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terça-feira, 26 de outubro de 2021

NOVO ESTUDO DEMONSTRA EFICÁCIA DE TRATAMENTO CONTRA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA

 Anticorpo monoclonal evolocumabe associado a estatinas reduz o risco de infarto e AVC, que estão entre as principais causas de morte do mundo


Um estudo recente comprovou a eficácia do anticorpo monoclonal evolocumabe (Repatha®) no controle da doença arterial coronariana (DAC)1, que está relacionada às principais causas de morte do mundo, como infarto e AVC (acidente vascular cerebral)2. Os pacientes tratados com evolocumabe associado ao uso de estatinas apresentaram melhora na estabilidade das placas de gordura nas artérias, em comparação aos pacientes tratados apenas com estatinas. Assim, o risco de ruptura das placas pode ser menor e, consequentemente, de eventos vasculares fatais1.

Os dados foram apresentados em agosto no Congresso Europeu de Cardiologia - ESC 2021, um dos encontros científicos mais importantes da especialidade. O estudo HUYGENS1, randomizado e duplo-cego, foi realizado em três regiões (Estados Unidos, Europa e Austrália), com patrocínio da Amgen, empresa de biotecnologia fabricante do medicamento, e teve duração de 52 semanas.

A pesquisa demonstrou que o tratamento com o anticorpo monoclonal combinado com estatinas aumentou a espessura da capa fibrosa das placas de gordura em 42,7 micrometros, em comparação com um aumento de apenas 21,5 micrometros em pacientes tratados somente com estatina - aumento de 75% versus 39%. As medidas foram aferidas por tomografia de coerência óptica (OCT), capaz de visualizar medidas submilimétricas (o micrometro equivale à milésima parte do milímetro).

"Este estudo mostra um robusto impacto da redução intensiva do colesterol em modificar favoravelmente a placa de aterosclerose, que é responsável pelos infartos do miocárdio em milhões de pessoas. A terapia combinada do anticorpo monoclonal evolocumabe com as estatinas mostrou-se superior a estas últimas em modificar a estrutura das placas, o que as tornaria menos propensas a complicações, podendo resultar em enormes benefícios para pessoas que já sofreram infarto", afirma ao release o Dr. Raul Santos, professor da Faculdade de Medicina da USP e Presidente da Sociedade Internacional de Aterosclerose.

A doença arterial coronariana consiste no acúmulo de placas de gordura nas artérias, gerando risco de infarto, AVC e embolia pulmonar, que estão entre as principais causas de morte do mundo. No Brasil, estima-se que mais de 270 mil pessoas morram por doenças cardiovasculares entre janeiro e setembro de 20213.

"A maioria dos eventos de síndrome coronariana aguda é causada pela ruptura da placa de gordura, considerada a causa de até 75% dos episódios da doença, sendo que os pacientes que tiveram um ataque cardíaco são vulneráveis ​​a episódios adicionais de ruptura. Isso demonstra a importância de manter a espessura da capa fibrosa para ajudar a estabilizar as placas", afirma ao release o médico Stephen J. Nicholls, professor de Cardiologia e diretor do Monash University Victorian Heart Institute, na Austrália, e primeiro autor do estudo HUYGENS.

O evolocumabe é um anticorpo monoclonal que atua na pró-proteína PCSK9, reduzindo os níveis de LDL-C no sangue. O medicamento está aprovado em 76 países, incluindo EUA, Japão, China e em todos os 27 países da União Europeia. Ele é indicado para adultos com doença cardiovascular estabelecida, com o objetivo de reduzir o risco de eventos como infarto do miocárdio, AVC e revascularização coronária1.

 



Amgen

 


Referências:

• Nicholls SJ, Nissen SE, Prati F, et al. Assessing the impact of PCSK9 inhibition on coronary plaque phenotype with optical coherence tomography: rationale and design of the randomized, placebo controlled HUYGENS study. Cardiovasc Diagn Ther. 2021 Feb;11(1):120-129.

• "PAHO (Organização Pan-Americana da Saúde). Doenças cardiovasculares: Doenças cardiovasculares - OPAS/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde (paho.org) . Acessado 08/09/2021."

• "Sociedade Brasileira de Cardiologia. Mortes por doenças cardiovasculares no Brasil: https://www.cardiometro.com.br/. Acessado 08/09/2021."


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