível e muitas vezes
subestimada, mas com impacto real na prevenção de crises associadas ao calor”,
reforça.
Embora a maioria das dores de cabeça ligadas ao
calor seja benigna e melhore com medidas como hidratação, descanso e controle
da exposição ao sol, alguns sinais exigem atenção imediata. Vanessa alerta que
a busca por avaliação médica é recomendada quando a dor vem acompanhada de
alterações visuais, febre persistente, rigidez no pescoço, náuseas intensas,
vômitos, fraqueza ou dormência em um dos lados do corpo, ou quando o sintoma se
intensifica progressivamente ao longo dos dias. “Reconhecer quando a dor foge
do padrão habitual é fundamental, principalmente no verão, quando os gatilhos
ambientais estão mais presentes”, ressalta.
Para atravessar a estação mais quente do ano com
mais conforto, a neurologista do Grupo Kora Saúde recomenda atenção constante à
hidratação, evitar exposição solar prolongada, manter hábitos regulares de sono
e minimizar contrastes extremos de temperatura entre ambientes internos e externos.
“Não
controlamos o clima, mas podemos controlar os gatilhos. E essa é a chave para
reduzir o impacto das cefaleias no verão”, conclui.
Kora Saúde
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