Com cerca de 35 mil novos casos anuais em jovens de 15 a 34 anos, o câncer de testículo é o mais comum no mundo entre os homens desta faixa etária. No Brasil, como reflexo da pandemia, o número de diagnósticos da doença reduziu em 31% em 2020 comparado com 2019. Mesmo com retomada, o número de casos em 2022 não atingiu patamar de antes da Covid-19
Desde então, houve esforços dos serviços de saúde
para a retomada dos diagnósticos e dos tratamentos importantes em diversas
áreas médicas. Em 2021, foram registrados 409 diagnósticos de câncer de
testículo; em 2022, 466 por todo o país. “A biópsia do testículo pode ser
indicada quando há suspeita de uma anomalia na região, como a presença de
nódulos. O procedimento deve ser realizado em ambiente de centro cirúrgico, e
consiste na retirada de fragmentos teciduais para análise. Quando a suspeita do
câncer de testículo é confirmada, o órgão pode ser removido no mesmo ato
cirúrgico”, explica Gustavo Cardoso Guimarães diretor do Instituto de Urologia,
Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador geral dos Departamentos
Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP-A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O câncer de testículo apresenta baixos índices de
mortalidade. Apesar disso, estimular o diagnóstico precoce é uma das metas do
Sistema Único de Saúde para garantir tratamento mais seguro. Segundo o
urologista e cirurgião oncológico Gustavo Guimarães, falar sobre a saúde do
pênis e dos testículos ainda é resistência para muitos homens: “Além do receio
de falar sobre o assunto, os homens tendem a associar alterações nos testículos
com doenças venéreas ou até mesmo traumas, e ignoram os sinais”. Dessa forma,
os principais sintomas do Câncer de Testículo envolvem:
- Nódulo
pequeno, duro e indolor
- Mudança
na consistência dos testículos
- Sensação
de peso no saco escrotal
- Dor
incômoda no baixo ventre ou na virilha
- Desconforto
no testículo ou no saco escrotal
- Crescimento
da mama ou perda do desejo sexual
- Crescimento
de pelos faciais e corporais em meninos muito jovens
- Dor
lombar
Além disso, os fatores de risco compreendem a idade,
visto que a maioria dos casos ocorre entre as idades de 15 e 50 anos, sendo o
mais comum no mundo na faixa dos 15 aos 34 anos. A alta prevalência deste
tipo de tumor e a ausência de câncer de próstata nesta idade é um reflexo do
fato que o câncer de testículo é o mais comum no mundo entre os homens de 15 a
34 anos, superando a leucemia, que é o câncer pediátrico mais comum.
Comparativamente, ao contrário da faixa etária de maior incidência e
prevalência, quando considerados os homens a partir de 35 anos, o câncer de
testículo aparece apenas na 22ª posição, o que equivale a ser 35 vezes menos
comum que o câncer de próstata. Ao todo, são 74 mil novos casos anuais de
câncer de testículo no mundo (35 mil deles entre 15 e 34 anos). Os dados são do
levantamento Globocan 2020, da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da
Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS).
A raça também é um fator a ser
considerado, uma vez que os homens brancos têm de 5 a 10 vezes mais chances de
desenvolver câncer testicular do que os homens de outras raças. Herança
genética também é um fator de risco para este e outros
cânceres. Ou seja, quando há história familiar de câncer de testículo, o risco
é aumentado.
Também é válido lembrar que o câncer de testículo
pode acometer mulheres trans, travestis e pessoas de gêneros não binários. Em
2020, a cantora e ativista Linn da Quebrada veio a público informar que passou
por uma cirurgia para a remoção do testículo afetado pelo câncer e, em seguida,
foi submetida a sessões de quimioterapia. A artista ressaltou, por meio de
documentário e das redes sociais, a importância do acolhimento dos
profissionais de saúde para a comunidade LGBTQ+, além de estimular a realização
de exames por todas as pessoas suscetíveis.
Dessa forma, ao perceber alguns sinais e
irregularidades nos testículos, é necessário procurar ajuda especializada de
urologistas para investigar as causas das dores e das anomalias.
Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia
Robótica Dr. Gustavo Guimarães – IUCR
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