Mesmo com eficácia
e importância na prevenção de doenças, existem casos em que a imunização não
deve ser realizada ou precisa de autorização médica
Nos períodos mais críticos da humanidade, as
vacinas sempre estiveram presentes cumprindo um papel importante na prevenção e
garantindo o bem-estar e a saúde de bilhões de pessoas. Quando nos vacinamos,
de forma coletiva, reduzimos a possibilidade de um determinado vírus circular e
dessa forma, protegemos a nossa sociedade: quanto maior a taxa de vacinação no
país, menor a chance de surtos de doenças e a volta de doenças já erradicadas.
Porém, em alguns casos, a vacinação deve ser acompanhada de algumas
recomendações médicas e em outros, ainda mais pontuais, a vacinação deve ser
evitada.
Para a enfermeira especialista em vacinação da
Clínica Vacinne, Katia Oliveira, vivemos um momento em que é preciso reforçar a
importância e a conscientização sobre a imunização individual e coletiva, mas
também é importante buscar entender em que casos a vacinação precisa contar com
um acompanhamento médico. “A vacinação é uma prática fundamental que garante a
redução de casos de doenças graves e das chances de hospitalização. Na grande
maioria dos casos, a vacina pode ser aplicada sem medo, porém existem algumas
contraindicações pontuais, que estão relacionadas às pessoas com algumas
situações de saúde como indivíduos imunossuprimidos, que fazem tratamentos de
quimioterapia, transplantados, grávidas, entre outras situações, que são
consideradas exceções”, explica.
Nesses casos Kátia explica que as contraindicações
ficam restritas às vacinas fabricadas com bactérias ou vírus vivos, como é o
caso da vacina BCG, tríplice viral, catapora, poliomielite e febre amarela. “As
demais vacinas, que não contêm bactérias ou vírus atenuados, podem ser
administradas com segurança”, afirma.
Outros casos que merecem atenção são com relação ao
indivíduo com alergia a algum componente da vacina. Nesses casos, Kátia reforça
sobre a importância de consultar um médico alergologista, para entender se a
vacina deve ou não ser administrada. “Nos casos de alergia, temos dois grupos
de atenção, que são as pessoas alérgicas ao ovo e as alérgicas à gelatina.
Nesses casos, o indivíduo deve procurar o seu médico para avaliar o
risco/benefício da aplicação de algumas vacinas como a contra gripe, tríplice
viral, febre amarela, raiva, varicela e tríplice bacteriana (difteria, tétano e
coqueluche)”, explica.
Além das contraindicações reais, Katia reforça
sobre as falsas contraindicações. “Há muita desinformação e mistificação com
relação à vacina, portanto é fundamental buscar as informações corretas e
priorizar a vacinação sempre”, finaliza.
Casos em que a pessoa com
alergia deve buscar uma avaliação médica:
Alergia ao ovo: vacina da gripe, tríplice viral e
da febre amarela
Alergia à gelatina: vacina da gripe, tríplice
viral, febre amarela, raiva, varicela, tríplice bacteriana: difteria, tétano e
coqueluche
Falsas contraindicações:
Diarreia, gripe, resfriado
Doenças neurológicas não evolutivas, como a
síndrome de Down e a paralisia cerebral
Convulsões, epilepsia
Indivíduos com antecedentes familiares alérgicos à
penicilina
Desnutrição
Ingestão de antibióticos
Doenças cardiovasculares crônicas
Doenças de pele
Bebês prematuros ou com baixo peso, exceto o BCG,
que deve ser aplicado somente em crianças com mais de 2 kg
Bebês que sofreram icterícia neonatal
Aleitamento materno, no entanto, neste caso, deve
ser sob orientação médica
Alergias, exceto as que se relacionam com os
componentes da vacina
Internação hospitalar
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