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sexta-feira, 28 de abril de 2023

Seconci-SP lança Campanha Queda Zero com foco na gestão da prevenção de acidentes

Gerenciamento correto diminui consideravelmente os riscos do trabalho em altura, afirma Maristela Honda

 

Ao abrir em 27 de abril o evento de lançamento da Campanha Queda Zero, Maristela Honda, presidente do Seconci-SP (Serviço Social da Construção) e vice-presidente de Responsabilidade Social do SindusCon-SP, preconizou a necessidade de uma gestão para a prevenção de quedas nas obras. 

“As quedas ocorrem por uma série de fatores que vocês certamente já conhecem. Mas quero destacar um deles: a falta de gestão na prevenção de quedas. Esta é uma responsabilidade da empresa. Quem faz uma gestão correta da prevenção de quedas, diminui consideravelmente o risco de acidentes”, afirmou Maristela. 

Realizada em parceria com o SindusCon-SP, a campanha visa motivar as empresas a cumprirem efetivamente as Normas Regulamentadoras (NRs) 18, 35 e as demais ligadas a essas normas, e implementar as melhores práticas de gerenciamento na prevenção de quedas, buscando a redução de acidentes. O evento de lançamento ocorreu na sede do Seconci-SP, com mediação de Fátima Cardoso, gerente de Comunicação da entidade. 

“As quedas nas obras respondiam por 40% dos acidentes graves e fatais na construção. Com a edição da NR 35, a incidência desses acidentes diminuiu para 28%. Mesmo assim, as quedas ainda provocam a maioria relativa dos acidentes nas obras”, informou a presidente do Seconci-SP. 

“Vamos bater fortemente na necessidade de uma gestão da prevenção de quedas, ao longo dos próximos meses. Assim, cumprimos uma das tarefas do Seconci-SP, de colaborar com as empresas no cuidado com a saúde e a segurança do trabalhador da construção. E nos mantemos dentro da nossa dupla missão: salvar vidas, construindo o Brasil”, acrescentou Maristela. 

A seguir, Haruo Ishikawa, membro do Conselho Deliberativo do Seconci-SP e vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, defendeu que as empresas assimilem a necessidade de fazer a proteção coletiva dos trabalhadores. Dirigindo-se aos engenheiros e técnicos de segurança presentes, afirmou: “Vocês têm que exigir que as empresas façam essa proteção”. 

De acordo com Ishikawa, “o maior desafio é levar a informação sobre Saúde e Segurança do Trabalho (SST) aos canteiros, principalmente nas pequenas empresas”. Ele destacou o papel de divulgação exercido pelo Comitê Permanente Regional de São Paulo da NR 18 e pelas campanhas como a Canpat Construção. 

O vice-presidente informou que o Seconci-SP, na ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), secretariou a elaboração do texto base da norma sobre redes de proteção, que irá à consulta nacional; começou a secretariar a elaboração do texto da norma de guarda-corpos provisórios, e, na sequência, participará da revisão da norma de andaimes. “O papel do Seconci-SP é de engajamento para levar a Saúde e Segurança do Trabalho a toda a comunidade da construção civil”. 

Criar cultura de segurança 

José Bassili, gerente de Segurança Ocupacional do Seconci-SP, comentou que a campanha, por meio de folders, cartazes, palestras e vídeos, “irá mostrar que a participação dos trabalhadores e o apoio da direção criarão uma cultura de segurança do trabalho e motivarão a redução das quedas. É fundamental que a determinação venha de cima para baixo nas empresas”. 

Segundo o gerente, o material didático da campanha foi elaborado para colaborar com as empresas a fazerem a gestão de Saúde e Segurança do Trabalho. Os profissionais de SST e os consultores técnicos do Seconci-SP levarão as informações a todas as Regionais do Estado. E o material estará à disposição na Unidade Central, pelo e-mail relacoesempresariais@seconci-sp.org.br, e nas Regionais. 

