Opinião
Ao ocorrer uma suspeita de câncer de mama, é normal a mulher ficar preocupada e com muitas dúvidas especialmente em relação ao que fazer. Por isso, é importante conhecer algumas das diversas alternativas que a Medicina tem proporcionando. Ao lado da Associação Médica do Rio Grande do Sul, queremos chamar a atenção para algumas diferenças nos exames, que possuem atribuições e papéis distintos na investigação e condução dos casos.
Uma questão importante a ser
esclarecida é que a mamografia é o único exame que diminui a mortalidade.
Existem outros procedimentos importantes, como a ecografia mamária e a
ressonância magnética, mas nenhum deles mostra um benefício tão grande na
redução do número de mortes quanto a mamografia.
A recomendação da Sociedade
Brasileira de Mastologia, da Sociedade Brasileira de Radiologia, da Sociedade
Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e da AMRIGS é de que as mulheres
comecem a fazer mamografia anualmente, a partir dos 40 anos de idade. Essa
orientação muda, apenas, quando há histórico de casos na família em primeiro
grau, ou seja, mãe e irmã. Nessas situações é indicado o exame anual com 35
anos, ou então dez anos antes da idade que a familiar foi acometida.
Como principal forma de
rastreio do câncer de mama, a mamografia é um exame bastante simples. No
entanto,um item que sempre preocupa as mulheres é o incômodo e o medo da dor.
Na hora do exame as mamas são colocadas no mamógrafo, aparelho que faz
compressão em busca de uma boa qualidade de imagem pelo radiologista, é como um
raio x das mamas.
Já biópsia mamária é indicada
para situações nas quais as mulheres têm alguma suspeita nos exames de imagem
ou mesmo em um exame físico. Normalmente se pede o procedimento guiado por
ecografia, uma vez que é um exame mais fácil de ser realizado. Contudo, em alguns
casos há alterações que só aparecem na mamografia, como por exemplo,
microcalcificações (lesões) . Desta forma, a biópsia deve ser feita guiada por
mamografia. Para executar a biópsia, é feita anestesia local, colocada a agulha
na mama e é retirada uma parte do nódulo ou da calcificação para posterior
análise em laboratório de patologia.
A ecografia mamária tem um
papel importante para diferenciar nódulos sólidos de císticos sendo ideal para
acompanhamento de pacientes abaixo dos 40 anos.
O exame de ressonância
magnética das mamas é indicado para mulheres de alto risco, ou seja, para
pacientes que têm um histórico familiar relevante ou que tenham mutações
genéticas (alterações nos genes) no BRCA1 e BRCA2, e que possuem um risco
aumentado de virem a ter câncer de mama. Outra recomendação é para as mulheres
que possuem próteses mamárias. Nessas condições não só é possível investigar
eventuais casos de câncer, mas também checar eventuais riscos de rompimento da
prótese.
O recado final é para as
mulheres ficarem atentas e cuidarem do seu corpo. O autoconhecimento é
fundamental para identificar qualquer alteração no toque ou nos aspectos
físicos da mama e procurar um médico rapidamente. É importante ressaltar que o
toque não substitui a mamografia, mas é uma etapa muito importante no cuidado
diário.
Recomendamos que o autoexame
seja feito, especialmente após a menstruação, na frente do espelho, utilizando
os três dedos do meio para apalpar todos os quadrantes da mama.
Fique alerta! O diagnóstico
precoce oferece aproximadamente de 90% a 95% de chances de cura, além de evitar tratamentos mais agressivos como a
quimioterapia.
Presidente
da Sociedade de Mastologia - Regional RS, mastologista, Leônidas Souza
Machado
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