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quinta-feira, 27 de abril de 2023

Como preparar pessoas para profissões que ainda não existem?

Especialista em educação aponta a importância da formação profissional e do indivíduo para o futuro do mundo do trabalho


Muito se tem discutido sobre a formação educacional para o trabalho e de que maneira preparar adequadamente os jovens para um futuro que é incerto. De acordo com o estudo Projetando 2030 – O Futuro do Trabalho, promovido pela Dell Technologies ao IFTF (Institute For The Future), que analisou os impactos da tecnologia nas novas profissões, é esperado que 85% das funções que existirão na próxima década ainda serão criadas. Nesse cenário, como preparar pessoas para uma profissão que ainda não existe? 

Para Ana Luiza Marino Kuller, especialista em Educação do Senac São Paulo, uma das respostas é a atenção à formação permanente “Quem se prepara para o mercado de trabalho precisa ter a capacidade de aprender, identificar problemas, propor soluções, trabalhar com outras pessoas de forma colaborativa e tudo isso é importante para qualquer tipo de cargo ou função. Essa é uma base forte e que permanece, diferente das questões técnicas que irão mudar de acordo com a evolução da tecnologia e do mundo”, aponta Ana. 

Nesse sentido, a formação precisa estar alinhada às expectativas e necessidades das pessoas que ingressarão no mercado e das próprias características e demandas atuais e futuras do mundo do trabalho. “É cada vez mais importante promover o protagonismo do estudante, por meio de metodologias ativas, desenvolvimentos de soft skills, num ambiente diverso e igualitário, priorizando o seu processo de evolução”, aponta a especialista. “É importante promover um processo formativo que acolhe e valoriza as diferenças, e promove o desenvolvimento de cada indivíduo. 

O mundo do trabalho tem se configurado como espaço de intensa transformação. Especialmente por conta da tecnologia, onde há mudanças quanto à configuração das ocupações e postos de trabalho, nas qualificações necessárias e até mesmo relativas às relações de trabalho. 

Neste cenário, existem ocupações que surgirão e outras que devem desaparecer. E, aquelas que permanecerão, certamente não serão desempenhadas da mesma forma, pois serão necessárias outras habilidades que demandam níveis mais altos de qualificação, com destaque também para as competências transversais. 

No âmbito das relações de trabalho, “Se antes, após a formação, o caminho padrão era o trabalhador ser contratado por uma empresa, agora surgem outras alternativas, com as pessoas desejando vender sua capacidade de trabalho sem necessariamente estar vinculada a uma só companhia, empreendendo ou atuando por projetos. Ou seja, havendo uma diversidade nos vínculos no mercado de trabalho”, identifica a especialista. 

A escola tem papel fundamental na formação de profissionais para funções que ainda não existem, promovendo o desenvolvimento de habilidades que permitirão que os profissionais atuem em cenários cada vez mais incertos e complexos. O ambiente estudantil é um espaço privilegiado para construção de projetos de vida, atribuindo significados para os desafios e ações de hoje numa perspectiva de transformação e construção de novas possibilidades de futuro.

 

Quer saber? Senac!


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