Mostra individual
do artista mineiro, que homenageia o orixá Exu, no dia 13 de maio, às 11h,
marca a nova temporada do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, após o
falecimento do fundador e diretor curador da instituição.Anna Carolina Bueno Exposição Bará 2023
Com curadoria de Deri
Andrade, pesquisador e curador convidado, o conjunto composto
por cerca de 230 trabalhos, entre pinturas a óleo sobre
linho e desenhos em carvão, reflete a pesquisa à qual o
artista tem se dedicado nos últimos anos. Em 2019
Nazareno concebeu a série de desenhos em carvão denominada Bará, como
uma cerimônia em forma de oferenda para uma qualidade de
Exu – Elegbara. Partindo das suas inspirações por contos de fada,
fabulação e sua fé em Exu, o artista propõe, através dos
desenhos, “uma fábula que percorre o dia em que esta cerimônia
aconteceu, uma segunda-feira, dentro de um mundo criado para o
Orixá”. O artista propõe que “o visitante se torna um
convidado neste mundo que crio, passando pelas fases do dia e características
do espaço retratadas em pintura e desenhos em carvão”.
Anna Carolina Bueno Exposição Bará 2023 |
Deri Andrade observa que as bases
desta mostra são a técnica particular em pintura e desenho de
Nazareno, que parte de um referencial renascentista e o seu interesse
pelas epistemologias dos Orixás. “Para além de uma questão religiosa,
Gustavo Nazareno imagina imagens que contam uma história a partir das fábulas
que escreve, tendo como ponto de partida referenciar essas entidades, com
respeito e muita beleza, construindo uma nova imagética para elas”,
conclui o curador.
Sobre o artista:
Gustavo Nazareno, (1994, Três
Pontas/MG). Vive e trabalha em São Paulo. Autodidata, o artista vem
desenvolvendo uma pesquisa pictórica e imagética que percorre os ritos
ancestrais africanos e a mitologia dos orixás. Em sua produção, carregada de
nuances que extrapolam os temas para além da questão religiosa, o panteão
iorubá é reverenciado como uma força epistemológica, de conhecimentos
ancestrais e de mistérios. As figuras, ou as paisagens, como vem explorando em
sua recente produção, são contemplativas e repletas de histórias pessoais, por
meio de fábulas que cria para guiar os traços vistos nas obras. Entre suas
exposições individuais destacam-se: Fables on Exu, Gallery 1957,
2021, (Londres, Reino Unido); Notas pessoais de fé, Cassina Projects,
2022, (Milão, Itália) e Pombajira, Selma Feriani Gallery, 2023
(Tunes, Tunísia). Participou também das seguintes exposições
coletivas:Collective Reflections: Contemporary African & Diasporic Expressions
Of A New Vanguard, Gallery 1957, 2020, (Acra, Gana); Eye of the
Collector, Gallery 1957, Art Fair London, 2021 (Londres,
Reino Unido); Outros Ensaios para o Tempo, Galeria
Nara Roesler, 2021 (São Paulo, Brasil); Group Show, i8 Gallery, 2021
(Reykjavik, Islândia); Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro,
Galeria Lago, Inhotim, 2022 (Brumadinho, Brasil); Between
Nothingness and Infinity, Cornell Biennial at Johnson Museum, 2022,
Nova Iorque, Estados Unidos) eThe Storytellers, Gallery 1957, 2022
(Londres, Reino Unido).
Sobre o curador:
Deri Andrade é pesquisador, curador e jornalista.
Mestrando em Estética e História da Arte (Universidade de São Paulo - USP),
especialista em Cultura, Educação e Relações Étnico-raciais (CELACC - Centro de
Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação - USP) e formado em
Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo (Centro Universitário Tiradentes
- Unit). Curou exposições individuais e coletivas no Brasil e em países como
Inglaterra e Itália. Interessa-se por arte contemporânea, com foco nas poéticas
de artistas negros/as/es e desenvolveu a plataforma Projeto Afro, resultado de
um mapeamento de artistas negros/as/es em âmbito nacional. Tem passagens por
instituições culturais, como o Museu de Arte Moderna de São Paulo, a Unibes
Cultural e o Instituto Brincante. Atualmente é curador assistente no
Instituto Inhotim.
Mais sobre o Museu Afro
Brasil Emanoel Araujo
O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria da
Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo administrada pela Associação
Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura. Inaugurado em 2004, a partir
da coleção particular do seu diretor curador, Emanoel Araujo, o Museu Afro
Brasil é um espaço de história, memória e arte. Localizado no Pavilhão Padre
Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso parque de São Paulo, o Parque
Ibirapuera, o Museu conserva, em cerca de 12 mil m2, um acervo museológico com
mais de 8 mil obras, apresentando diversos aspectos dos universos culturais
africanos e afro-brasileiro e abordando temas como religiosidade, arte e
história, a partir das contribuições da população negra para a construção da
sociedade brasileira e da cultura nacional. O museu exibe parte deste acervo na
exposição de longa duração e realiza exposições temporárias, atividades
educativas, além de uma ampla programação cultural.
SERVIÇO:
Bará no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo
Abertura: Dia 13 de maio, às 11h
Visitação: até 01 de outubro de 2023
Funcionamento: De terça à domingo, das 10h às 17h (permanência até às 18h)
Mais informações em: http://www.museuafrobrasil.org.br
Museu Afro Brasil Emanoel
Araujo
Localização: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n Parque Ibirapuera – próximo ao
Portão 10 - 04094-050 São Paulo/SP - Brasil
Telefone: 11 3320-8900
Ingressos: Entrada Inteira: R$ 15,00 // Meia Entrada: R$ 7,50 - Grátis
às quartas-feiras
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