A campanha ajuda a
ampliar o número de mamografias realizadas nos meses seguintes
A Campanha Outubro Rosa ganha força a cada ano e
busca conscientizar sobre o câncer de mama. O rastreamento é feito por meio da
mamografia e a recomendação é que seja realizada uma vez por ano, a partir dos
40 anos. No período das campanhas de conscientização e nos meses subsequentes
amplia-se a procura pelos exames de mamografia.
Em 2020 e 2021 houve uma diminuição na realização
de diversos exames. “No primeiro pico da pandemia da COVID-19, a queda na
realização dos exames de mamografia e de biópsias chegou a alcançar 60%.
Em função disso, casos de câncer de mama deixaram de ser diagnosticados,
levando à detecção da doença em estágios mais avançados”, explica a médica
patologista, Marina De Brot, secretária-geral da Sociedade Brasileira de
Patologia (SBP) e médica patologista titular do A.C.Camargo Cancer
Center.
De acordo com o INCA - Instituto Nacional de
Câncer, no período 2020-2022, estima-se 66.280 novos casos de câncer de mama
para cada ano desse triênio, ou seja, 61,61 casos novos para cada 100 mil
mulheres.
Algumas dicas de saúde incluem necessariamente os
cuidados e atenção da mulher com o próprio corpo. “A observação em frente ao
espelho de qualquer alteração na pele da mama, retração, vermelhidão, secreção
no mamilo, caroço na mama ou axila e, ao perceber algo diferente, buscar
atendimento com o médico ginecologista ou mastologista para avaliação e
investigação. Especialmente, é essencial não deixar de fazer a mamografia anual
de rastreamento a partir dos 40 anos, principal forma de detecção precoce do
câncer de mama”, orienta a Dra. Marina De Brot.
Os fatores que aumentam o risco para câncer de
mama, explica a Dra. Gerusa Tiburzio, diretora de Comunicação Social da SBP,
são: “menarca (primeira menstruação) precoce, menopausa tardia, uso de
medicações hormonais, obesidade na pós-menopausa, histórico familiar de câncer
de mama, ovário ou pâncreas, e hábitos de vida, como o consumo de bebidas alcoólicas”. Ela
explica que “para mulheres dos grupos de risco, a indicação para realizar a
mamografia pode ser a partir dos 35 anos”.
O diagnóstico precoce está associado a
melhor evolução e maiores taxas de cura, além de maior qualidade de vida
para a paciente. “O médico patologista tem um papel importante na definição do
diagnóstico. Após feita a biópsia pelo médico radiologista, este fragmento
obtido é enviado para a análise. E é o patologista que avalia o material para
dar o diagnóstico definitivo e examina o estudo imuno-histoquímico para
marcadores prognósticos e preditivos. Estes resultados revelam a biologia
tumoral, além de determinar o tratamento”, explica a Dra. Gerusa Tiburzio.
Só depois é que será iniciada a terapêutica, e é o patologista que faz a confirmação diagnóstica e fornece as várias características que vão definir o tratamento. Por isso, o patologista participa ativamente junto aos médicos oncologistas e mastologistas na determinação da melhor terapêutica.
Sociedade Brasileira de Patologia - SBP
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