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sábado, 1 de abril de 2023

O que é a jornada tripla e como ela impacta na saúde mental da mulher

Head de psicologia da orienteme aponta que existe um caráter cultural que fomenta essa realidade

 

De acordo com uma pesquisa realizada pela Catho, em 2021, 98% das mulheres entrevistadas que trabalham em home office realizam multitarefas para dar conta das demandas profissionais, do lar e dos filhos. Esses dados evidenciam um cenário importante de que, independente do modelo de trabalho exercido, a mulher exerce a jornada tripla. 

A Head de Psicologia da orienteme, Renata Tavolaro, explica que a jornada tripla é o acúmulo de responsabilidades que as mulheres assumem em suas rotinas diárias, que afetam diretamente na saúde mental feminina, desenvolvendo quadros de estresse, ansiedade, baixa autoconfiança, depressão, entre outras. O que a difere da jornada dupla é o adicional das demandas maternas além do trabalho, enquanto a tripla se caracteriza pelas responsabilidades profissionais, de cuidado com o lar e também com os filhos. 

Como resultado desses riscos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que as mulheres estão mais expostas aos riscos de sobrecarga física e mental, como a Síndrome de Burnout. 

Mas como chegamos a esse ponto? A Head de Psicologia explica que existe também um viés cultural ligado à jornada tripla, enraizado em nossa sociedade. “Observamos que as mulheres têm uma cobrança, que pode ser interna ou externa sobre os afazeres domésticos e cuidado com os filhos. É fato que esta jornada tripla de trabalho ainda acontece muito e esta situação faz com que as mulheres percam a qualidade de vida, pois acabam sacrificando suas horas de lazer, autocuidado e qualificação profissional”, comenta a profissional. 

Para evitar seus efeitos, o cuidado deve vir de diversas frentes. Quanto à atuação das empresas e como elas podem auxiliar na melhora da qualidade de vida, Renata explica que é um grande desafio, pois é necessário um olhar muito tangente da organização para esse cenário. 

“Considero que o mais importante é realizar trabalhos de conscientização, por meio de rodas de conversas, lives, etc. Além disso, mostrar para as mulheres que elas têm que mudar sua mentalidade, ou seja, não existe “super-heroína" que precisa dar conta de tudo. O acompanhamento psicológico é essencial nesses casos, para que as mulheres obtenham apoio para mudar essa realidade. É importante entender que ela deve aprender a se respeitar, se valorizar, delegar tarefas e não se cobrar em demasia.”, finaliza a especialista.
 

orienteme


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