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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Desafios à economia para o próximo ano

A produtividade deve ser prioridade, afirma professor da Strong Business School


O próximo governo eleito terá o desafio de encaminhar a economia para um modelo sustentável produtivo, social e ambientalmente. Independente de quem for eleito, precisamos de um projeto que também contemple a economia, a partir, da base da pirâmide. A análise é do professor de economia, da Strong Business School, Sandro Maskio. Segundo a ONU, o mundo todo passa uma situação de encolhimento da distribuição de renda pós-pandemia, inclusive nos países ricos, mas para o professor da Strong a situação no Brasil é pior. Para amenizar seus efeitos e impactos sociais, o professor aponta dois caminhos: Adotar mecanismo distributivos eficazes com foco no curto e médio prazo, afinal a fome não espera, e melhorar a produtividade econômica e, isso inclui o setor de educação, desenvolvimento produtivo, tecnológico com apoio a ciência e à pesquisa e a manutenção da sustentabilidade e, tudo isso integrado.

Segundo estimativas do Observatório da produtividade do Instituto Brasileiro de Economia , o IBRE, o nível de pessoa ocupada no Brasil em 2021 foi igual a 2008 e 2009. Este ano de 2022, foi 7% maior que e 1981.

O professor da Strong afirma que as diferenças sociais serão agravadas se não houver um projeto de governo que contemple as famílias mais vulneráveis. Além, de auxílios de renda, melhora dos mecanismos de seguridade social, educação/qualificação e ações de intermediação para colocação no mercado de trabalho.

“Em um ambiente de baixo crescimento e degeneração das condições de trabalho, Os mais qualificados terão melhores chances de negociar e conquistar melhores benefícios e os demais terão que aceitar ofertas degradantes. Este movimento já é perceptível em alguns segmentos”.

Diante da série histórica da produtividade no brasil, realizada pelo IBRE/FGV), parece inquestionável a avaliação de que, em quase 40 anos, a evolução da produtividade foi muito baixa. Há que se considerar que neste intervalo a economia brasileira passou por um processo de abertura econômica, que tinha como principal justificativa, a necessidade de ampliar a competição no mercado interno como caminho para estimular o avanço produtivo tecnológico, e consequentemente a produtividade. O que, para alguns setores, efetivamente ocorreu. Contudo, no agregado, os dados históricos levantados pelo IBRE/FGV revelam que este efeito não foi homogêneo, e também não surtiu o efeito esperado.

Se a política pública, especialmente do governo federal, não adotar ações que fomentem de forma eficaz a melhora da produtividade, que envolve conjuntamente estímulos ao desenvolvimento produtivo e tecnológico, com um horizonte de logo prazo, não conseguiremos romper o ciclo vicioso imposto pela baixa renda, baixa capacidade de poupança e investimento, tímido ritmo de crescimento econômico e progresso. Fatores que comprometem os indicadores qualitativos de desenvolvimento ao longo do tempo. Neste cenário são reais os riscos de, daqui a há algumas décadas, ainda termos ampla necessidade de políticas de curto prazo para socorrer um enorme contingente de famílias vulneráveis.

O desafio presente está em conseguir calibrar mecanismos de curto prazo, voltados a amenizar o drama das famílias mais pobres, mas também estabelecer diretrizes sólidas para a construção de um modelo econômico progressistas. Este cenário se complementa com as mudanças observadas nas diretrizes da política produtiva ao redor do mundo, especialmente junto aos países mais ricos, focada em criar estímulos à economia interna, estimular a indústria, o desenvolvimento produtivo e as competências competitivas tecnológicas.


Strong Business School


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