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quinta-feira, 27 de abril de 2023

Como a cultura do leste asiático vem ganhando espaço no Brasil

3º local onde mais cresceu a audiência pelos doramas (termo usado para séries asiáticos) (Imagem: Freepik)

Em 2022, o Japão ocupava a 12º posição e a Coreia do Sul, a 19° entre os países mais buscados pelos estudantes, segundo pesquisa Selo Belta

 

O Brasil é formado por um misto de etnias e costumes, resultado das constantes ondas migratórias, mais acentuadas no século passado. O brasileiro, por seu caráter empático, abraça, acolhe e ressignifica os aspectos culturais dos imigrantes, como a adaptação da culinária, música e, mais recentemente, da produção de audiovisual. A imigração asiática não ficou de fora dessa tendência. 

 

Os povos de origem asiática já possuem certa expressão no contingente populacional brasileiro. Segundo a Embaixada do Japão no Brasil, a maior população de origem japonesa fora do país vive no Brasil. Em 2022, estimava-se que aproximadamente 2 milhões de japoneses e nikkeis (descendentes de japoneses não nascidos no Japão) vivem predominantemente em terras paulistanas.

A cidade de São Paulo/SP é a que mais acolhe a comunidade japonesa. Ao visitar o bairro da Liberdade, sentimos mesmo como se transportados para outra realidade, devido à encantadora atmosfera japonesa impressa no local, com fachadas escritas em ideogramas e a arquitetura tradicional nipônica. Outro bairro que se destaca pela forte presença da população asiática é o Bom Retiro, no centro da capital paulista, que concentra uma grande parcela de imigrantes coreanos e seus descendentes. Segundo a Embaixada da Coreia do Sul, aproximadamente 50 mil coreanos frequentam o bairro, seja para moradia ou trabalho.

A forte presença asiática se faz presente também no mundo do entretenimento. Uma pesquisa do Ministério da Cultura, Esportes e Turismo realizada em 18 países pela Fundação Coreana em 2020, mostrou o Brasil como o 3º local onde mais cresceu a audiência pelos doramas (termo usado para séries asiáticos) coreanos, em comparação com o período anterior à pandemia. Em primeiro lugar ficou a Malásia e, em segundo, a Tailândia.

“Houve um grande investimento dos governos asiáticos, principalmente da Coreia do Sul, para disseminar a sua cultura no ocidente, o que fez com que os jovens voltassem sua atenção para essas nações. Essa aproximação cultural influencia na escolha de um novo idioma, seja por motivos profissionais ou pessoais. A pessoa procura por escolas de idiomas, online ou presenciais, na expectativa de conseguir uma maior imersão nos aspectos culturais e compreender melhor o que consome - seja comida, seja uma série televisiva. Em alguns casos, quando há a expectativa por uma imersão mais profunda, opta-se pelo intercâmbio” aborda Alexandre Argenta, presidente da Belta - Associação das Agências Brasileiras de Intercâmbio.

E a expectativa é tamanha que a procura por intercâmbios para os países asiáticos cresceram nos últimos anos. Conforme a pesquisa Selo Belta, em 2019 (ano pré-pandêmico), nenhum país asiático aparecia no ranking entre os mais procurados pelos estudantes e o idioma japonês era o 6º mais buscado em cursos de idiomas. Já em 2022, o Japão ocupava a 12º posição e a Coreia do Sul, 19°.

Para exemplificar a relevância oriental no cenário cultural brasileiro, a Belta separou alguns exemplos:

 

1.   Séries: Popularmente conhecido como doramas, as séries asiáticas conquistaram o povo brasileiro principalmente durante a pandemia e podem ser dividido em subgrupos como C-dramas (doramas chineses), K-dramas (coreanos), T-dramas (tailandeses), J-dramas (japoneses), entre outros. Sucessos como “Pousando no Amor” e “Advogada Extraordinária” da Netflix e Descendentes do Sol, disponível no aplicativo de doramas Vikki, são exemplos de séries de sucesso por aqui.

 

2.          Música: A música ganhou grande espaço devido à popularização dos doramas. Isso porque os artistas de K-pop, também conhecidos como “idols”, também atuam  nos K-dramas. BTS (Bangtan Sonyeondan) e BlackPink são dois grupos de referências no ramo musical.

 

3.          Esportes: Com uma grande influência do Japão, os esportes asiáticos se popularizaram em meados de 1914, quando o judô chegou no Brasil. A influência foi tão forte a ponto do esporte ser incorporado no treinamento das forças policiais e Forças Armadas. 

 

4.          Comida: A culinária japonesa e chinesa chegou ao Brasil junto a imigração e, hoje, já são parte do cardápio. A Associação Brasileira de Culinária Japonesa (ABCJ) relata que existem mais restaurantes japoneses do que churrascarias, tamanha é a paixão dos brasileiros por sushis, sashimis, temakis, yakisobas, entre outros.

 

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