A crise econômica observada nos últimos anos, com
alto índice de desemprego e endividamento, tem gerado pressão direta sobre o
bem-estar físico e mental da população. É o que aponta pesquisa realizada pela Onze, fintech de saúde financeira e
previdência privada que buscou entender como o dinheiro pode afetar a saúde mental
dos brasileiros e desenvolver ou agravar doenças de ordem psíquica.
Das 3.172 pessoas entrevistadas de todo o Brasil,
53% já tiveram a saúde mental afetada por questões financeiras, sendo que 48%
se sentem preocupadas e ansiosas ao pensar em dinheiro e 18% ficam tristes e
desanimadas.
O principal motivo apontado para os sentimentos
ruins foi a falta de perspectiva para a realização de sonhos e objetivos (38%),
seguida pela diminuição do poder de compra pela alta da inflação (28%). Em
terceiro lugar, aparecem as dívidas, com 27% das respostas, e em quarto lugar
vêm as despesas maiores que a renda, com 26% dos entrevistados.
Brasil endividado
A maioria dos entrevistados possui alguma dívida. O
cartão de crédito concentra a maior parte do endividamento dos brasileiros, com
45% das respostas, seguida de empréstimo pessoal (20%) e crédito
consignado (15%).
Dos ouvidos, 40% apontam que a renda cobre apenas
os gastos mensais e 44% afirmam que o montante recebido mensalmente não cobre
as despesas. Além disso, 84% não possuem reserva de emergência - o que só é
realidade para 11% dos entrevistados, que têm até dois meses de despesas
garantidas.
O que observamos, portanto, foi que o endividamento
e a renda insuficiente somados à insegurança de não ter uma reserva acabam se
tornando uma combinação perigosa, levando boa parte dos brasileiros a
desenvolver ansiedade, insônia e depressão (problemas mais relatados pelos
entrevistados).
Profissionais da psicologia apontam que uma pessoa
com a saúde mental afetada entra no modo “sobrevivência”, o que pode acarretar
piora da capacidade cognitiva. Todo esse quadro agrava a tomada de decisão e
deixa as pessoas mais propensas a agir por impulso e a ter maior dificuldade no
planejamento a longo prazo.
"Sabemos que o endividamento e o estresse
financeiro são realidade para a maioria da população brasileira. Além de
prejudicar a produtividade no trabalho e gerar conflitos de relacionamento, a
falta de recursos pode causar inúmeros problemas de saúde e abalar a
autoestima. Uma das saídas é a educação financeira para que as pessoas aprendam
a gerir melhor os próprios recursos e se planejarem a longo prazo”, afirmou
Samuel Torres, consultor financeiro da Onze
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