A adesão de novas tecnologias sempre esteve na agenda prioritária das instituições de saúde, no entanto, a irrupção da pandemia impulsionou este movimento de maneira ainda mais significativa. De acordo com um estudo realizado pela International Data Corporation, o investimento em tecnologias no setor de saúde, na América Latina, deve atingir US$ 1.931 milhões até 2022. Nesse sentido, o mercado de saúde digital vem se destacando justamente por oferecer uma série de benefícios que aprimoram a operação dos hospitais. Mas, como e por que analisar o retorno das iniciativas digitais nas instituições?
De acordo com CEO da FOLKS, Dr. Claudio Giulliano, o retorno sobre investimento (ROI) na área da
saúde digital tornou-se um indicador fundamental. Segundo o especialista,
métricas como o ROI, podem ajudar as instituições de saúde a obterem métodos
efetivos para estimar e comprovar a importância de se investir na saúde
digital.
No entanto, é
necessário considerar que os hospitais contam com diferentes realidades,
especialmente no Brasil. Por isso, é preciso analisar primeiramente, o modelo
de negócio da instituição para então determinar se realmente a aplicação de
determinadas tecnologias são válidas. Além do ROI, outras métricas como Payback
e Net Present Value (Valor Presente Líquido) - que considera a taxa de
atratividade, têm sido cada vez mais utilizadas no setor. No cálculo do ROI,
por exemplo, incluir os ganhos financeiros com o projeto, as despesas e os
custos são requisitos indispensáveis para garantir um resultado assertivo.
Por que vale a pena
calcular o ROI?
Principalmente no caso
de novos projetos, o ROI é um meio de justificar o recurso investido, uma vez
que comprova a existência do retorno financeiro. Isto significa mensurar os resultados
e analisar o impacto para garantir a priorização. Neste caso, é importante
utilizar quadrantes para medir a priorização, impacto e retorno, tempo e custo.
Este processo permite identificar os projetos de alto impacto, alto retorno e
baixo tempo e custo. Calcular o ROI não é uma tarefa fácil, pois, muitas vezes,
demanda uma avaliação de custos ocultos. Por essa dificuldade, muito
frequentemente, as instituições de saúde costumam elencar os benefícios
qualitativos.
Benefícios
qualitativos das ferramentas digitais na área da saúde
Certamente a área da
saúde digital conta com diversos benefícios que podem ser explorados
qualitativamente. As ferramentas digitais aplicadas à área da saúde trazem
segurança ao paciente e qualidade assistencial, além de oferecer ao hospital
maior eficiência operacional e redução de custo.
Ainda com relação às
vantagens qualitativas, pode ser que, com a implementação de um novo projeto,
ocorra uma melhoria clínica que se reverta, no futuro, em aprimoramento
operacional, gerando retorno financeiro. Desta forma, é possível otimizar, por
exemplo, a assertividade de um diagnóstico, evitar um evento adverso ou, até
mesmo, reduzir o tempo médio de permanência do paciente no hospital, fatores
que impactam diretamente o financeiro, uma vez que resultam em economia de
diárias e aumento do giro de leito na instituição.
Os modelos de cálculo
de retorno sobre o investimento buscam simplificar uma realidade complexa, já
que o cenário de saúde e de medição de impacto de soluções digitais são
bastante desafiadores. Alguns exemplos de medidas operacionais importantes
incluem a redução do tempo de desfecho, da quantidade de erros ao longo da
jornada de cuidado do paciente, além do aumento da segurança do paciente.
Vale ressaltar que no
segmento da saúde todo o ecossistema está interligado, por isso, é essencial
determinar o retorno em áreas críticas como clínica, operacional e financeira.
O investimento em saúde digital não apenas promove um controle sobre todos
esses aspectos, como garante ganhos significativos inclusive aos pacientes,
que, ao final, são o objeto de preocupação prioritário de qualquer instituição
de saúde.
Natália Cabrini - Diretora de Estratégia de Mercado
e Vendas da Wolters Kluwer para a América Latina.
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