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quinta-feira, 27 de abril de 2023

Apneia do sono pode gerar o ronco e levar a caso de AVC

Especialista aponta as principais causas, como diagnosticar e quais são os tratamentos possíveis para quem sofre com o distúrbio

 

Aqueles que sofrem de apneia do sono, ou roncam, comumente sentem no decorrer do dia as consequências de uma noite mal dormida. Relatos de cansaço, sonolência e falta de concentração estão entre os exemplos. Dados apontam que estes casos não são nada raros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 45% da população mundial sofre com algum distúrbio do sono. No caso da apneia, é possível descobrir a doença e tratar. Já o ronco é apenas uma possível consequência causados pela doença, conforme explica a cirurgiã dentista Talita Dantas.

Segundo ela, é comum existirem dúvidas sobre o tema. “A apneia é um distúrbio do sono que representa a parada da respiração algumas vezes durante a noite. Já o ronco é um barulho causado pela obstrução da passagem de ar”, diferencia. “Com a passagem de ar dificultada, isso faz com que tenhamos a vibração na região posterior da garganta e traqueia, gerando o barulho”, completa. Por isso, muitas vezes pode acontecer de pessoas que roncam terem apneia do sono.

 

Causas e diagnóstico

Existem diversas causas que podem promover a obstrução total da respiração, isso porque a apneia tem origem no sistema nervoso central e está relacionada a diversos fatores de risco, como obesidade, tabagismo, etilismo e/ou uso de alguns medicamentos. Segundo Talita, a apneia é diagnosticada por meio da realização de um exame que se chama polissonografia. Ao realizar o exame, também é possível checar a complexidade do caso, visto que existem diversos níveis.

Vão existir diferentes estágios da doença, desde graus mais leves a mais avançados. E a depender do grau que a pessoa se encontrar ela terá opções de tratamentos mais simples ou mais complexos”, afirma. O diagnóstico é feito com base no número de vezes que a pessoa para de respirar por alguns segundos durante o sono e na quantidade de oxigenação. Até o nível 5, a apneia é considerada normal, entre 5 e 15 é leve, de 15 a 30 é moderada e acima disso, o quadro é grave.

O que poucas pessoas sabem é da importância do dentista no diagnóstico e tratamento. “Um profissional que realiza uma anamnese bem detalhada consegue chegar à possibilidade da presença de apneia e o cirurgião dentista pode solicitar inclusive o exame que de fato define a presença ou não de apneia, e a complexidade do quadro”, ressalta.

A depender deste nível, podem ser necessárias mudanças de hábitos e do estilo de vida como um todo, ou até mesmo a utilização de aparelhos intraorais, feitos por dentistas. Nos casos mais graves também pode haver o uso de outros aparelhos que vão auxiliar no tratamento da apneia do sono. Segundo ela, um dos paradigmas é que a maioria dos otorrinos fazem o tratamento com CPAP. “Socialmente falando, esse equipamento é de difícil adesão. É difícil de ser usado e o paciente pode ter vergonha de utilizar, por exemplo, com um parceiro ao lado. Por isso, o dentista traz abordagens que podem ter maior adesão e, consequentemente, sucesso no tratamento”, argumenta.

É importante lembrar que cada caso deve ser diagnosticado e tratado individualmente, com orientação de um profissional de saúde. Além disso, como a apneia e o ronco são uma questão relacionada à anatomia, pode ser difícil solucionar o problema definitivamente. No entanto, ao tratar, o grau da apneia melhora e traz qualidade de vida ao paciente.

 

Consequências

As consequências são inúmeras, conforme explica Talita. Podem ser desde problemas conjugais ou até mesmo um possível AVC. “Quando o paciente começa a entender que o ronco é o primeiro sinal da apneia, ele entende que é muito mais do que você fazer um barulho e incomodar alguém do seu lado, mas pode ser um problema de saúde grave e até sinal de problemas cardíacos, por exemplo. Só aí ele entende que precisa de ajuda”, pontua.

Mas como saber quando buscar um profissional? A especialista indica os perfis: aquele paciente que dorme, mas não descansa; aquele também que passa o dia sonolento, ou mesmo o que tem o parceiro que reclama durante a noite. “Estes são alguns dos casos de primeiros sinais que a pessoa deve procurar ajuda. Existem diversos artigos científicos que mostram a atuação do cirurgião-dentista e a importância e os resultados do uso dos aparelhos intraorais, que são muito fáceis de serem usados e trazem uma qualidade de vida que o paciente tanto deseja e precisa”, conclui

 

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