Muitos motoristas ainda ficam em dúvida na hora de definir qual o melhor o combustível para o seu carro
O ano era 2003 e a grande
novidade do mercado automobilístico foi o lançamento do Volkswagen Gol 1.6
Total Flex, um carro que poderia ser abastecido tanto com gasolina, como com
etanol. O lançamento teve tamanha importância, que contou com a presença do
então Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva e fez parte das comemorações
dos 50 anos da VW no Brasil. Em 2005, a Fiat inova o mercado popularizando a
tecnologia bicombustível com o lançamento do Fiat Uno Mille Fire 1.0 Flex,
entre outros modelos, todos com a aplicação dos motores família Fire.
Desde o lançamento do
primeiro veículo Flex até os dias de hoje, já foram produzidos mais de 40
milhões de motores bicombustível no Brasil, e muita coisa mudou e evoluiu, mas
ainda hoje muitos motoristas têm a mesma dúvida na hora do abastecimento: escolher
gasolina ou etanol?
Primeiramente é necessário
conhecer um pouco de história. No início dos anos 2000 quase todas as
montadoras brasileiras ofereciam veículos à álcool (ainda não se usava o termo
etanol), mas a opção por esse combustível não era vista com bons olhos pelos
consumidores, pois eles tinham receio de faltar o combustível derivado da
cana-de-açúcar nos postos, pois o volume da produção de álcool variava de
acordo com o preço do açúcar no mercado internacional.
Como o álcool era
geralmente 30% mais barato que a gasolina, muitos donos de veículos abasteciam
seus carros movidos à gasolina, com álcool, ou com uma mistura gasolina
acrescida de álcool, o que com o tempo, danificava diversos componentes do
motor, que não era preparado para receber um combustível mais corrosivo
(álcool). Com isso, as montadoras, que já tinham em seus setores de engenharia,
os motores bicombustíveis desenvolvidos há quase 10 anos, resolveram lançar a
novidade no mercado em 2003, o que deu muito certo.
Se passaram 20 anos e até
hoje muitas pessoas ainda têm dúvidas na hora de abastecer seus carros flex,
que correspondem a cerca de 90% dos modelos vendidos no Brasil. O primeiro
ponto a entender é que cada um dos combustíveis possui uma eficiência energética
distinta do outro (geralmente o etanol vai render menos energeticamente do que
a gasolina, sendo que o rendimento do etanol é de cerca de 30% inferior), com
isso, o rendimento, no bolso, pode pender para o lado da gasolina (tudo depende
do valor do combustível em cada localidade).
Para se descobrir se o
álcool é vantajoso ou não em relação à gasolina, é necessário dividir o preço
do litro do etanol pelo da gasolina e se o resultado for inferior a 0,7,
abasteça com etanol, caso contrário, é melhor dar preferência à gasolina.
Quando leva-se em conta a questão da sustentabilidade, o etanol está muito à
frente da gasolina, pois o combustível da cana-de-açúcar emite menos poluentes
à atmosfera e deriva de uma fonte renovável, diferentemente da gasolina, que é
produzida a partir do petróleo, que é um recurso natural não renovável, ou
seja, não possui capacidade de regeneração, sendo, assim, finito.
Com relação à vida útil dos
componentes do motor, os dois combustíveis têm suas vantagens e desvantagens. O
etanol, em comparação com a gasolina, tem uma combustão que praticamente não
deixa depósitos carboníferos no motor. Em contrapartida, o mesmo etanol, que
tem uma queima mais limpa, formando menos carbonização, tem uma condição de
lubrificação dos componentes menor que a gasolina, gerando assim uma tendência
em forçar mais a bomba de combustível, por exemplo.
Para o Gerente de
Engenharia da Companhia DPaschoal, Emerson Ferreira Salles, o motor
bicombustível é uma realidade no Brasil, que com o passar dos 20 anos desde que
foi lançado, passou por diversas modificações e melhorias, por isso existem
muitos ‘mitos’ com relação à escolha de qual combustível usar na hora de
abastecer. “É importante deixar claro que os motores flex foram passando por
melhorias, tanto no que se refere às condições de aplicação de seus componentes
para utilização de etanol ou gasolina, quanto nos testes de desempenho e na
redução do consumo. O ponto mais importante que o motorista deve levar em
consideração na hora de escolher o combustível ao abastecer, é a questão
econômica. Além disso, ele deve ficar atento aos postos de combustíveis onde
abastece, pois como sempre alertamos nossos clientes, quando o preço é muito
baixo, desconfie. A melhor saída é abastecer nos postos de confiança”, alerta
Salles.
O futuro do etanol está
muito ligado à descarbonização, um dos termos mais utilizados nos últimos
tempos, na indústria automobilística. No Brasil, os modelos híbridos que
utilizam etanol têm um importante papel na descarbonização, por isso vários
fabricantes enxergam no combustível uma alternativa em relação aos ainda caros
carros elétricos, para reduzir as emissões de CO2 nos próximos anos.
“Estamos vivendo um cenário
disruptivo na indústria automobilística, onde todos estamos trabalhando na questão
da descarbonização. Aqui no Brasil, a utilização de motores movidos a etanol
nos modelos híbridos tem sido uma excelente alternativa para termos uma frota
com baixa emissão de poluentes. Temos um diferencial tecnológico, ou seja,
nossa indústria de biocombustíveis, a qual é a mais desenvolvida do planeta, e
explorando este nosso posicionamento contribuímos positivamente neste processo
de transição. Sendo assim, acreditamos que o etanol tem uma vida longa no
cenário nacional”, finaliza o Gerente de Engenharia da Companhia DPaschoal.
A DPaschoal, possui 123
lojas instaladas em mais de 100 cidade de oito estados do Território Nacional,
onde além de oferecer uma linha completa de pneus, também disponibiliza, como
diferencial, a revisão de segurança gratuita a seus clientes, o que certamente
vai ajudar a diagnosticar possíveis problemas na segurança do veículo. O
princípio de “Medir e Testar Antes de Trocar” está no DNA das lojas DPaschoal,
graças a ferramentas exclusivas que avaliam a real necessidade de ter que
trocar peças, pneus e a realização de serviços.
https://www.dpaschoal.com.br
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