“Até o final de agosto todas as Regionais serão percorridas. Em novembro, teremos o 7º Prêmio Seconci-SP de Saúde e Segurança do Trabalho, e em dezembro participaremos do 4º Seminário Internacional de Trabalho em Altura, realizado pelo Instituto Trabalho e Vida”, prosseguiu Bassili, finalizando: “Um bom ambiente de trabalho com riscos controlados aumenta a produtividade e permite que o trabalhador retorne para casa sadio e com dignidade”. 


Quatro pilares 

A seguir, Gianfranco Pampalon, consultor técnico de SST do Seconci-SP, detalhou os quatro pilares da gestão de prevenção de quedas: 

  1. Planejar os cuidados com o trabalho em altura, avaliar os cenários ao longo da obra e as alternativas para evitar esse trabalho. Classificar os riscos de queda e priorizar os maiores. Implementar um plano de ação para eliminar ou mitigar os riscos, definir responsabilidades, informar e capacitar as lideranças da obra. Analisar todas as doenças e acidentes que acontecerem, além dos incidentes que alertam sobre o que pode ocorrer. Ter um plano de gerenciamento e verificar a eficácia das medidas adotadas para a realização das tarefas com segurança. Não esquecer de que hidratação e períodos de repouso são fundamentais, para evitar o cansaço, um dos motivos da ocorrência de acidentes.   
  2. Fornecer os equipamentos de proteção individuais e os sistemas coletivos. Realizar a instalação dos sistemas e das ancoragens adequadas, conforme projetados pelos engenheiros. Lembrar que a NR 6 determina que o cipeiro seja ouvido. Considerar a adequação do equipamento ao empregado e ao conforto do conjunto de trabalhadores.   
  3. Treinar o trabalhador na utilização segura dos equipamentos e sistemas, e nos procedimentos de segurança no trabalho em altura. Apresentar-lhe o que figura no manual sobre eficácia, manutenção e armazenamento do equipamento. Inspecionar o sistema de proteção de quedas, inclusive entre o recebimento e a primeira utilização, e pelo menos a cada 12 meses ou antes, se necessário. Não esquecer da inspeção rotineira, feita pelo trabalhador diariamente antes da utilização. Ter um plano para resgastes de emergência, conforme dispõe a nova NR 35, que começa a vigorar em julho. Dispor de técnicas e equipamentos apropriados para o resgate. Fazer treinos simulados de resgate, lembrando que a NR 35 requer equipe bem treinada para essa finalidade.  
  4. Liderar e supervisionar os cuidados com a prevenção. Mestres e encarregados precisam estar na linha de frente, avaliando as condições do trabalhador antes do trabalho em altura. Devem: aferir se o trabalhador está bem; fiscalizar uso correto dos EPIs e dos procedimentos; impedir atalhos perigosos; dar ordens de modo que a execução das tarefas seja feita de forma segura; apoiar e incentivar boas práticas de segurança; e ajudar o trabalhador a exercer o direito de recusa em caso de percepção de perigo, ouvindo-o sobre oportunidades de melhoria. Lideranças devem ser treinadas nesse sentido. 

Pampalon ainda apresentou boas práticas e inovações em SST, tais como: trabalhar com BIM (Modelagem da Informação da Construção), que permite visualizar o projeto em três dimensões; novas proteções no envoltório da obra; câmaras com inteligência artificial que avisam sobre riscos na obra, tais como equipamentos largados no chão, falta de EPIs e reconhecimento de não conformidade de EPIs; e realizar inspeções de fachadas utilizando drones, evitando trabalho em altura. 

O consultor também chamou a atenção para cuidados, tais como planejar antes como instalar a linha de vida, a fim de não colocar o instalador em risco, e se capacitar para avaliar qual estrutura pode receber essa linha. “Investir em SST nunca é um desperdício, uma vida perdida é.” 

Para assistir ou rever a íntegra do evento de lançamento da Campanha, clique aqui. https://www.youtube.com/watch?v=m3QNcLahVHk

 

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