A estimativa anterior era de avanço
de 1,7%. Entretanto, para 2023 o Fundo prevê que a economia brasileira cresça
apenas 1%, abaixo da projeção anterior, de 1,1%Freepik
O Fundo Monetário Internacional
(FMI) melhorou mais uma vez a projeção para o desempenho da atividade econômica
do Brasil neste ano, na esteira de uma recuperação acima do previsto, com
suporte dos preços da commodities. Por outro lado, reforçou o coro de bancos
estrangeiros e consultorias e piorou novamente sua estimativa para o próximo
ano.
O organismo espera que o País
cresça 2,8% em 2022, conforme o relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO,
na sigla em inglês), publicado nesta terça-feira, 11/10, em paralelo às
reuniões anuais do FMI, que acontecem em Washington DC. A estimativa anterior
era de avanço de 1,7%.
Apesar disso, o Brasil ainda
crescerá abaixo da média global e também àquela esperada para mercados emergentes
e economias em desenvolvimento, na visão do Fundo. Contudo, a melhora nas
projeções do FMI este ano segue uma visão de que as economias da América
Latina, dentre elas o Brasil, têm apresentado recuperação acima do esperado
neste ano.
Para o próximo ano, porém, as
projeções do organismo continuaram indo ladeira abaixo, em meio ao cenário
global desafiador, com o processo de aperto monetário agressivo para controlar
a escalada da inflação nas principais economias. Passadas as eleições gerais, o
Fundo prevê que o PIB brasileiro cresça 1% em 2023, abaixo da projeção
anterior, divulgada em julho e que apontava para alta de 1,1%.
O FMI reafirma, em relatório,
que vê o Brasil "mais sensível" a choques inflacionários em geral e
alerta ainda para maiores riscos de desancoragem das expectativas de inflação.
"A maior sensibilidade poderia implicar uma reação mais forte do Banco
Central (BC) para ancorar as expectativas", reforça o FMI, no documento.
No entanto, o Fundo considera
as premissas de política monetária adotadas no Brasil, que iniciou bem antes o
processo de elevação de juros, como "consistentes" com a convergência
da inflação para o centro da meta até o fim de 2024.
O Conselho Monetário Nacional
(CMN) estabeleceu como alvo inflação de 3,50% neste ano, de 3,25% em 2023 e de
3,00% em 2024, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo.
O FMI alerta ainda para
desafios gerados pelo dólar forte a economias emergentes, com o aperto das
condições financeiras e o aumento do custo dos produtos importados. "O
dólar está agora em seu nível mais alto desde o início dos anos 2000",
destaca, sem citar países específicos, e sugerindo a calibração da política
monetária e manutenção das reservas cambiais para caso o cenário piore ainda
mais.
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/fmi-reajusta-para-2-8-a-projecao-de-alta-do-pib-brasileiro-em-2022
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