Julgamento aconteceu na quarta-feira (23) e,
após pedidos de revisão foi adiado; atualmente o convênio deve realizar
tratamentos gratuitos fora da lista da ANS
O
STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspendeu na última quarta-feira (23) o
julgamento sobre os limites de uma lista de tratamentos que devem ser bancados
pelos planos de saúde. A discussão em pauta era decidir se a lista de
tratamentos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) é exemplificativa,
ou seja, que permite a entrada de novas terapias, ou taxativa, restrita e sem
possibilidade de mudança até a atualização da relação.
Apenas dois dos nove ministros apresentaram seus votos: a Nancy Andrghi, a favor da exemplificativa e o relator Luis Felipe Salomão, a favor da taxativa. O adiamento ocorrei após pedido de mais tempo para analisar o tema e uma nova sessão deve ocorrer em até 90 dias.
A discussão ganhou mais repercussão na mídia após figuras públicas demonstraram indignação e serem contrárias ao rol taxativo. O apresentador Marcos Mion fez um vídeo que viralizou nas redes sociais onde se dizia contra a decisão de limitar o acesso a tratamentos fora da lista da ANS: “Dependendo do resultado desse julgamento, a gente vai ter um aumento nas negativas por parte dos planos de saúde, o que é extremamente revoltante e preocupante”, disse Mion em sua conta no Instagram. O apresentador é um ativista pela causa dos autistas e seu filho adolescente, portador do espectro autista, dá nome à Lei Romeo Mion, que cria a carteira de identificação das pessoas com essa condição.
Confira
alguns exemplos de tratamentos médicos que podem ser negados se o rol taxativo
e limitado for aprovado:
- Integração
sensorial para crianças autistas ou com paralisia cerebral
- Análise
do Comportamento Aplicado (ABA), para autismo e paralisia
- Metodologia
Cuevas, para autismo e paralisia
- Tratamentos
realizados em “home care”
- Limitação
de quantidades e tempos de duração de tratamentos já aceitos, como
quimioterapias contra o câncer
O rol da ANS de tratamentos que possibilitam a gratuidade da aplicação é atualizado a cada seis meses, porém em situações solicitadas, apresentando um laudo médico, podem ser aplicadas terapias não inclusas na lista. A aprovação do rol taxativo vai inibir qualquer interferência, favorecendo a cobrança dos planos de sáude sobre os tratamentos não inclusos na ANS.
Instituto ABAcare contra o
rol taxativo
O instituto ABAcare atende pacientes com atrasos no desenvolvimento intelectual, de linguagem, e também capacitação e consultoria para as pessoas envolvidas com esse público. A organização é referência nacional em aplicação da terapia ABA em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
As diretoras do instituto Profa. Dra. Giovana Escobal e psicóloga Dra. Dafne Fidelis, se posicionam contrarias ao rol taxativo. “A limitação dos tratamentos que não estão inclusos na lista da ANS pode afastar pais e crianças que necessitam de terapias essenciais para o desenvolvimento social” reforça a Dra. Giovana. “Dependendo da situação do paciente, esperar seis meses para uma atualização e uma possível inclusão do tratamento na lista, pode ser tempo demais e pode trazer danos irreversíveis”, conclui a psicóloga Dra. Dafne Fidelis.
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